BÔNUS XVII - Isaac narrando...

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Miriam estava encostada na parede do prédio e de braços cruzados;  saio do carro, exasperado. Estou dando passos largos em sua direção, contrariado. 

— Grande espetáculo, né, sua víbora! — grito com ela, assustando-a. As palmas de minhas mãos não a deixam fugir. Encurralo-a contra a parede e extravaso a minha raiva. 

— O que está fazendo aqui? Eu vou te levar para a delegacia e você vai ser presa, sua desgraçada! Você quase me matou! — dou um soco na parede ao lado de sua cabeça.

Ela começa a chorar e não tem coragem de olhar na minha cara. As lágrimas descem ao chão e não sinto nem um pingo de piedade.

— Por sua causa, Lisandra quase morreu! A minha vontade é de acabar com você! 

 Ela não para de chorar e não fala nada, o que me angustia mais ainda.

— Fale alguma coisa! Fale! O que está fazendo aqui?!

— Me perdoa! Eu estou fugindo, eu me arrependo por tudo, por favor, me perdoa...—ela implora, ajoelhando-se e juntando as duas mãos.—Eu fiz tudo aquilo, porque eu te amo e sou louca por você, pelo amor de Deus, me perdoa!

Levei-a para dentro do prédio.

— Eu sou um merda por fazer isso. Eu deveria levá-la para a polícia, sua maldita! Como eu te odeio!

Tiro a chave do meu bolso e abro a porta, empurrando-a para dentro. 

— Agora diga tudo e não me esconda nada! Quem são aqueles caras e por que eu fui escolhido?

— Eu te amo e acabei errando com você. Eu não queria te machucar, fiz de tudo para poupá-lo.

— Grande coisa! Nossa, como eu sou agradecido pela sua bondade de merda! — giro sobre meus calcanhares e me apoio na porta, dando um soco tão forte até sentir uma dor horrível. 

— Eu errei e sei que fiz mal para sua namorada, mas acabei desistindo e fugi. Eu não podia continuar lá. Eu não queria mais e...

—Cala a boca! Cala a boca! Cala a boca! 

Avancei nela e apertei seus braços até ela reclamar de dor e a joguei contra o sofá. 

— Você acabou com meu namoro! Você me fez passar por aquela humilhação, senti medo de perder Lisandra e ouvi Gaby gritar loucamente e me senti a pessoa mais inútil do mundo, sem poder fazer nada, sem poder matar aquele maldito! 

 Acalmei-me e Miriam estava encolhida, abraçando as próprias pernas, com medo de mim. Agachei-me ao seu lado e toquei seu ombro. Nós dois chorávamos.

 Nós dois chorávamos

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— Como alguém ama outra, se é capaz de calcular um plano daqueles? Como eu posso ser amado por alguém que ultrapassa os limites e enfrenta a própria lei para machucar outras pessoas? Se me amava, por que não foi sincera? Por que não me conquistou como uma pessoa normal faria? Precisava me machucar?  Eu só consigo ver uma jovem louca que não tem controle sobre a própria vida e vai perder tantas coisas boas, se continuar machucando os outros com tanta maldade. 

— Me perdoa...  — repetia Miriam.

— Está com fome? — perguntei, erguendo meu corpo e indo até a cozinha. Ela ainda não tinha me respondido e tinha comida congelada. Estou com o estômago ansiando por comer algo e decido colocar um pote de lasanha no micro-ondas. — Pode passar esta noite aqui. E amanhã decidimos o que fazer.

—Obrigada... —ela agradeceu e permaneceu encostada na parede, sentada no chão ao lado do sofá. 

— Não vou mais pressionar ou perguntar que tipo de merda você tinha na cabeça, então se levanta daí e venha para o sofá. Eu vou procurar um lençol para você.

 O micro-ondas apita e retiro o pote cuidadosamente, pois está muito quente. Deixo-o sobre a mesa e a chamo para comer. 

— Lave as mãos no banheiro e venha comer—falo, retirando as luvas das minhas mãos. 

— Eu fiz tudo aquilo, porque estava com uma ideia fixa, fora do normal. Eu amo você, Isaac e sempre amei desde que ficamos juntos pela primeira vez quando você nem conhecia Gaby. Me perdoa, eu prometo deixá-lo em paz, mas eu... — ela começou a se desesperar e deitou-se sobre o sofá, escondendo o rosto com as mãos. Aproximei-me e me sentei ao seu lado, segurando seu rosto, obrigando-a a olhar para mim no fundo dos meus olhos. 

— Pare de chorar! Pare de chorar! Não adianta se arrepender do que fez! Você me traiu como amiga para tentar ser minha mulher e agora está chorando? Não adianta! Eu vou comunicar meu advogado e tentar ajudar você de alguma forma. 

— Eu vou ser presa! Eu já tenho vinte e dois anos e...não sei...eu sequestrei várias pessoas. Eu falsifiquei minha identidade, eu...errei muito...

— Cala a boca...por favor - eu peço para ela parar de tocar neste assunto, senão eu vou ficar maluco. 

—Por favor, Isaac...

— Cala a boca!— Não aguento e a beijo.

Feliz Copa, minha gente! Vaiiii BRASIL!!!!

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