Capítulo 83☘

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Matheo desistiu e guardou a navalha de volta em seu bolso. Abraçou-me e beijou meu rosto. 

  — Eu quero sua felicidade acima de tudo. Amor de verdade não se resume ao desrespeito e à obsessão. Por isso, vá em paz, Lisandra. Está livre. 

Ele passou sua polegar em meu lábio inferior e beijou minha testa. 

— Posso ir?

— Claro. Eu vou deixá-la em frente à casa de Christian e vou embora da cidade. Prometo nunca mais enviar mensagem alguma. Me perdoe pelas ameaças. Sinto muito o mal que lhe causei —  suas palavras soaram sinceras e amigáveis e acariciei seu rosto. Ele era muito lindo e só precisava valer a pensa essa beleza exterior. 

— Obrigada. Se nós tivéssemos nos conhecido em momento diferente. Se você tivesse vindo até mim, sem se esconder atrás de uma máscara...— comentei e lamentei por ele se arrepender agora.  Ele perdeu o controle e se pudesse voltar atrás, eu acredito que teria gostado muito dele. 

  —  Eu fui um tolo —  ele meneava a cabeça para os lados. —  Só fui perceber tarde demais. 

— Nós poderemos ser amigos e esquecer disso tudo. Eu acredito em você — propus seriamente.  

  — Eu amei te conhecer

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  — Eu amei te conhecer. E você me despertou algo mágico, algo bonito de se sentir e se você for feliz, então eu terei motivos para sorrir. Só não posso continuar fazendo essa besteira e mantê-la presa aqui. Eu juro corrigir meus erros, Lisandra...eu só não quero que sinta repulsa por mim. 

Ele fez um breve carinho na cabeça do bebê; eu o vi chorar novamente e o abracei pela cintura, sentindo a sua respiração misturada a um choro que ele tentava segurar inutilmente. 

— Vamos agora? Ou você prefere me levar amanhã? Eu vou respeitar seu momento, só por favor, não se descontrole mais. Você é um homem do bem, precisa ser forte contra seus instintos ruins. Eu gosto de você, mas é você que precisa se amar acima de tudo. 

Ele segurou minha mão e me conduziu para fora do quarto. Descemos as escadas e fomos para fora do casarão. O carro estava do outro lado e somente um portão de grade nos separava. E soltei sua mão quando ele precisava utilizá-la para abrir o cadeado do portão de ferro.  O jardim estava escuro, era uma noite quase breu e minha esperança de voltar para a casa só aumentava minha tranquilidade. Bernardo estava quieto e acordado e o envolvi em meus braços. 

Em silêncio, Matheo abriu o portão e pediu para eu ser a primeira a sair e neste instante uma sombra surgiu, impedindo minha passagem. 

A sombra apontava algo para mim. Matheo gritou e me cobriu com seu corpo, forçando-me a se abaixar e ouvi um tiro ser disparado. Senti o impacto.

  —  Matheo!!! 

Matheo caiu ao meu lado com a boca entreaberta e olhos arregalados. E ele grunhia de dor, esforçando-se para tirar a arma de seu bolso. Olhei para o portão de onde tinha vindo a bala e não encontrei mais a sombra. 

  —  Foge, Lisandra...foge...eu vou morrer...

A palma da mão de Matheo se abriu e eu peguei a arma e me ergui, assustada. Olhei ao meu redor e não vi ninguém. A pouca luz lá fora dificultava minha visão. 

  Uma pancada foi dada em minha cabeça e acabei desmaiando, sem conseguir conter Bernardo em meus braços... 

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