Capítulo 39

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Lavei meu rosto, retirei toda a maquiagem borrada e fiz tudo novamente, ficando ainda melhor que a primeira, porque uma mulher com ódio, faz tudo melhor.

Arrumei meus cabelos novamente, dei uma última olhada no espelho e saí. Desci as escadas e claro, Roberto estava me esperando, deu aquele sorriso  nojento, e só faltou me comer com os olhos.

- Se existe mulher mais linda, eu desconheço! Está deslumbrante patroa!

- Patroa é o escambau! Nada disso aqui me olhou pertence.

- Eu amo esse mau-humor também.

- Acho que seu patrão ficaria feliz em saber disso! - O sorriso imediatamente desapareceu do rosto dele.

- Deixa de ser intriguista, sou seu homem de confiança, você não passa da puta dele.

- Ele me pediu em casamento! - Mostrei o anel.

- Por que ele sempre quis tudo que é do irmão e vice-versa.

Por mais que doesse, essa era a única verdade. Ele só me queria por eu ter sido mulher do seu irmão. É uma doença!

- Desagradável!

- Iludida!

- Se falar mais uma coisa, vou meter a mão na sua cara.

- Adoroooo violência! - Sorriu sarcástico.

Saímos em direção a festa, e antes que chegássemos, fiquei nervosa, meu estômago começou a revirar.

- Roberto...

- Diga minha rainha! - Ele nunca parava.

- Quem mais de desagradável está na festa?

- Além da Alejandra?

- Ela ainda está aí? - Meu Deus! Não acredito que essa mulher não desistia nunca!

- Rondando o patrão igual mosca de padaria.

Bufei de ódio, era difícil admitir, mas estou morrendo de ciúmes.

- Quem mais?

- Quer saber se Luna veio? Ela não ia perder a oportunidade de vir aqui na casa dos dois machos que ela amou, e veio sem o marido ein? Então fica esperta!

- Por que você me odeia tanto?

- Pelo contrário, eu sou louco por tu ruiva! E esses irmãos só querem te usar.

- E você não? - Rolei os olhos.

- Por mim tinha casado contigo desde que te encontrei no Brasil.

- Graças à Deus que não pode.

Dei um longo suspiro ao me aproximar da porta de entrada, a noite a decoração tinha ficado ainda mais perfeita!

Alguns fotógrafos estavam no local, eram poucos e todos controlados por Leonardo, segundo Maria tinha me informado. Eles pediram fotos, eu atendi todos com educação, embora eu estivesse entediada com tudo aquilo. Neguei responder todas as perguntas, Pois todas direcionadas ao meu relacionamento, um foi mais além e perguntou sobre os dois irmãos. Fuzilei-o com o olhar e imediatamente ele calou-se.

De longe avistei Leonardo, ele é alto e se destacava no meio dos demais, tentei fingir que não o vi, mas ele abria caminho no meio da pessoas para me encontrar, enquanto isso eu me servia com uma das bebidas locais, deliciosamente preparadas, precisava de muita coragem, e óbvio, o álcool sempre ajudava nessas horas.

- Amor...

- Amor é uma porra! - Falei entredentes. Ele não disfarçou e deu um sorrisinho.

- Lembrei quando nos conhecemos, tão arisca... - Lembrar de tudo que passamos juntos era uma mistura de sentimentos bons e ruins.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora