Dona Danúbia dormia serena, agarrada com a roupinha de Bernardo. Fiz ela tomar o remédio, não adiantava continuar chorando, desesperadamente, com medo de tudo. Ela precisava de um descanso e eu ainda planejava de que maneira eu chegaria ao casarão, onde foi a primeira vez que conheci Lisandra.
Nana fizera sopa de legumes e meu prato ainda a continha. A fome não havia chegado até meu estômago e o nervoso só aumentava. Aparentemente, eu lutava para manter a calma até para Nana, minha irmã, que sentia muito medo de eu ir até o endereço apontado pelo mapa digital do aplicativo do chip. A campainha tocou e Nana ergueu seus olhos do prato até me olhar com eles cheios de pânico. Ela empurrou a cadeira com o corpo e foi em direção a porta.
— Tome cuidado, Nana. Me espere!— fui atrás dela, segurando seu braço e passando em sua frente. Abrimos a porta e andamos devagar ao lado do meu carro, que estava na garagem. A outra porta ficava a poucos passos.
A campainha tocou mais uma vez e preferi não dizer nada e abri a porta cuidadosamente. Deparei-me com Gaby, Isaac, Jonas, Clarisse e Eva.
— O que fazem aqui?— é a primeira pergunta a surgir da minha cabeça.
—Viemos ajudar, Christian —disse Gaby, aproximando-se e me abraçando pela cintura. Pus minhas mãos em suas costas e agradeci, olhando para os outros. Pedi para todos entrarem; a possibilidade de ser vigiando era muito grande e gerar uma pequena desconfiança para Matheo poderia se transformar em problema para Lisandra e Bernardo.
— Eles estão no casarão, onde você gravou aquela live, Gaby — falei, olhando para ela.
— Mas por que Matheo a levaria para lá? A chave do casarão alugado estava com Miriam e ela deve ter devolvido há muito tempo — pensou Gaby.
— Enfim, eu não vou ficar parado. Preciso salvar minha namorada e meu irmão.
—Namorada? —estranhou Isaac, franzindo a testa e cerrando as mãos.
— É isso mesmo. Lisandra é minha namorada e você perdeu — digo, decidido a não esconder mais meus sentimentos.
— Olha aqui, não quero saber se vocês dois falando sobre isso, OK? Lisandra é minha amiga e ela esta correndo risco — interviu Clarisse.
—Agora você quer ser amiga dela, não é? Sua onça! — rebateu Nana.
— Chega! Não vai dar para brigar por causa disso tudo! Eu vou até esse casarão — intervim.
Gaby pegou minha mão e me conduziu para longe dos outros. Ela subia os degraus até lá em cima enquanto Nana fazia companhia aos outros. Percebi o olhar desconfiado de Isaac sendo lançado em nós.
No corredor, ela passou seus dedos finos e delicados em meu rosto. Estavam frios e ela passava as mãos em meus ombros.
— Eu te quero muito bem. O amor que senti por você é algo que não precisa ser desfeito. Podemos e vamos conseguir ser amigos. Vou apoiar sua decisão. No que eu puder ajudar, eu o farei. Lisandra não é minha amiga e dificilmente será, mas se gosta dela, então vai em frente e a faça feliz. Vamos ser amigos e não recordar do nosso passado como se tivesse sido um estorvo.
— Eu concordo— respondo, acariciando sua barriga— Este daqui vai nascer, por isso se cuide. Eu também desejo que seja feliz, Gaby.
Ela me dá um forte abraço. Acaricio seus cabelos e beijo sua testa.
— Vá com cuidado — ela finalizou nossa breve conversa com um conselho de precaução.
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Подростковая литератураLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...