Meus pés só não podiam tropeçar agora, estou descendo os degraus, tomando o cuidado para não aumentar a velocidade e perder o controle de meu corpo. Só de relembrar de como torci meu pulso, me dá um medo enorme, ainda mais quando as calças de Matheo são muito compridas.
No subsolo fica a garagem e decido sair por lá. Não poderei pensar na possibilidade de voltar até o saguão e ir até a piscina, onde eu vi Christian e Isaac pela última vez.
Meu coração pulsa até eu sentir uma dor forte. Eu giro a maçaneta da porta branca que dá saída para o subsolo e não consigo abri-la. Acho que os substimei, não devia estar aqui, talvez, era melhor ter obedecido Matheo e evitado alguma fúria capaz de encorajá-los a machucar os outros que estão como reféns.
Estou sem um celular para pedir socorro, tudo tinha sido planejado e fui burra em acreditar que este seria o lugar ideal para se divertir e agora estou machucada tanto por dentro quanto por fora e só quero voltar para casa e esquecer de tudo isso. Volto a subir as escadas de volta para o saguão, decidida a me entregar.
Puxo a porta e saio para o saguão, não encontrando ninguém, então caminho lentamente até a área da piscina e vejo gotas de sangue pelo caminho. De repente as luzes se apagam e as portas de vidro estão fechadas, impossibilitando-me de sair.
Naquela quase escuridão total, só pensei em encontrar algum telefone, sabendo das poucas chances de terem deixado algum aparelho de comunicação em funcionamento ou em fácil acesso.
De repente, comecei a ouvir gritos desesperadores de alguém do sexo feminino. Eu não sabia o que fazer, os elevadores estavam sem funcionamento e os gritos começaram a aumentar de volume, fazendo-me ficar louca e chorar descontroladamente.
— Me solta, seu desgraçado! Socorro!
Aquela voz me levou à imagem de Gaby. Ela estava gritando e partia do lado de fora, eu encostei nas portas e tentei ao máximo enxergar alguma coisa. A voz de Gaby estava mais alta, como se ela se aproximasse de onde eu estava.
— Socorro! — ela gritava mais uma vez e ela encostou no vidro com as mãos ensanguentadas, socando as portas, implorando para eu abri-las.
— Não abre! Eu não consigo! — respondi de volta, captando o desespero dela. Seu rosto estava machucado e ela olhava para o lado e gritava mais uma vez: — Não!
Então, ela se afastou das portas e foi para a direção do salão de jogos. Em seguida, o desconhecido da máscara apareceu, segurando uma faca acima da cabeça. Sua máscara estava mais vermelha do que branca. Dei um passo para trás e senti como se uma descarga elétrica tivesse atingido meu lado em uma tempestade. Não consegui me mover do lugar, apenas o vi continuar correndo atrás de Gaby.
Não posso pensar no pior, não quero acreditar que ele tenha machucado Christian e Isaac. O que eu faço agora? Não tenho como ajudá-los.
Meus passos estão vagarosos para chegar até a entrada das escadas, preciso subir em algum andar, não tem como sair, olho para a entrada e as portas também estão fechadas.
Não encontro um ambiente iluminado. Eu subo as escadas, apoiando-me no corrimão e chorando, angustiada, pensando se Christian e Isaac estavam bem.
Continuo subindo sem parar e toco a primeira porta do primeiro andar. Giro a maçaneta e a porta está aberta. Atravessei sem hesitar e nada de iluminação. Tudo estava escuro.
Cada passo é um peso na consciência e apalpo a parede até encontrar uma maçaneta. Tentei abrir o primeiro quarto que minha mão conseguiu encontrar e entro, procurando o interruptor. Nada de luz.
Preciso encontrar Matheo o quanto antes. Com a coragem se aflorando cada vez mais aqui dentro, voltarei e subirei até o quarto andar até encontrar Matheo, somente ele para acabar com a minha angustia, pois ele parece ser uma boa pessoa e vai me ajudar de alguma forma.
Subo para o segundo andar e quando eu encontrar a porta, continuarei subindo para o terceiro andar e assim farei até ter a certeza de que estarei no quarto andar. Subo mais um degrau e escuto um rangido de uma porta sendo aberta e uma luz forte me alcança e tomo um susto.
— Lisandra! Onde você estava?! — Matheo segurava uma lanterna e a apontava para mim.
— Onde estão meus amigos?! Eu vi Gaby correndo daquele psicopata! — gritei em desespero e Matheo me deu um abraço.
— Me largue, seu monstro! Eu quero meus amigos vivos! — vociferei, empurrando-o, sentindo uma dor lancinante no pulso machucado. Matheo me segurava e pressionava um pano úmido em meu nariz e boca com algo mais forte que alcool. Senti uma tontura e antes do meu corpo perder o equilíbrio, Matheo me segurou em seus braços.
Tem capítulo hoje? Oh se tem!!! Têm mais dois!!!
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Ficção AdolescenteLisandra é uma adolescente que não compreende o porquê das pessoas seguirem outras e admirá-las, como se fossem intocáveis, entretanto, ela não se dá conta de que também faz parte desse mundo e sempre está de olho nos passos de seu cantor favorito q...