Capítulo 19 ☘

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 Nana deve ter ido para outro quarto e nem teve condições de seguir seu irmão. Todos correram como formigas fugindo de água. E escolhi justamente o quarto do Christian. Só faltaria ele achar que fiz aquilo proposital e estava correndo atrás dele numa situações daquelas. Girei a tranca da porta e encostei minhas costas nela, engolindo uma saliva pesada. Christian se recompôs, soprando e esticando os braços para o alto.

—Você viu a Nana? — ele perguntou.

—Não —respondi, desanimada, olhando para o chão.

Ele passou as mãos nos cabelos, jogando-os para trás e os fazendo ficar mais arrepiados e sedosos. À pouca luz das velas, seu rosto e corpo eram nítidos e ele estava com mais raiva do que medo.

— Por que me defendeu quando Isaac quis me trocar pela Gaby? —ok. Fazer aquela pergunta para aquele cara era pedir para ser xingada e humilhada, mas a curiosidade do contraste de seu comportamento me forçou a iniciar esse tipo de conversa.

Ele soprou e balançou a cabeça.

— Porque aquele psicopata iria perder as estribeiras e fazer algo pior, não sei.

— Você não foi com a minha cara desde o início, por que se preocupou comigo? —alteei a voz.

— Que tipo de pergunta é essa? Eu nem te conheço direito, garota, se toca! Eu não iria deixar mais ninguém nas mãos daquele imbecil. Estava na cara que ele não soltaria Gaby.

—Para quem pegou a Gaby num dos quartos e a beijou quase inteira, você foi bem frio e calculista. Isaac não merecia ser traído daquele jeito! Ele é um cara maravilhoso!

Christian se virou para o meu lado, e arqueou uma de suas sobrancelhas, franzindo a testa.

—Então, você me viu com Gaby? E daí? vai contar para o corno? E se ele é tão maravilhoso, por que ele não pensou duas vezes antes de te mandar para a forca?

— Ele agiu pelo desespero. Eu entendo o lado dele.

— Todos estavam desesperados e nem por isso, eu permitiria você ser trocada por ela —ele disse, aproximando-se demais de mim e me fazendo comprimir contra a porta. Não vou mentir, aquelas palavras me calaram de um jeito surreal. Eu merecia aquela patada.

—O que eu devo fazer? Agradecer sua atitude? É isso?

Christian fez um sorriso sarcástico e recuou dois passos.

— Você é uma idiota, garota. Não me faça perder tempo com papo furado. Eu só quero sair desse lugar vivo com a minha irmã.

Depois disso, ninguém falou mais nada e Christian agachou-se, apoiando os antebraços sobre o joelho e teclando no celular. Devia estar falando com sua irmã. Meu celular vibrou algumas vezes e eu hesitei em olhá-lo. Eva avisava que estava no mesmo quarto que Clarisse e perguntava onde eu havia entrado. Olhei para Christian pelo canto dos olhos e o vi soprar algumas vezes, agoniado. Meus lábios coçavam, entretanto me mantive calada.

Ele se levantou e bateu as mãos nas calças, um comportamento, talvez, para diminuir a tensão. Nenhum de nós falou nada. Permaneci focada na tela do meu celular. Senti meu corpo tremer frio quando algo metálico arranhava a porta do outro lado, causando um rangido áspero.

Paramos e nos encaramos, feitos estátuas. Nenhuma voz humana, somente passos lentos e algo roçando a porta.

Ninguém ousou girar a maçaneta por fora e mesmo sem a certeza, provavelmente era uma pessoa.

— O que vamos fazer?— sussurrei assim que se distanciaram de nós.

Christian não falou nada, apenas colocou o dedo indicador entre os lábios e encostou o ouvido na porta.

— Não dá para ficar aqui dentro, vamos sair —  ele avisou, abrindo cautelosamente a porta.





Obrigada!!! 

Estou muito feliz com os comentários e leituras!!! Isso me motiva muita a continuar e vou liberar com mais frequência!! Desculpe pelos erros, com o tempo, eu vou revisar e corrigir, prometo! E vou responder a todos, agradecendo pelo carinho e presença! Muito obrigada mesmo! Não desistam da história, faço com muito carinho. 

Feliz Páscoa ♥ ♥  

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