Capítulo 126☘

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Entrei em seu carro, decidida a ir atrás de salvar Noah. A viatura da polícia estava muito a frente de nós e sentado ao lado do motorista, tentei ao máximo não pensar em nada, apenas em focar no salvamento de Noah, que não merecia passar por aquilo. 

Senti a ansiedade se apossar de mim e não consegui respirar direito; abaixei o vidro da janela e deixei o ar frio adentrar enquanto Christian dirigia ao meu lado. 

  — Dará tudo certo —  ele disse e apertou minha mão, sem desviar do foco da sua direção. 

— Só quero ver Noah vivo, somente isso. Nunca me perdoarei se alguma coisa de ruim acontecer com ele. 

A imagem de Noah gritando e sentindo dor só fez meu coração disparar, pois mais próximos dele estávamos. 

Encostei a testa na janela entreaberta, e as lágrimas escorreram, só aumentando o medo de perder alguém tão importante. 

— Estamos seguindo a polícia, mas precisamos tomar muito cuidados, pois eles não querem que estejamos expostos. 

— Mas se o cara se assustar, vai matar Noah e isso não quero de jeito nenhum!

— Fica calma, Lis...não podemos e nem devemos sofrer antes da hora.

— Então, acharam o paradeiro dele com facilidade? — perguntei, curiosa em saber como foi tudo tão rápido. 

— Na verdade, ele tem um histórico criminal extenso e anda sendo procurado. Adora abordar garotas e principalmente as mais famosas em redes sociais. Digamos que a garota que morreu queimada não era sua irmã, mas uma amiga da faculdade. Ele faziam parte de um grupo secreto da internet que aproveitavam seus momentos livres para humilhar e perturbar a paz de pessoas públicas. 

— Isso é tão doentio...— murmurei.

— Na verdade, essas pessoas se tornam obcecadas e acabam se tornando os famosos haters.

— Recebi mais um vídeo de Noah sendo espancado —  falei e mostrei Noah sendo surrado no rosto. 

Christian suspirou e retirou uma arma do compartimento na minha frente. Meus olhos arregalaram e meu coração congelou. Fiquei completamente sem reação.

— Que merda é essa, Christian?! —  gritei, rasgando a minha garganta.  

Ele parou o carro em um acostamento e destravou a arma, como se não tivesse me ouvido. 

— Pode parar com essa merda! Não irá usar isso! —  gritei firmemente.  

— Por favor, não se intromete. Se quer que seu garoto esteja vivo, então vai ser do meu jeito. 

Ele saiu abruptamente do carro e travou as portas, deixando-me presa. 

— Você vai ter coragem de me deixar sozinha aqui?!— exclamando, colocando a minha cabeça para fora. 

  — Você nunca ficará só, Lis — uma voz conhecida saiu detrás de mim, vindo pelo porta-malas. 

Era Jonas, ajeitando seu óculos e pulando para o banco detrás. 

  — Quê?!  

— Vamos voltar para a casa e deixar que a polícia e Christian resolvam isso, sem colocá-la em risco. 

Jonas ligou o carro e só avistei Christian seguindo em frente, com a arma em uma das mãos. E definitivamente, eu não queria e não precisava permanecer de mãos atadas. 

Então, o carro ligou e Jonas deu o retorno, voltando para o caminho de tínhamos passado. Consegui abrir a porta ao meu lado e me joguei no chão, rolando meu corpo e o machucando, com o resultado do atrito com o asfalto.

— Lisandra!

— Vão à merda! —  gritei e me levantei com toda a rapidez, correndo atrás de Christian. Se ele fosse fazer alguma besteira, eu estaria lá para impedir. 

Ninguém vai controlar o que eu devo ou não fazer. E longe de mim perder duas pessoas que eu amava. 

Com o celular em mão e um sinal não tão bom, recebi um vídeo sendo transmitido ao vivo há alguns minutos, mostrando Noah sangrando pelo nariz e boca. 

  — A culpa é da Lisandra, aquela garota assassina! Ela pôs fogo em minha irmã e vai pagar muito caro. Eu quero que vocês invadam a merda da conta do Instagram dela.  

Se eu fosse fraca, estaria chorando e me entregando à culpa de existir. 

  — Lis! —  Gaby saiu entre os arbustos daquele matagal, segurando uma  lanterna.

  — Gaby! O que faz aqui?

— Ué, aquele imbecil, além de transmitir uma live, deixou habilitado a localização dele. Então, chamei a polícia e vim em seguida, pois aquele merda tem que me entregar o colar da minha avó quando ele foi até minha casa, fingindo ser um modelo famoso. Ele tem tantas identidades que nem sei qual é seu nome. Mas o italiano Luigi sei que não é. 

  — Não tenho tempo para falar de passado, precisamos salvar Christian. Ele está com uma arma. 

— Ah, não acredito! —  Gaby se desesperou e me puxou pelo braço para irmos em frente. Jonas nos alcançou e os três agora estavam juntos. 


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