Capítulo 115☘

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Sentimentos fortes, aqueles que machucam e deixam a ferida para o tempo cicatrizar. Era assim que me senti ao descobrir que Christian estava conhecendo uma garota. Eles gravaram um comercial juntos e foram vistos juntos, conversando na praça de alimentação do shopping. 

A minha mentira estava instalada e era o momento de enfrentar os momentos difíceis. Aceitar a minha atual posição e não se preocupar mais com quem Christian conversava e namorava. Ele tinha os seus direitos, principalmente, quando eu decidi entrar num jogo arriscado. 

Eu chorava em vários momentos e Noah esteve ao meu lado. Lembro de uma noite quando minha mãe saiu com seu namorado e eu fiquei com a cabeça apoiada no ombro de Noah e uma gota de lágrima escorreu, molhando sua blusa. 

Senti seus dedos passearem delicadamente em meu rosto. Ergui meu rosto e nos beijamos. Ele se inclinou sobre mim no sofá e o nosso beijo apagou a tristeza que eu carregava dentro de mim. Os dias passaram e nossa aproximação só aumentou e eu me esforçava para não lembrar de Christian. 

  — Olha a titia mais linda do mundo —  comentou Noah quando trouxe seu filhos nos braços para me conhecer. Era um bebê de dois meses e se assemelhava muito com Noah, principalmente com suas fotos de quando tinha o mesmo tamanho. 

Eu segurei o bebê e Noah abriu um lago sorriso, passando seus longos braços sobre nós, como se estivesse nos protegendo. 

— Você é muito linda, sabia —  ele sussurrou no pé do meu ouvido e me fez se arrepiar. 

E assim foram muitos dias, eu aprendia com Noah a trocar as fraldas e a esquentar o leite na mamadeira. 

— Caramba! Você já tem jeito de paizão —  comentei e Noah empinou o nariz, orgulhoso e rindo em seguida. 

Noah se aproximou de meu rosto e seu hálito de chiclete de menta só me fez querer beijá-lo. 

  —  Topa um shopping?—  ele perguntou, já colocando o Júnior no carrinho. 

— Sim—  respondi e de mãos dadas chegamos ao shopping, que era a poucas quadras do meu apartamento. 

— Eu vou precisar arrumar outro emprego, senão não vai dar para sustentar esse meninão. 

—  Você leva jeito para Instagrammer —  comentei, alisando seu rosto e observando os vincos de expressão ao redor de seu sorriso.

Quando chegamos à praça de alimentação, deparamos com Christian e ele estava gargalhando na companhia de uma loira, daquelas que de tão perfeitas e aclamadas, são famosas por somente existirem. 

Assim que nossos olhos se cruzaram, eu o ignorei, virando o rosto e encarando Noah, que estava um pouco incomodado com a situação. 

Christian, sem resistência alguma, veio ao nosso encontro, com os olhos surpresos. 

— Meu Deus! Isso é tão insano. Quanto tempo eu dormi? — ele perguntou, franzindo a testa.

— Não é meu filho, bobo. É irmão de Noah —  respondi rapidamente, querendo muito que Noah não revelasse a verdade. 

— Ok. Desculpa por abordá-los assim, mas e sua barriga, Lisandra? 

— Estou apenas de seis semanas. Não venha querer saber da minha vida quando não o quero mais nela, ok? 

— Não há necessidade de terminarmos assim, como se houvesse raiva entre nós. E não existe, não pela minha parte. Tive de amadurecer rápido e se precisar de mim em algum momento da sua vida, eu irei até você, nem que o mundo esteja desmoronando e eu precise passar por cada obstáculo.

  Calada, eu simplesmente beijei Noah diante de seus olhos e o vi se afastar.

  — Para de brincar comigo, Lis —  implorou Noah, em voz baixa. 

— Desculpa. 

E decidimos sair do shopping e voltar para o apartamento. Noah estava tão chateado que eu tive de tirar o Júnior do carrinho, pois ele chorava insistentemente e Noah parecia não ter ouvido o choro e estava jogado no sofá vermelho, olhando para o nada. 

  —  Não quero que esteja assim por minha causa —  sentei-me ao seu lado e tentava acalmar o Júnior.

Noah olhou para mim e se levantou, tirando o Júnior de meus braços.

— Eu não vou aguentar continuar com essa mentira que nunca poderá se tornar uma verdade. Eu sei os momentos que você chora por aquele cara e eu não vou fazer esse papel de otário. Desculpa aí, Lis. A situação é difícil.

Ele beijou minha testa e foi embora do meu apartamento com o Júnior chorando. 


 

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