Capítulo 24

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- Vovó por favor...

Ela nos olhava séria! Revezando o olhar entre mim e Léo, que também ficou tenso com a recepção da minha avó. Será que ela estava com alzeimer? Mamãe disse que tinha contado que eu estava em viagem com meu namorado! Era tão estranha essa palavra: Namorado!

- Oh baby doll! Estou brincando! Ainda bem que você deixou aquele homem, ele tinha uma áurea ruim, algo nele parecia perverso. - Ela arrepiou-se. - Era lindo, sem dúvida, mas era mal. - Dei um suspiro de alívio!

Meu Deus! Como ela podia dizer isso? Ela não sabia nada sobre Diogo.

- Vovó, não é de bom tom falar do ex, logo nas apresentações, acho que a senhora já esgotou o estoque de "brincadeiras".

- Não se preocupe meu amor, agora já sei de quem você herdou essa impetuoso humor! - Ele falou jogando charme, óbvio, eu já estava toda derretida.

- Que moreno baby doll! - Ela me puxou e sussurrou no meu ouvido. - Ele é grande assim em tudo? E também é bom no que faz?

Misericórdia! Ela estava caducando! Tenho certeza! Fiquei vermelha na hora. Léo ouviu, e achou graça e resolveu responder.

- Ela não tem reclamado de nada, e anda bem feliz ultimamente, sorrindo, dançando e cantando por todo canto.

Filho da mãe convencido! Abri a boca para protestar mas fui interrompida por ela.

- Então seja bem vindo a família Williams meu jovem! Está fazendo minha neta gozar e ser feliz, merece uma cadeira de honra ao meu lado!

Não! Ela não fez isso! Queria um buraco para me enterrar! Léo soltou uma sonora gargalhada.

- Gostei da sua avó!

Tentei encerrar o assunto chamando-os para o interior da casa. Se soubesse que seria assim teria inventado qualquer desculpas. Léo não cabia em si de felicidade, minha avó deixou evidente que eu estava caidinha por ele.

Lembro-me que amava brincar pela varanda, a casa era grande e espaçosa. A sala ainda estava igual desde a última vez que estive lá.

Vários quadros estavam sobre o aparador, Léo os olhava atentamente e um em especial chamou-lhe a atenção.

Eu estava em volta às flores do jardim, os cabelos esvoaçantes, um sorriso de felicidade estampava meu rosto.

- Tão linda! Queria ter conhecido você nessa época! - Ele confidenciou. - Talvez seria tudo mais fácil.

- Um dia de cada vez, lembra nosso lema? - Dei um abraço gostoso no seu corpo musculoso. Céus! Me perco nesse corpo!

- Acho que alguém tem uma neta favorita! - Léo ainda abraçado comigo falou para minha avó que se aproximava.

- Não fale isso para os outros membros da família, é confusão na certa! - Sorrimos da confissão da minha avó.

Um quadro grande revelava a fotografia de casamento dos meus avós, embora preto-e-branco, ela estava bem conservada. Léo voltou-se a atenção para ela. Analisou os traços da minha avó, seu olhar apaixonado para meu avô, a foto simbolizava todo o amor deles, eu sempre admirei essa foto, sempre desejei um amor como o deles.

- Quando casarmos quero uma foto dessa na nossa sala, para que os nossos futuros genros e noras possam ver o quanto nós nos amamos!

Meu coração deu uma leve parada, e em seguida descontrolou-se e bateu descompassadamente.

Merda! Não precisava fingir tão bem assim! Não brinque com meus sentimentos! Deu uma grande vontade de gritar isso para ele.

- Poderia bater essa foto agora mesmo! Dois pombinhos apaixonados. - a velha senhora agora servia de cupido.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora