Capítulo 21

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Estávamos embarcando próximo às oito da manhã, embora ele tivesse me dito que íamos de avião convencional, acabamos indo no seu jato particular.

Léo tinha acordado com uma tremenda ressaca e me questionou se eu tinha me aproveitado do corpo dele.

- Você não sabe o quanto! - Ele sorriu sem graça.

- Não quero que se aproveite de mim quando eu não estiver sabendo o que estou fazendo.

- Pode apostar que você não estava nada obrigado! - Brinquei. - Gostei muito da declaração viu?

- Declaração? - Ele me olhou sem entender.

- Esqueceu? -Estava divertida com o seu desespero.

- Vou lembrar de ter cuidado com a bebida quando eu estiver perto de você... bruxa!

- Que horror! - fingi-me de desapontada. - Dá próxima vez, nem adianta me jogar na parede e dizer que é viciado em mim, que eu não vou ceder!

Ele ficou visivelmente surpreso.

- Sério que eu fiz isso?

- Muito sério! Sempre ouvi dizer que quando estamos sob o efeito do álcool, falamos somente a verdade. Embora eu achei a palavra vício, algo meio ruim.

- Venha deitar comigo, estou com uma dor de cabeça dos infernos. - Ele mudou de assunto, puxando-me para perto dele.

•••••••••

Dormimos a viagem quase toda, pelo fuso horário era madrugada quando desembarcamos na capital da Inglaterra. Estava chovendo, um dos seguranças nos entregou um enorme guarda-chuva e seguimos abraçados até a limusine que nos aguardava .

Entramos na mesma rapidamente, era muito luxuosa e confortável.

- Você ama viver com luxo ein?

- Você não?

- Seria hipocrisia dizer que não é bom, mas consigo viver sem ele tranquilamente. - Confidenciei.

- E sem mim você consegue? - Ele estava galanteador.

- Por enquanto está sendo muito bom viver com você.

Ele me puxou para um beijo que começou calmo, e foi intensificando, desceu pelo pescoço, derreti-me toda.

- Já passou a ressaca?

- Dormir mais de dez horas ao seu lado ajudou bastante. Agora que estou sem sono, quero aproveitar a noite chuvosa de Londres, de outro jeito.

Puxou-me para o colo dele, e eu agarrei nos seus cabelos negros e entreguei-me ao beijo, queria olhar a cidade, mas não conseguia resistir aos beijos dele. Estávamos completamente entregues, pronto para nos amar... amar não isso é muito forte... desvencilhei dos seus braços e voltei a me sentar no meu lugar. Ele me olhou como se não entendesse nada.

- Fugindo de mim?

Continuei olhando a cidade pela janela do carro, a chuva havia aumentado, não dava para ver muita coisa, mas eu conhecia bem cidade, já que meu pai era inglês, nós sempre vínhamos a Londres nas férias de julho, meu pai não gostava mais do frio, então evitava vir nas épocas mais frias. Lembrar dele fez meu peito ficar apertado...

- Sara, - Ele me puxou novamente para ele. - Não me trate assim, você não acha que eu não fico perdido também com o que sinto por você? - mas tenho certeza que nada se comparava com o que eu sentia por ele. - Ainda lembro-me que prometemos viver um dia de cada vez, e teoricamente ainda não possui você hoje...

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora