Lisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...
O tiro acertou a lateral da minha cintura e estou sentindo uma queimação. O mascarado me solta e se contorce de dor, acho que ele também foi atingido.
— Me atingiu! Me atingiu! — ele se soltava grunhidos e me xingava, eu ainda não conseguia me mover para saber o que ele estava fazendo.
Escutei os gritos de Christian, ele implorava para eu me levantar e rolei no chão, seguindo a força de sua voz. Ele pegava pelas golas do mascarado e o encurralava contra a parede. O rosto do mascarado estava nu e sendo revelado para todos.
— Seu merda! Você prefere se esconder atrás de uma máscara! — Christian estava muito irritado e não parava de socá-lo, eu só não entendia como ele tinha se soltado.
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Antes de fechar os olhos, a sirene da polícia soava longe e eu apenas chamava por ele.
— Christian...
Acho que algum tempo se passou depois de ter levado um tiro. Um pouco sonolenta, abri os olhos vendo tudo branco ao meu redor e a mão de Isaac estava sobre a minha.
— Ufa! Você acordou!— ele comemorou, beijando minha testa e a alisando.
— Onde estou?— questiono, imaginando estar num hospital.
— Você levou um tiro de raspão, mas vai ficar melhor. Seus pais estão lá fora. Conheci seu pai e ele parece ser um homem bom — ele me informa.
Ele estava muito distante ultimamente e raramente nos falamos. Mas eu gosto dele.
— Pensei em você a todo momento e fiquei transtornado quando aquele babaca avançou em você e....— Isaac chorava e seu rosto fino corava.
— Eu vou ficar bem, não se preocupe— falei, recebendo um beijo quente de seus lábios.
— Eu te amo, Isaac. Não me deixa sozinha, quero você comigo sempre.
Foi uma pequena ferida e logo recebi alta. Fui para casa acompanhada de meus pais, que estavam conversando como dois velhos amigos, e Isaac sempre segurava minha mão e me beijava. Soube que Matheo e Miriam tinham fugido. Vini foi preso e assim pude respirar mais aliviada, acreditando que Matheo, talvez, tenha se arrependido e não irá mais pensar em mim.Ele precisa entender que suas atitudes só trouxeram problemas.
Isaac entrou em meu quarto e o puxo para se sentar sobre minha cama. Sento-me ao seu lado e empurro seu corpo para baixo, fazendo-o se deitar de frente para mim.
— Fiquei com medo de perder você... — Isaac me dizia, enquanto alisava minha testa com seu polegar.
— Não pense mais nisso, estou melhor e eu amo você.
Ficamos alguns momentos nos olhando até o sono fazer nossos olhos se fecharem.
Alguns estalos ecoavam no meu ouvido e só acordei quando não aguentava mais ouvir minha janela ser atingida por pequenas pedras. Eu afundava meu rosto no travesseiro e nada de dormir em paz. Saí da cama, pronta para esbravejar até incomodar os meus vizinhos, se fosse necessário.
Abri as janelas e avistei Christian do outro lado dos portões de grade. Ele me chamava, acenando.
— Me esqueça, Christian! Eu não vou falar com você, OK? Vá embora!
Fechei as janelas com raiva e olhei para minha cama, vendo Christian deitada nela.
— Mas como você parou aqui?Como?Christian!
— Eu te amo,Lisandra e quero passar esta noite e todas as outras com você.
— Isso é mentira! Sai da minha cama! Seu folgado!
Eu o batia com o travesseiro até o cansaço vencer e eu me entregar a essa paixão engasgada.
Abri os olhos e Isaac me olhava do outro lado da cama, estupefato.
— Você ainda gosta dele, né?
— Quem?
— Eu vou embora, vai ser melhor assim. Seus pais estão aqui e não há nada mais protetor que os próprios pais. Então, até mais.
— Não, Isaac!— eu o chamei quando ele saiu da cama e foi direto para a porta.
— Isaac!Volta aqui! Eu não vou atrás de você! Merda! Aiii!!! Maldito Christian! Ele estraga tudo! Porque eu tive de falar seu nome! Por que eu tive de sonhar com você! Ai, que ódio!!!
Não sei por que tive esse sonho desagradável quando através da minha janela não é possível ver a frente de minha casa. Eu sou uma tola.
