Capítulo 129 ☘

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Não consegui dormir após o banho; os meus pés molhados criaram um trajeto até meu quarto, pois pouco estava me importando em secar meu corpo. Esqueci da toalha e comecei a ter visões, como se as paredes sussurrassem para mim. 

Entrei em meu quarto e me aproximei de minha cama, deitando meu corpo ainda molhado. Rapidamente, decide me cobrir com o lençol florido. Fechei os olhos com toda força e quis fugir daquela realidade. Em poucas horas, eu devia estar de pé para abraçar Noah com vida. 

Mas a ansiedade ainda vencia meu sono. Então, ergui-me e vesti uma calça jeans e camiseta branca com a estampa do logo de Rolling Stones, uma língua para fora. 

Olhei para o relógio do celular de minha mãe e já era quatro horas da manhã.Saí do apartamento na correria, olhando para todos os lados.

Dentro do elevador, aproveitei para tirar algumas fotos, pois eu queria deixar pistas, caso algo acontecesse comigo e ninguém soubesse onde eu estaria. 

Eu chamei o táxi e ele apareceu dez minutos depois de tanta agonia. As pessoas que não dormiam na madrugada e gostavam de disseminar comentários pela internet, começaram a me criticar por estar sorrindo nas fotos após saber que meu "namorado" havia sido sequestrado. 

Eram cabulosos os comentários que surgiam, pois muitas pessoas acreditavam que eu havia planejado o sequestro de Noah para chamar atenção ou até para ficar com Christian. Enfim, as teorias estavam acabando com a minha sanidade e mais um comentário irresponsável seria capaz de me fazer explodir de fúria. 

  — Moço, tem arma aí? —  perguntei, sem pensar. 

— Como? Eu não, menina! Arma para quê? Por acaso está fugindo de casa e planejando se matar?

— Nossa, como pode pensar isso?

— Bem, não tenho arma e você deveria voltar para casa, posso retornar?

— Não! Eu não estou fugindo de casa e você não tem nada a ver com minha vida, agora siga reto. 

 Fiquei quieta durante a viagem, não foi uma boa ideia perguntar aquilo ao motorista. 

Tentei entrar na conta fake de Luigi e a conta não existia mais. Já estava excluída. 

Assim que cheguei próximo do casarão, pedi para o motorista parar.

  — Tem certeza de que está tudo certo ficar aqui sozinha?

— Sim, senhor. Por favor, obrigada pela carona, aqui está seu dinheiro — afastei-me do carro e esperei o motorista ir embora para poder seguir em frente. 

O casarão estava aos pedaços e ainda continha faixas de interdição. 

 Atrás dos destroços que ainda estavam de pé, Noah surgiu, andando e me olhando com olhos cansados e hematomas pelo rosto e corpo. 

  — Noah! Meu Noah! — exclamei, correndo até ele.

Mas atrás dele, apontando uma arma para suas costas, ele, o sequestrador, estava prestes a atirar para matar Noah na minha frente. Só que ele decidiu se sentar num amontoado de madeiras queimadas. O casarão ficava isolado da cidade mais próxima; árvores altas contornavam-no. 

Luigi pôs a arma sobre o colo e eu abracei Noah e virei meu corpo para que eu ficasse de costas. Analisei o rosto machucado de Noah e sua camisa suja de sangue. Minha vontade era chorar, mas Noah parecia estar drogado, sem encontrar sentido algum. 

Se ele me reconhecia, não demonstrava. E eu só precisava chamar uma ambulância e sair daquele lugar propício para esconder corpos. 

  — Deixe-me chamar um táxi para ele, por favor  — Virei-me para o sequestrador e implorei. 

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