Capítulo 52

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A ligação caiu, não antes de eu ouvir outros disparos. Eu gritava desesperadamente. Todos aqueles tiros! Senhor! De onde vinham tantos disparos?

Dei um grito pavoroso, em poucos segundos meu quarto estava invadido por seguranças e uma Maria aflita. Todos me olhavam sem nada entender. Eu estava em estado de choque, olhos tesos, boca seca, meu coração acelerado, possivelmente querendo infartar.

- Sara o que aconteceu? - Maria me olhava apreensiva.

Só então me dei conta do que estava acontecendo. Corri em direção à Roberto e segurei na lapela do seu terno.

- Você vai ligar para qualquer segurança, para NASA, para a CIA, para a puta que pariu mas vai descobrir como Léo está! Se ele foi atingido, se ele está... - As palavras saíram desesperadas pela minha boca, mas pela expressão de Roberto, ele realmente não sabia o que estava acontecendo.

- O que você está falando mulher? O patrão acabou de chegar na divisa, deve está em reunião nesse momento...

- Eu falei com ele, um tiro foi disparado! Tudo ficou em silêncio, em seguida uma rajada de tiros foram disparados! Ele não pode, ele não pode ter morrido...

As lágrimas de desespero caiam no meu rosto, Maria estava boquiaberta.

- Nossa senhora de Guadalupe proteja meu menino. - Ela se benzeu. - Eu vou rezar para ela e todos meus santinhos, essa família não pode se acabar, meu menino é um único Martínez vivo... meu menino não...

Ela saiu gritando, chorando, falando coisas incompreensíveis e sem sem nexo. Meu coração estava esmagado pela dor. Eu andava de um lado para o outro, o ar faltava no meu peito, Roberto estava ao celular, visivelmente preocupado.

- Roberto pelo amor de Deus! Liga! Eu preciso ter notícias dele.

- Eu estou tentando! Ninguém atende! Porra! Eu não sei o que está acontecendo! Esse não era o plano. Ou o patrão mudou de estratégia ou foram pegos de surpresa. E se for isso... - Calou-se imediatamente passando as mãos pelos cabelos, não podia nem imaginar o que ele queria dizer.

- Se for isso? - Um solução escapou dos meus lábios.

- Todos devem está mortos! - Desabafou.

- NÃÃÃOOOO! Ele não pode ter morrido! Ele não pode!

Caí de joelhos no chão, chorando, soluçando, desesperada. Ele não pode ter me deixado! Não ele não! Ele prometeu nunca me deixar! Porra eu queria ir embora, mas eu não queria vê-lo... morto... Morto não! Eu não suportaria! Ele é o amor da minha vida!

Culpa do tráfico! Esse maldito tráfico. Essa vida maldita de ganância não pode ter tirado ele de mim. E se eu estivesse grávida? Mas um filho sem pai? Meu Deus meu coração não suportaria...

Eu sinto uma crise de pânico, o ar realmente não entra, eu passo as mãos no peito em busca de ar, mas ele não vem.

- Sara... merda!

Roberto me levanta do chão, levanta meus braços, tenta me acalmar, pela primeira vez o traste tenta me confortar. Mas a dor é absurdamente grande.

Sinto meus sentidos falhando, o ar entra... mas não consigo enxergar mais nada.

- Chamem um médico! - É a última coisa que escuto.

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Leonardo Martínez

Amadeo tinha um bom plano, infalível. Descobrimos que eles atacariam na luz do dia, eles eram audaciosos, queriam nos pegar de surpresa, mas Amadeo capturou um dos seus homens e antes que o desgraçado morresse do tiro que lhe foi atingido, ele nos deu essa informação valiosa.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora