Lisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...
I've told you one, two, three, four, five, six thousand times
Haven't I made it obvious?
Haven't I made it clear?
Want me to spell it out for you?
F-R-I-EN-D-S
Haven't I made it obvious?
Haven't I made it clear?
Want me to spell it out for you?
F-R-I-EN-D-S
F-R-I-EN-D-S
De frente à escola, apertei as alças de minha mochila e olhei para os outros alunos, que insistem em me olhar e cochicharem, como se eu fosse de outro planeta. E sinceramente, as fotos do atropelamento foram parar no Instagram e meu nome esteve envolvido, claro. Muitos defendiam Miranda e me ofendiam com palavras inadequadas. Estou cansada de ser alvo de notícias absurdas. E entrei na escola, decidida a terminar meus estudos, pois não aguentava mais esse colégio.
Pelo corredor, encontrei as minhas antigas amigas. Clarisse me abordou com um abraço e me consolava sobre a lamentável notícia, que, com certeza, tinha sido alimentada e vitimizada por Miranda. Tinha pessoas a defendendo sobre a atitude de ter jogado o carro contra mim e Christian. Essas pessoas da Internet acham que são juízes para julgar e isso me irrita. Muitos me defendiam, mas outros eram cruéis.Ninguém tinha nada a ver com o episódio daquela noite.
— Menina, não sei como você aguenta isso, sinceramente — disse Eva.
— Bem, depois das minhas amigas não existirem mais na minha vida, tive de aguentar muita coisa, Eva — alfinetei e ela se calou.
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— Ah, por favor, não vamos mais pensar nisso. Somos mais fortes unidas e precisamos uma da outra — amenizou Clarisse.
Alguém me abraçou por trás e reconheci sua voz na mesmo instante.
— Augusto!
— Lisandra!
Ele apertou minhas bochechas e me puxou pelo braço, afastando-me de Clarisse e Eva.
— Nossa, Augusto! Parece que você sumiu, faz tempo, hein!
— É querida, nós precisamos conversar mais — ele diz e sussurra:— Tem um príncipe lá fora querendo falar com você.
— Christian? — anime-me só de imaginá-lo lá fora.
— Não, é o Isaac mesmo. Ele é tão lindo, meu Deus!
— Augusto, eu não vou lá. O que ele tem para me falar? Nós terminamos.
— Oh, sua abestada, vá logo e depois me conte tudo, aliás, sinto falta de mais fotos suas no Instagram, está largado a vida de Instagrammer?
— E se você administrasse minha conta? — propus. — Sinto que não estou dando conta e você é mais experiente nisso.
— Uau! Seria fantástico! — ele comemorou e me empurrou em direção à saída do colégio antes do sinal tocar e não haver possibilidade de eu entrar novamente.
Respirei fundo e fiquei apreensiva com o reencontro. O nosso término não fazia muito tempo, mas não havia possibilidade alguma de voltarmos. Eu amava Christian e ele esperava um filho de Gaby.
Saí do colégio e Isaac estava encostado em seu carro, braços cruzados. Ele ajeitava seus cabelos e sorria ao meu ver. Aproximei-me e o cumprimentei na tentativa de ser através de um aperto de mãos, mas ele me abraçou.
— Como você está? — ele me perguntou.
— Estou bem ou tentando...
— Olhando para você é nítido o quanto não está confortável em me ver. Nem podemos ser amigos?
— Por favor, Isaac. É claro que podemos. Eu estou um pouco ainda chateada por decepcionar você.
Ele voltou a cruzar os braços e disse:
— Eu não devia ter saído daquele jeito. Mas você ama Christian e eu estaria sendo um babaca se impedisse a sua aproximação com ele.
— E a Gaby?
Isaac meneou a cabeça, negativamente.
— Não quero nem imaginar que aquela garota existe.
— Ela está esperando um filho seu, não deveria falar isso.
— Não, Lisandra. Ela não está. Ela mentiu para mim, só porque achava divertido me fazer de trouxa.
Dei um passo a frente e alisei seu ombro esquerdo.
— Sinto muito.
— Estou aliviado, Lis. Mas é difícil ser enganado com uma coisa dessas. Chorei desesperado, sem saber como agiria como pai tão novo e depois comecei a me acostumar com a ideia e depois descubro como sou tolo.
Nós precisávamos de um abraço e quando Isaac se sentiu acolhido em meus braços, senti seu gemido de tristeza sobre meu ombro. Alisei suas costas e um carro parou próximo de nós. Reconheci o veículo e dentro dele saía Christian e Danúbia, que estava de volta e dirgia, pois Christian estava com um dos braços quebrado.
A expressão facial de Christian demonstrava o ciúme e a maneira como ele segurava o buquê de rosas vermelhas.