Capítulo 70 ☘

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Nossos olhos se fixaram como dois rios de fontes distintas quando desaguam no mesmo mar.Naquele instante seus olhos claros cristalinos como a água me transmitiram uma inocência, claramente camuflada. Pessoas dos olhos claros são as mais perigosas e não conseguirão me enganar. 

Matheo parecia não querer se distanciar de mim e eu por um um milésimo de segundo, pensei em desistir e me resignar a colaborar em ficar quieta ali, sem fazer absolutamente nada. Entretanto, eu não me sentia mais a mesma pessoa de minutos atrás, ou melhor, desde que boa parte de meus cabelos caíram no chão e sofri calada. 

—Você é linda e não quero ver você sofrer por causa de um novo corte - ele quis brincar, passando suavemente sua mão em meus cabelos curtos

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—Você é linda e não quero ver você sofrer por causa de um novo corte - ele quis brincar, passando suavemente sua mão em meus cabelos curtos. Eu vou dar um jeito nesses cabelos.

— Obrigada ...

— Nunca aceite as pessoas te machucarem. Você é linda e não precisa se encaixar em nenhum padrão para se sentir melhor. Seja você. 

—E por que você me machuca? Eu quero voltar para a casa, minha mãe deve estar preocupada. Estou sem meu celular e preciso dar notícias. 

Matheo pôs a mão na boca e recuou, pensativo. Depois passou a mão levemente em sua testa. Ele pensava como amenizar aquela situação, talvez, um arrependimento estava despertando-o de maneira a liberar todos os reféns. 

— Não posso — ele me responde, de costas. 

Quem não pode ficar aqui presa sem atitude alguma sou eu. Minha paciência tem limite e lá vou eu. Matheo realmente sentiu-se consternado com a minha situação e acabou deixando a chave sobre o chão. Ele tinha a soltado quando corria para me ajudar. 

Agacho-me disfarçadamente e pego a chave, observando-o ainda de costas, indo até a porta para fechá-la, pois ainda estava aberta. Entretanto se eu permitisse, ele acabaria descobrindo e eu teria de devolver a chave. Pensei em algo o quanto antes. 

— Matheo, não estou passando bem...acho que bati a cabeça quando Miriam me empurrou e agora estou sentindo uma tontura. Me ajuda aqui - falo, com os joelhos sobre o chão.  Ele se vira e se apressa a me ajudar a se levantar. Puxa-me pela cintura e me leva até a cama. 

— Um copo de água, por favor — implorei. 

Matheo saiu em direção à cozinha embutida ao quarto e se eu não fosse rápida, eu perderia a última chance de fugir. Se ele tivesse ido à geladeira, a parede que separava a cozinha do quarto dificultaria a visão. Corro o quanto antes, aproveitando a oportunidade de que a porta estava aberta e nem precisaria usar a chave. Apresso-me a sair e quando sinto o alívio me consumir, uma arma apontada para mim surge. Um mascarado com um modificador de voz no pescoço. 

Devia ser o mesmo que me agrediu e era mais violento. 

—Seu babaca! Vai deixar essa babaca solta?! Levanta as mãos, sua ordinária! Levanta! — ele me ordenou aos gritos robóticos. Ergui as mãos  e recuei vagarosamente, sem tentar desafiá-lo. Matheo interferiu, tomando-lhe a arma com um golpe certeiro.

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