Capítulo 113☘

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Encontrar aquele carro naquele estado me fez desesperar. Era exatamente um carro do mesmo modelo do Christian e eu só queria pular do veículo no qual eu estava e me jogar na pista, se fosse necessário. 

O meu desespero foi tão desproporcional que Noah me abraçou e aconchegou em seu braços. 

  — Christian está naquele carro! Christian está naquele carro!

— Que carro? —  Noah me perguntava e eu apontava para ele até perceber que nosso carro estava em movimento e a imagem do carro virado parecia estar em cada trecho que passávamos. Eu realmente estava ficando louca e preocupada. 

Fechei meus olhos e afundei no peito de Noah. Escutei o motorista perguntar se eu precisava de alguma coisa e Noah confirmou, pedindo um copo de água. 

Era um arrependimento imenso, cravado em minha consciência. Eu tinha mentido para a pessoa que mais me queria perto. 

— Seja meu amigo, Noah, por favor. Não precisa me explicar nada, só seja meu amigo. Preciso de você —  falei com a voz embargada, decidida a querer Noah perto de mim.

Ele ergueu meu rosto entre suas mãos e senti seu perfume. Nossos olhos se encontraram e quando seus lábios queriam os meus, impedi-o. 

— Seja apenas meu amigo, Noah, por favor...—  implorei.

— Está bem...

Noah me levou até em casa e meus olhos vermelhos de tanto chorar fizeram minha mãe me questionar.

— O que aconteceu? O que está acontecendo, Lisandra? Não aguento mais vê-la sair com tanta frequência assim, sem me dar detalhes de suas saídas! Por que chora?

— Mãe, eu não sou mais criança. Estou assim, porque eu gosto do Christian, mas nunca vamos ficar juntos. É muito complicado!— retornei ao meus desespero e voltei a chorar copiosamente em seus braços.

Naquele momento, escolhi seguir meu caminho. Mudar de casa e aceitar minha vida de Instagrammer eram meus planos de agora em diante. 

Começar pelo meu usuário amador e aleatório, resolvi mudar para @lis_oficial. Alana me auxiliou a viver esse mundo digital da melhor forma.Aconselhou-me a fazer encontros com meus fãs com mais frequência.

 Às vezes eu me olhava no espelho e queria gritar de raiva só de ver uma espinha aparecer ou quando olheiras adoravam se destacar sob meus olhos. Estava cansativo a semana e eu queria ficar dentro do meu quarto eternamente. Precisava terminar de arrumar meu novo apartamento e a mudança era muito cansativa. 

Minhas aulas tinham chegado ao fim e tive de tolerar ver Clarisse e Eva por alguns dias. A organização da formatura não me interessava e não estava disposta a encarar a um baile de formatura, sem ter ideia de quem convidar.

Eu conversava com Noah e estávamos mais amigos, porém eu não o queria como meu acompanhante. 

Ele teria um filho e assustado com essa novidade, sempre me pedia conselhos.

— Você vai assumir seu filho e superar, cara! Confie em mim, a sua vida vai mudar para melhor. Responsabilidade é necessária para o nosso crescimento, não se esqueça disso. 

Ele gostava de me ouvir e eu adorava sua companhia. Eu sempre costumava a ver as postagens de Christian, porém não ousava deixar meus rastros. 

Queria que Christian se arrastasse aos meus pés e não aceitasse o nosso distanciamento. Mas Gaby e Miranda conseguiram me fazer ter medo de amar Christian. Nunca vou esquecer do que elas aprontaram e vou me vingar assim que eu estiver pronta para atacar e me defender. 

 Nesse momento de reflexão, alguém apertou a campainha e corri para atender, pois eu estava sozinha em casa. 

  — Noah! — abracei-o, supresa pela visita. 

— Desculpa por não ter avisado —  ele diz, envergonhado e me presenteia com flores. 

—O romântico das flores! — ergo o buquê e agradeço. 

Ele suspira e entra em minha casa, cabisbaixo. Convido-o para se sentar e ele comenta:

— Meus pais ainda estão relutantes em acreditar que serei pai. Eles estão chateados e eu estou perdido. Não me dou com a garota. 

Ponho a mão em seu ombro, consolando-o. 

— Você já é um homem, Noah. E apesar de ser tão jovem e inexperiente, só aprenderá a ser pai quando tentar. Só não abandone seu filho por medo ou desprezo. Seu vínculo é com a criança e sobre a garota, você vai precisar ter muita paciência. 

Noah suspira e me abraça. Escuto seu gemido e ele está chorando, molhando meu ombro com suas lágrimas, mas seu abraço é tão forte que não consigo reagir de outra forma a não ser tentar acalmá-lo. 

 — Não precisa ficar assim, você é forte e será um pai extraordinário. Todos nós precisamos crescer, Noah.

  — Eu sei, só...não esperava ser pai assim...despreparado. 

— Pensa por um lado positivo. Ele vai crescer e vocês vão parecer irmãos —  tento animá-lo um pouco e enxugo suas lágrimas, alisando seu rosto. 

— Eu quero tanto beijar sua boca, Lis.

— Não me chame assim — repreendo-o. 

Ele meneia a cabeça, desistindo de me convencer pela enésima vez que deveríamos ficar juntos. 

— Eu vou ajudar no que for preciso. Até trocar as fraldas —  digo, conseguindo tirar um sorriso de seus lábios. 


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