Prisioneira do Tráfico (Livro 1)

Capítulo 27

Era nosso último dia em Londres, mais uma vez ele saiu cedo, antes que eu acordasse, passei o dia dando as aulas de dança, despedindo-me das minhas queridas alunas e entre o intervalo delas arrumando nossas malas.

Na última aula, eu estava realmente triste, a vida que tive aqui em Londres foi maravilhosa, e tenho medo o que vai acontecer daqui pra frente.

Cercada de mulheres, vi quando Léo entrou na academia. Estava tão lindo de terno preto bem cortado, barba bem feita, meu coração quase sai pela boca! Como pude me apaixonar por ele?

Pensando bem, não era difícil saber o porquê! Ele é lindo, atencioso, romântico e um excelente e delicioso amante.

Ele se aproximou de mim e do grupo de mulheres que estavam comigo, elas não conseguiram disfarçar a cara de bobas olhando para ele. Não as julgo, eu mesma não consigo disfarçar, ele lindo de doer e desperta em mim os mais loucos desejos.

- Oi meninas, espero que tenham se despedido da minha mulher! - Pousou as mãos na minha cintura e me deu um selinho. "Minha mulher!" Como eu queria que isso fosse verdade.

- Ah! Não acredito que vai rouba-la da gente! O que faremos sem ela? - Mary, a senhora mais velha do grupo falou. Ela me deu um abraço carinhoso. - Cuide bem dessa menina, ela é uma joia rara.

Não tive palavras para traduzir tamanho carinhoso agradecimento que eu tenho por ela.

- Pode deixar comigo! Ela é a minha jóia mais preciosa.

Quem via até acreditaria, que todo aquele teatro era verdadeiro. Antes toda essa encenação era excitante, hoje me sinto triste, destruída ao saber que tudo não passa de uma mentira criada por nós.

O que mais me irrita é: por que a maioria de nós mulheres, seres altamente românticos, sempre pensamos que podemos mudar nossos parceiros errados? Mesmo eu, Sara Williams, tendo quebrado a cara, o coração, tendo sido usada e abusada de todas as formas pelo ex-marido, mesmo assim ainda acredito na força e o poder de transformação do homem, através do amor sincero?

Devo merecer uma medalha de honra ao mérito de babaquice.

Mesmo assim, eu o quero! Mesmo assim meu corpo pede ansiosa e terrivelmente por ele! Eu sou louca! Tenho absoluta certeza disso!

Despedimo-nos de todas, tivemos muitos momentos bons, alegres e de muita descontração, era difícil dizer adeus, embora o "ator da Televisa" tenha jurado à elas que voltaríamos mais vezes, ele sabe que é nosso fim, que não voltaremos mais aqui, pelo menos não juntos.

Aliás, estou pensando seriamente em mudar para cá, tenho nacionalidade inglesa, já que meu pai era inglês. Quero recomeçar minha vida do zero, mesmo aqui tendo grandes lembranças dele, ainda acho que é o melhor lugar para recomeçar.

Entramos no elevador calados, ele insistia em me abraçar, embora eu não tenha mais retribuído as carícias depois que saímos da academia.

- O que você tem Sara?

- Por que você veio mais cedo?

- Responda-me primeiro o que lhe perguntei, que eu lhe respondo.

- Não gosto quando você mente!

- Antes você gostava do nosso teatro. O que mudou? - Eu estava de cabeça baixa, ele fez com que eu levantasse a cabeça encarando-me no fundo da alma. - Diga-me.

E agora eu falo? O celular dele tocou quando eu estava criando coragem para falar. Felizmente o barulho fez eu voltar ao normal, antes que eu fizesse qualquer besteira.

- Acho melhor você atender!

Ele rosnou visivelmente aborrecido por sido tirado do nosso momento.
Deu um suspiro longo e atendeu a ligação.