Capítulo 66☘

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Isaac terminou seu show, apertando minha mão e orgulhoso de estar ao meu lado. Na verdade, eu tinha orgulho de estar com ele e meu sorriso era minha força de resistir e de aceitar a sorte que é namorar um dos caras mais cobiçados. 

Ele beijou minha bochecha e depois sussurrou no pé de meu ouvido:

  — Vamos aproveitar um momento só nosso? Topa pipocas e filme ou prefere continuar aqui?

—  Prefiro o que você quiser, é só me levar e não largarei sua mão jamais —  falei, abraçando-o e depois percebendo a sujeira colorida grudada em minha camiseta. 

Isaac riu ao ver meu estado e combinamos de nos ver assim que eu tomasse um banho. 

—  Vou fazer as pipocas e a nossa noite vai ser especial! —  ele exclamou enquanto andávamos pelo saguão.

Entramos no elevador e Isaac me agarrou pela cintura. 

  — A festa estava boa, mas vamos combinar que um momento a sós é uma grande oportunidade, não acha?

—  Sim. Eu desejava muito ir embora de lá, porque olha a minha situação —  volto a falar sobre as tintas coloridas sobre meus cabelos, rosto e camisa. 

— Você está gata! Olha, acabei de me sujar também —  brincou Isaac, beijando todo meu rosto.— Meu coração é seu e sempre será, eu prometo.

São promessas faladas ao vento e cedo demais para cumpri-las, então não quero me iludir com a perfeição que é ouvir e namorar Isaac. Ele não é perfeito, tem suas fragilidades e eu o admiro por ser essa pessoa sincera e amável. 

Talvez, seja cedo para falar que nascemos um para o outro, mas farei de tudo para fazê-lo feliz ao meu lado. Nos separamos quando cada um entraria em seu quarto, respectivamente. Eu tomaria um banho e logo apareceria para conversarmos, comer pipocas com ketchup e assistir um filme romântico dos anos oitenta. 

Em poucos minutos, já estou de volta, usando um moletom, espero não decepcionar Isaac, afinal, não será um encontro, apenas um momento divertido em que ficaremos sentados lado a lado e se sujando com Ketchup...ok...isso não é nada romântico...aliás, é nojento e espero que ele não incomode com as minhas pantufas de panda.

Girei a maçaneta e acabei vendo Christian beijando a boca de Clarisse. Os dois estavam encostados na batente da porta do quarto dele e mais um pouco a bainha da saia de Clarisse acabaria chegando ao seu umbigo. Engoli uma saliva pesada com aquela cena e não pude recuar. As mãos de Christian estavam na cintura nua da garota e mais um pouco, poderiam apalpar seu traseiro. 

Senti uma vontade de avançar nos dois e acabar com aquela falta de decência, mas estou usando pantufas  e moletom, então acho melhor não tentar fazer nada. Seria uma atitude ridícula depois daquela conversa com Christian. 

Ele me viu, seus olhos se entreabriram e sua língua continuou dentro da boca daquela garota traíra. Ela dizia ser minha amiga e jogou uma amizade de infância no lixo.

Recuei para dentro do quarto e fechei a porta. Não sei bem o que estava acontecendo do outro lado, pois não existia olho mágico e tentei olhar pelo buraco da fechadura, entretanto não dava para ver merda nenhuma. 

Minhas costas ficaram escoradas na porta e esperei até poder sair, sem escutar piada, seja de Christian ou de Clarisse. Os dois deviam estar bêbados. 

A minha campainha tocou e fiquei com um certo receio de abri-la. Passei as mãos sobre os cabelos e puxei a porta. 

Christian estava na minha frente, sozinho, ufa! Pelo menos isso. Ele começou a melhor dos pés a cabeça e abafou uma gargalhada.

—  Vai para alguma festa do pijama? 

—  Não te interessa, seu idiota. 

Ele encolheu os lábios e não desfez aquele sorriso de deboche. 

—  O que você quer? —  perguntei, cruzando os braços. 

— Se Isaac te ver assim, ele vai fugir, com certeza. Pretendia ir até o quarto dele com essa roupa e pantu-fas?

Cocei a cabeça por um momento e encontrei uma resposta para dar a este idiota. 

— É que Isaac não se importa com o que estou vestindo, ele não é um babaca como você. E se vestir assim é suficiente para fazê-lo fugir, porque você ainda está aqui, se é o primeiro o qual eu desejo me livrar?

Tome esta! Um soco certeiro no estômago!

Christian estava insistindo em me perturbar e se Isaac aparecesse seria o mais desejável neste momento ruim. 

— Não se precipite, tudo bem? Se Isaac querer dar um passo maior, sei lá, eu não sei como dizer...

—  Se eu quiser dormir com Isaac, garanto que nem pensarei em você, muito menos em seu conselho, até porque, nem vou me lembrar —  falei, rindo. —  Pare de se comportar como se fosse minha mãe e cuide de sua vida. Porque você deveria tomar mais vergonha na sua cara e não ficar agarrando garotas por aí na vista de todos. 

  — Não durma com Isaac, ok? Não durma com ele, você não pode fazer isso —  ele ordenava, apontando o dedo na minha cara. 

—  Por que não? Desde quando você manda em mim, seu babaca de merda? —  avancei um passo, fazendo-o abaixar o dedo e se sentir acuado. 

— Porque Gaby pode estar grávida dele e você vai se machucar —  ele disse, recuando um passo para trás. 

—  Gaby não está grávida e se estiver, não tenho medo de enfrentar a vida. Posso aceitar isso numa boa e continuar namorando Isaac. Uma atitude muito madura, não acha?

Christian mordeu os lábios e não disse nada, apenas recuou de costas até seu quarto, fechando-o num baque. 

É uma dor não poder se decidir, dói ter medo de tentar e eu não quero me decepcionar, não posso estragar algo tão puro entre mim e Isaac. Christian beijou Clarisse depois de me falar algo tão intenso e imprevisível partindo de alguém como ele. 

Apertei a campainha de Isaac e olhei para a porta de Christian através de alguns relances até ser atendida. 

Isaac me deu um abraço e elogiou minhas pantufas. 

—  Cara, você está tão linda! Meu Deus! Olhe para você, eu sempre quis namorar uma garota simples, sem maquiagem pesada, trajando um moletom legal e pantufas legais —  ele disse, beijando a ponta do meu nariz e me puxando para dentro do seu quarto. 

Duas almofadas estavam no chão e um pote de pipocas entre elas, além de uma garrafa de um litro de refrigerante e sachês de ketchup. 

O notebook estava ligado e uma lista de filmes eram mostrados na tela. Isaac conectou o notebook à televisão sobre a estante e optou pelo gênero de romance. A cama servia de apoio para nossas costas e Isaac não parava de me elogiar e me apertar para perto de seu corpo. 

 — Eu amo você, Isaac — falei, olhando para ele. 

Sem dizer nada, ele pegou meu queixo e beijou meus lábios num toque de mágica e o agarrei pela nuca, derrubando o pote de pipocas no chão e pouco se importando se a garota do filme chorava por ter sido abandonada pelo seu primeiro namorado. 


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