Capítulo 59

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O olhar devastado de Léo, fazia todo meu coração de despedaçar em milhões de pedaços, estou no limite entre dor de perdê-lo e a dor de ser injustiçada.

Queria tanto que ele acreditasse em mim, que me ouvisse de coração aberto, nenhuma câmera poria em dúvidas o nosso amor, embora eu saiba que estou fodida!

Durante toda a semana as câmeras flagraram-no entrando no meu quarto de madrugada e saindo quase ao amanhecer, somente de calças, sem camisa e com a porra dos cabelos molhados!

Que homem acreditaria em mim?

Eu serei sincera, nem eu mesma acreditaria!

Agora tudo está explicado, aquelas sensações que eu tinha de está sendo observado enquanto dormia fazia sentido. Eu sempre dizia isso a Maria, e ela nunca acreditava em mim, será que Maria também fazia parte do plano dele? Será que todos estavam contra mim?

Não! Eu não posso acreditar que Maria faria tal traição comigo! Não ela! Ele deve ter dado um jeito de colocar uma quantidade leve de calmante, apenas para que eu não acordasses, diferente do da noite passada, que eu desliguei quase que instantaneamente. Mas Deus foi tão generoso, que eu consegui engana-lo, caso contrário, eu estaria chorando por ter sido violentada.

Nós encaramos por minutos que pareceram horas, ele estava uma fera, ferida, acoado, machucado. O que eu eu faço? Eu não mereço ser feliz nunca? Para acabar de completar eu tinha dito um monte de merda antes dele partir, eu sei que a cabeça dele deve está um turbilhão de pensamentos confusos.

- Não gosta de bandidos? - Ele foi o primeiro a cortar o silêncio devastador no qual nos encontrávamos.

- Léo, eu sei...

- O que te faltou Sara? Me diga? Eu te dei tudo, eu te tratei como uma rainha, desde que eu te possuí você passou a ser o centro do meu mundo, eu fiz tudo, tudo, absolutamente tudo por você.

Ele estava tão terrivelmente machucado e eu sofri por mim e por ele, sei como é doloroso.

- Por favor... - Tentei falar, mas ele me cortou.

- Depois de tudo o que aquela vagabunda da Luna fez, eu me fechei, eu nunca permiti me apaixonar por ninguém. Não foi de caso pensado, mas eu nunca tive reservas em te amar. Eu errei? Sim, eu errei quando te escondi a verdade sobre o Diogo, mas eu fiz cada dia valer a pena ao seu lado, eu te provei de todas as formas a minha paixão e em seguida todo o meu amor. - Um soluço saiu da minha boca, não mereço está ouvindo isso, eu sempre o amei, sempre... mas eu sei que tudo o que eu disser, vai magoá-lo ainda mais é que nada o que eu disser vai fazê-lo acreditar em mim.

Estava de cabeça baixa, chorando baixinho, pedindo proteção mais uma vez, que toda essa situação fosse esclarecida, eu precisava de um milagre e eu sei que o milagre que eu desejo é praticamente impossível, pois depois dessas filmagens, apenas Roberto poderá dizer a verdade para me salvar, ou seja, eu estou perdida e condenada.

- Vai ficar chorando? Dando uma de vítima? Calada para que eu me compadeça de você e seja um corno manso que te aceite de volta depois de tudo que eu vi? Ou melhor, quer que eu te peça de joelhos perdão por você ter fodido com meu homem de confiança? - O tom dele não era mais baixo, conforme ele falava, as palavras saiam mais altas, agora não era mais decepção, era ódio puro.

- Quantas vezes vocês riram nas minhas costas ein Sara? Quantas vezes eu servi de palhaço para vocês? - Ele bateu na mesa fazendo todo meu corpo estremecer de medo.

Ele se levantou abruptamente, e me levantou de uma vez, me encarando com tanto ódio e desprezo que doía no fundo da minha alma.

- Fala alguma coisa! Eu quero ouvir o que você tem a dizer em sua defesa sua vagabunda! - Ela me sacolejava com força, eu queria apenas ser forte para aguentar toda essa tortura psicológica. Eu limpei meu rosto, mas as palavras não saiam, ele continuava olhando firme e eu o encarei, com toda a minha dor, mas eu não podia perder minha dignidade. É única coisa que eu tenho e vou preservá-la até o fim.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora