Capítulo 100 ☘

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Ele segurava um buquê de rosas vermelhas. Isaac saiu de meus braços e enxugou as lágrimas rapidamente, virando-se para trás e se deparando com Christian e seus cíumes. 

  — Eu vou embora, só queria mesmo ter tido essa conversa com você e foi ótimo, muito obrigado, Lis —  ele disse e se afastou, entrando em seu carro. 

Ignorei Christian e foquei em sua mãe. Não sabia que ela estaria de volta hoje. 

—  Professora! A senhora voltou! —  abracei-a. —  Seja bem-vinda. 

— Opa! Muito obrigada, Lisandra. Eu não aguentava mais ficar longe de meus pupilos. 

Rimos e ela admitiu ter sido importante aquele afastamento. 

—  Bem, meu Bernardo está numa creche e estou de volta —  ela comunicou e depois se virou para olhar o filho. Ele estava parado, ao lado de seu carro. —  Converse com ele, minha filha —  ela murmurou, aconselhando e eu consenti com a cabeça. 

 Danúbia seguiu em frente e me aproximei de Christian, que não se movia e apenas olhava para o chão. Tomei-lhe as rosas e ele me encarou. 

  —  É para mim? —  pergunto rudemente. —  E então? Como vamos ficar?

— Cada um em seu lugar —  ele responde. 

— É assim? Compra flores e diz que está tudo terminado?

—  Como algo termina, se não começamos nada?

— Meus sentimentos por você existem e começaram por eles. Só porque me viu abraçando Isaac? Não posso ser amiga dele?

— A minha conversa com Miranda foi muito difícil e terminar daquela forma me fez sofrer muito. Errei com ela por capricho e a perdoei, porque ela agiu por estar machucada. 

Encostei o buquê em seu peito e o sinal tocou. Definitivamente não merecia ouvir aquele acúmulo de elogios para com Miranda. 

— Pegue-as de volta e faz o favor de entregá-las a Miranda —   digo, olhando para Christian. 

  — O que Isaac queria com você?

—  Não interessa. 

Danúbia apareceu em seguida e disse que levaria o carro para o estacionamento enquanto Christian deveria chamar um táxi para voltar. 

  —  Ah, mãe, qualquer coisa, eu pego um ônibus ou volto a pé —  ele fala.  

  — Queridos, não demorem, porque a escola já vai fechar — avisou Danúbia. 

—  É verdade. Estou indo, desejo melhoras, Christian — viro-me de costas para ele e deixo as flores com ele. Meus olhos querem se entregar às lágrimas, porém sou forte.

Não sei por que ainda estamos nessa situação. Talvez seja orgulho ou somos mais parecidos do que imaginamos. É difícil, porque Christian não facilita em nossos encontros e acabamos discutindo. 

Minha vontade é de correr atrás dele e meus pés agem antes da minha mente. Porém, sou surpreendida pelo fechamento das portas do colégio. 

Recebo uma notificação do meu Instagram e por inbox, recebo a seguinte mensagem:

contaprivadadoamor: Seja mais esperta e não volte a falar mais com Christian. Ele não é para você, garota medíocre. 

Só me faltava essa, receber ameaças anônimas, como se eu não soubesse de quem partia.

contaprivadadoamor: Estou avisando, na próxima vez, eu vou agir...

 Se eu me encontrar com Miranda, ela não vai me ouvir, ela vai apanhar de mim. 

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