Capítulo 98☘

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Meu peito pulsou ao ouvir aquelas palavras. Ele não aceitava, ele se negava a querer admitir o que mais doía: seu amor por mim. Estamos nos machucando e isso é tão errado, só que eu o amo e mereço cultivar esse amor. 

Christian ofegava e estava diante de meus olhos. Nossos olhos se tocavam numa distância de um metro.Meus passos diminuíram nossa distância e minhas mãos tocaram levemente seu rosto. 

  —  Isso machuca muito...—  ele diz e começa a chorar na minha frente.  

— Onde está Miranda? —  pergunto, desejando ouvir que eles não estão mais juntos. 

—  Ela não veio. Tivemos uma discussão e apareci aqui para esfriar a cabeça. Eu a beijava e a chamei de "Lis". 

—  Isso é complicado —  falo, sem encontrar as palavras certas. — Eu amo você e acho que sente o mesmo por mim. 

— Você ainda acha? —  ele ergue as sobrancelhas, indignado. —  Eu estou completamente apaixonado por você e a única coisa que está nos atrapalhando é sua falta de confiança. Nunca pensei que a confiança fosse tão importante assim e eu nunca lhe dei motivo para ausentar esse sentimento—  desabafou.

  —  Ah, Christian você não me compreendeu, eu só queria...

Ele me beijou, sem me permitir finalizar a frase.  Ele segurou meu rosto entre suas mãos frias e eu o abracei pela cintura.

Não quero machucar as pessoas ao meu redor e também não quero que Christian sinta essa responsabilidade, mas ele precisa terminar com Miranda e eu preciso dele ao meu lado. 

Estávamos juntos e nossas teimosias, orgulhos necessitam ser exterminados. 

  —  Eu te amo, Lis. 

—  Eu te amo Chris. 

Rimos com a rima de nossos nomes. Tocamos nossas testas e ficamos por um momento assim, sem dizer nada, apenas nos olhando, porque era suficiente para expressar o nosso amor. 

—  Me perdoa...—  murmuro. 

—  Me perdoa também...—  ele repetia e estávamos nos entendendo pela primeira vez, talvez. 

Faróis projetaram contra nós e nem deu para eu me virar para ver que carro estava rasgando o asfalto, pois Christian me empurrou para o lado. Um carro bateu nele. 

  —  Christian!!! —  gritei, vendo-o jogado de lado no chão. Esforcei-me para levantar e quando o carro passou por mim, Miranda estava dentro do carro. 

Arrastei-me até Christian e ele ainda estava acordado, reclamando de dor. Pedi para ele não se mover e procurei o meu celular dentro da minha bolsa.

A ambulância chegou e eu deixei uma mensagem para Daniela, implorando para ela voltar para casa, porque naquela noite, eu não voltaria. Aquele domingo  de noite se tornaria longo e eu só queria saber do estado de saúde do amor de minha vida. 

Christian teve alta no dia seguinte. Apenas fraturou o braço , porque Miranda freou o carro o quanto pôde para não atingi-lo. Seu alvo era somente eu. 

 Quando ele voltou para a casa, eu o acompanhei junto de Danúbia. Ela permitiu que eu ficasse com ele e sentada ao seu lado, Christian me puxou para se deitar sobre seu peito. 

  — Você me salvou mais uma vez —  inicio enquanto estamos olhando para o teto e ele alisa meu braço e eu aliso seu peito, sobre a camisa branca que está usando. 

— Quem será que estava no volante?

—  Miranda —  respondo, sem titubear. 

—  Por que está dizendo isso? Miranda não estava lá —  ele me contraria e põe em dúvida a minha visão daquela noite. 

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