Capítulo 53☘

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Christian nos olhou e contorceu a boca. Ele não tinha que me olhar daquele jeito, como se eu estivesse feito algo errado. Descobri da própria voz de Isaac o quanto eu era trouxa. Não posso imaginar os dois juntos novamente, é de doer o corpo inteiro.  A presença de Christian quebra qualquer possibilidade de dar uma chance real a Isaac.

Quando Isaac me segurou em seu colo, sem aviso, fiquei mais do que envergonhada, desviei o olhar imediatamente após ver Christian. Ele me levou em direção à saída daquela imensa casa e Gaby tentou pará-lo, pedindo desculpas.

— Ok. Não precisam ir. Estão na festa de meu aniversário, fiquem! — ela implorou e fiquei boquiaberta com sua atitude. Gaby não recuaria dessa maneira, por mais que estivesse errada.

— Me solta no chão, Isaac — pedi e ele me ouviu, então respirei mais aliviada e não larguei sua mão.

— Tudo bem para você, Lis? — ele me olhou e pediu minha opinião. Balancei a cabeça, confirmando.

Eu não podia sair da festa agora, porque o capa voadora queria que eu continuasse ali. Tratei de não me desgrudar dele. Isaac era meu e não seria mais de Gaby.

Christian nada dizia, apenas olhava para nós, de braços cruzados. Sua expressão facial se resumia a divertimento e descontração.

— Obrigada por aparecem em minha festa de aniversário — disse Gaby, sendo obrigada a me tratar bem.

— Espero que goste do presente quando chegar — falou Isaac, passando seu braço ao redor de meus ombros.

Mais pessoas chegavam e a música aumentava de volume. Batidas e um Dj começavam a animar aquela festa, enquanto eu me sentia perdida no meio daquela gente. O capa voadora estava entre nós e meu coração palpitava de medo. Como eu queria Christian ao meu lado, prometendo-me que tudo daria certo. Ao seu lado, a proteção era real. Eva apareceu ao lado de Clarisse e foi direto cumprimentar Gaby, gastando elogios sobre a formosura da organização da festa. 

Suspiro e volto a prestar atenção em Isaac e no quanto ele é doce e importante. Não posso perder a oportunidade de ficar com um rapaz tão conhecedor dos corações e tão talentoso.

Ele volta a me abraçar e eu o acho lindo, só, por favor, alguém tire o Christian do meu campo de visão.

Uma música agitada e gostosa de ouvir fez Isaac me convidar e nós dois se afastamos dos olhares reprovadores.

— Escuta esse som! — ele sorria e começava a balançar o corpo, jogando seu cabelo para o lado, ajeitando-o num topete bonito.

Se a segunda mensagem do capa voadora não tivesse me atormentado, eu me esforçaria mais para se divertir. O capa voadora só sabe me provocar, e pela descrição exata da festa e da minha roupa, não havia dúvida de que ele realmente estava aqui ao vivo e à cores, vigiando-me com um verdadeiro psicopata prestes a atacar.

— Quer alguma bebida? Prometo buscar um suco, aqui deve ter várias opções e sei que não está acostumada a beber álcool.

Eu não queria ficar sem sua presença no meio daquelas pessoas; o capa voadora estaria entre elas, e se me pegasse desprevenida, só de pensar, eu tinha vontade de me esconder dentro de uma caixa e fechá-la.

— Quer que eu vá com você, é melhor — falei.

— Não. Fica aí, a Gaby não vai mexer com você, não se preocupe.

Consenti e o esperei, começando a olhar ao meu redor. Decidi me aproximar dos garçons e pegar um petisco feito de queijo e tomate.

A área externa estava deslumbrante, mas na enorme sala de estar também havia muitas pessoas reunidas.

Isaac se aproximava, ele devia estar sentindo calor, dobrou as mangas de sua camisa na altura do cotovelo e sua vestimenta ficou mais despojada e interessante.

Ele me ofereceu o copo de suco de laranja e começou a beber a capirinha. Acho que ele estava abusando da dosagem de álcool.

Ele estava mais agitado e passava a mão nos cabelos.

— Você é muito linda, Lisandra! — ele exclamou e me abraçou novamente, pegando em minha cintura e a apertando.

Comecei a sentir o seu hálito bem destacado pelas bebidas já tomadas.

— Se é tão linda, garota...precisamos nos ver mais...eu faria uma música inspirada em você. Eita olhos bonitos!

Só restava  rir dele e curtir o som. Fique comigo, Isaac e não me largue, estou me sentindo mais à vontade.

Só existia nós dois. E eu fazia questão de focar em seus olhos, boca e na sua agitação ritmada às batidas do som.

Se meu celular apitasse pela terceira vez na noite, ela ficaria apitando sozinha, não vou perder minha paz e esse ensejo de ficar de frente com o cara mais interessante.

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