O homem me olhava com aquela cara asquerosa de desejo. Aff! Ser imundo! Eu o odiava mais que tudo.
Peguei duas malas, minha e da minha filha. Coloquei em cima da cama e sob os olhares intensos dele eu comecei a arruma-las, comecei pela da Rebeca, era tão dolorido separar da minha filha, eu estava quase tendo infarto, poucas vezes eu ficava longe dela. Minha mãe algumas vezes a pegava para passar uma semana com ela, mas eram raras vezes.
Agora, eu tinha que deixá-la para poder preservá-la. Terminei de arrumar tudo, o homem estava sentado na cadeira e me olhava atentamente.
O sol já estava raiando, quando saímos de casa, ele carregava as malas e eu segurava minha filha no colo. Na rua tinham dois carros pretos parados, realmente aqueles criminosos não estavam para brincadeira.
Voltar aquela vida que eu tanto odiava, fazia-me sentir a pior mulher do mundo. O homem abriu a porta de um dos carros e entramos, outro homem muito forte pegou nossa bagagem e colocou no porta malas.
Seguimos em silêncio até Rebeca acordar.
- Pa onde nós vamos mamãe? - Ela falava confusa. Minha bonequinha tinha quase três anos, era esperta e falava tudo.
- Nós vamos para a casa da vovó! - Falei com meu coração entrecortado.
- Quem é "exe" homem?
- Digamos que amigo do seu pai! - Ele respondeu antes de mim.
- Você tem a voz engaçada igual a do meu pai. Eu vo ver meu papai? Mas a vovó diche que eu não podia falar pa mamãe quando eu fo ve ele!
- Como é que é Beka? - Será que eu estava entendo o que ela queria falar.
- Opa! - Ela ficou sem graça e desconfortável.
- Pode contar para sua mamãe, seu pai disse que já pode! - O homem sorria debochado olhando minha cara de espanto.
- O papai diche que eu não podia falar pa mamãe, xinão ela ia ficar muito brava e não ia deixar eu nunca mais ve ele.
Os olhinhos verdes dela eram intensos. Que filho da puta! Ele encontrava minha filha escondido de mim!
- Pode contar minha princesa, a mamãe não vai ficar mais triste. - Tentei agir naturalmente, embora por dentro eu estivesse com ódio mortal da minha mãe.
- Quando eu vo pa casa da vovó, eu paxava um monte de dias com ele e com a vovó. Mas era nosso seguedo. Mas a vovó diche que ele foi morar no céu e que eu não vou pode mais ve ele.
Ah bando de desgraçados! Como eu vou deixar minha filha nas mãos de uma mulher que sempre me enganou? Vendia-se por dinheiro? Meu coração estava aflito, estou entre a cruz e a espada.
- Oh meu amor! - Eu a abracei, pelo visto os traficantes sabiam de tudo.
- O papai voltou do céu mãe? - Ela perguntou, e eu nunca pensei que essa pergunta pudesse mexer tanto comigo.
- Não meu amor! - Ele devia está ardendo mais era no inferno, pensei.
- Poque eu vou pa vovó então?
- A mamãe vai ter que fazer uma viagem muito longa.
- Eu não poxo ir?
- Não, você não pode porque lá não tem crianças e a mamãe vai trabalhar.
- Mas eu...
Os olhinhos dela encheram-se de lágrimas, fazendo meu coração se partir em milhões de pedaços.
- A mamãe vai te ligar sempre, e quando eu terminar o trabalho, eu volto e nós vamos podermos viver felizes para sempre tá bom?
- Igual duas princesas? - Os olhinhos dela brilhavam de alegria.
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Prisioneira do Tráfico (Livro 1)
Romance#concluído 🔞 (+18) ⚠️🚫❌🔞Sara Williams é uma estudante de educação física que durante o projeto de uma ONG, conhece o lindo e misterioso Diogo Martínez. Pouco tempo depois, completamente apaixonada os dois casam-se. Ela descobre todo seu envolvime...