Meu peito pulsou ao ouvir aquelas palavras. Ele não aceitava, ele se negava a querer admitir o que mais doía: seu amor por mim. Estamos nos machucando e isso é tão errado, só que eu o amo e mereço cultivar esse amor.
Christian ofegava e estava diante de meus olhos. Nossos olhos se tocavam numa distância de um metro.Meus passos diminuíram nossa distância e minhas mãos tocaram levemente seu rosto.
— Isso machuca muito...— ele diz e começa a chorar na minha frente.
— Onde está Miranda? — pergunto, desejando ouvir que eles não estão mais juntos.
— Ela não veio. Tivemos uma discussão e apareci aqui para esfriar a cabeça. Eu a beijava e a chamei de "Lis".
— Isso é complicado — falo, sem encontrar as palavras certas. — Eu amo você e acho que sente o mesmo por mim.
— Você ainda acha? — ele ergue as sobrancelhas, indignado. — Eu estou completamente apaixonado por você e a única coisa que está nos atrapalhando é sua falta de confiança. Nunca pensei que a confiança fosse tão importante assim e eu nunca lhe dei motivo para ausentar esse sentimento— desabafou.
— Ah, Christian você não me compreendeu, eu só queria...
Ele me beijou, sem me permitir finalizar a frase. Ele segurou meu rosto entre suas mãos frias e eu o abracei pela cintura.
Não quero machucar as pessoas ao meu redor e também não quero que Christian sinta essa responsabilidade, mas ele precisa terminar com Miranda e eu preciso dele ao meu lado.
Estávamos juntos e nossas teimosias, orgulhos necessitam ser exterminados.
— Eu te amo, Lis.
— Eu te amo Chris.
Rimos com a rima de nossos nomes. Tocamos nossas testas e ficamos por um momento assim, sem dizer nada, apenas nos olhando, porque era suficiente para expressar o nosso amor.
— Me perdoa...— murmuro.
— Me perdoa também...— ele repetia e estávamos nos entendendo pela primeira vez, talvez.
Faróis projetaram contra nós e nem deu para eu me virar para ver que carro estava rasgando o asfalto, pois Christian me empurrou para o lado. Um carro bateu nele.
— Christian!!! — gritei, vendo-o jogado de lado no chão. Esforcei-me para levantar e quando o carro passou por mim, Miranda estava dentro do carro.
Arrastei-me até Christian e ele ainda estava acordado, reclamando de dor. Pedi para ele não se mover e procurei o meu celular dentro da minha bolsa.
A ambulância chegou e eu deixei uma mensagem para Daniela, implorando para ela voltar para casa, porque naquela noite, eu não voltaria. Aquele domingo de noite se tornaria longo e eu só queria saber do estado de saúde do amor de minha vida.
Christian teve alta no dia seguinte. Apenas fraturou o braço , porque Miranda freou o carro o quanto pôde para não atingi-lo. Seu alvo era somente eu.
Quando ele voltou para a casa, eu o acompanhei junto de Danúbia. Ela permitiu que eu ficasse com ele e sentada ao seu lado, Christian me puxou para se deitar sobre seu peito.
— Você me salvou mais uma vez — inicio enquanto estamos olhando para o teto e ele alisa meu braço e eu aliso seu peito, sobre a camisa branca que está usando.
— Quem será que estava no volante?
— Miranda — respondo, sem titubear.
— Por que está dizendo isso? Miranda não estava lá — ele me contraria e põe em dúvida a minha visão daquela noite.
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Ficção AdolescenteLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...