Christian despediu-se da morena com um beijo nos lábios, aquelas ardentes e calorosos, vistos em filmes e séries. A cena me deu enojamento, então virei os olhos e bufei de tédio. Ele olhou para mim em seguida e me direcionou para o corredor com os olhos. Eu confirmei e o segui até para fora. Demos a volta e o carro dele estava numa rua monitorada por seguranças contratados por Gaby. Esperei para receber autorização de Christian, que me fez ficar plantada. Ele simplesmente entrou no carro e depois de alguns instantes, ele deu dois toques na janela da porta ao meu lado e baixou a janela, inclinando o corpo e falando:
— Entra logo! — ordenou.
Sério, se não fosse aquele psicopata à solta, jamais entraria no mesmo carro que esse estúpido. Coloquei o cinto e fechei os olhos por um segundo para respirar e fingir um comportamento calmo.
— Por que decidiu vir comigo? — ele perguntou e pensei para responder.
— Você soube que o psicopata, o sequestrador de Gaby morreu? — comecei com pergunta.
Christian confirmou e continuei:
—Mas na mesma noite eu recebi uma ameaça dele, então não sei se trata da mesma pessoa, porque ele garantiu ficar no meu encalço e apareceu hoje à noite, dirigindo um carro e usando a mesma máscara branca.
Olhei para Christian, que permaneceu de perfil, focado em sua direção, sem fazer nenhum movimento brusco com as minhas palavras. Achei ter falado uma besteira e ser chamada de louca em seguida, mas ele, depois de alguns instantes de silêncio, voltou a falar comigo.
— Bem, qual o endereço da sua casa?
Falei o nome da rua e a numeração da casa, apontei para algumas referências e ele confirmava conhecer o caminho. Depois de um silêncio, a falta de conversa fez com que Christian ligasse o rádio e aumentasse o volume, cantando.
Encontramos um engarrafamento na avenida e o rádio teve o volume abaixado. Na volta do silêncio pleno, Christian recebeu uma ligação e era com sua mãe.
— Alô, mãe, pode falar...de novo? Já levou no pediatra?Bem, pode ser cólica, deita o bebê e faça bicicleta com as pernas dele, lembra? Você fazia isso comigo.
Christian comentou sobre seu irmão recém-nascido e o segundo casamento mal sucedido de sua mãe.
— Agora, ela está de licença e precisa da minha ajuda e da minha irmã — finalizou, como um desabafo.
— A minha professora também está de licença-maternidade, você deve estar curtindo o bebê, não é?Qual o nome dele?
— Sua professora? — ele perguntou.
— Isso. Ela é uma ótima professora de Literatura e Química. Dois opostos que acabam se complementando. Ela não só ensina a aplicação da Química mas também todos os livros escritos por cientistas de épocas distantes e suas descobertas com experimentos arriscados.
— Por acaso o nome dela é Danúbia?
— Como você sabe? — perguntei, assustada. Claro que depois de segundos, pude compreender de que minha professora era a mãe do idiota ao meu lado.
— Pois é. Quando eu ainda estava no colégio, ela também era minha professora, e ter a mãe como professora não é muito libertador.
— Você aprontava muito, não? Escondia-se atrás de árvores, pilastras, paredes e cantinhos na quadra, tudo para pegar as garotas.
Christian deu um sorriso e as covinhas eram visíveis e davam-lhe um charme.
— Mas e aí, fala sobre esse vestido manchado. O que fez para aborrecer Gaby?
Como é? Quer dizer que Gaby teve motivos coerentes para sujar minha roupa, ou melhor, a roupa veio do closet dela, então, se fosse para fazer as coisas certas, eu teria de lavar cuidadosamente até tirar a mancha em cem por centro. Secar, passar e entregar, depois de ser humilhada.
— Ela descobriu o quanto eu sou fã de Isaac e confundiu as coisas.
— Sei...você é gamada nele e isso deixou a Gaby estressadinha.
— Eu tenho respeito pelas pessoas, jamais eu me prestaria a atrapalhar o namoro deles, ainda mais que não sou um tipo de atrair pessoas.
Christian meneou a cabeça e começou a gargalhar, debochar de mim.
— Gaby sabe disso, é só para se divertir e te humilhar. É melhor ficar longe dela.
Fiquei o encarando com os braços cruzados. O engarrafamento começou a desfazer e o carro a andar.
— Por acaso, Gaby é uma daquelas vilãs de filmes onde a patricinha humilha as oprimidas e mais feias?
— Talvez — ele disse, sem me olhar. — Dá para ver o quanto você gosta de Isaac, e Gaby é estressadinha, cabeça quente e não tá nem aí se você não é bonita, não pode se meter com o Don Ruan dela.
— Você gosta dela?
— Não interessa e já estou virando à esquerda, olha lá a placa da sua rua.
Christian virou o carro e entramos na rua onde minha casa estava localizada. Estacionamos em frente a minha casa e ele destravou as portas.
— Boa noite e sonhe com o psicopata.
— Vá para o inferno — falei, irritada, saindo de seu carro e fechando a porta com raiva.
Christian me esperou entrar em casa para partir. Tranquei a porta e respirei aliviada. Odeio todos e não quero saber de ninguém daquela balada, e para falar a verdade, minhas amigas precisam decidir entre mim ou Gaby. Não vou suportar viver nesta situação, sinto-me rebaixada toda vez que penso, falo dessa garota.
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Dla nastolatkówLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...