Capítulo 4

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- Mamãe, pomete que não vai demolar?

Minha filha já estava toda chorosa, meu coração partido em milhões de pedaços.

- Sim, eu prometo! - Dei muitos beijos e abraços nela, eu tinha que ser forte e não chorar na frente dela. - Agora a mamãe precisa ir, cuide da sua vovó tá bom?

- Tá bom! Você tas um binquedo bem lindo pa mim?

- Trago sim! Um beeemmm lindo! Amo você princesa.

Levantei-me e fui em direção a porta, antes de entrar no carro, Rebeca veio mais uma vez me dá um longo abraço, eu beijei minha princesa mais uma vez, afinal não sabia se eu tornaria a vê-la.

- Cuide bem dela! Nunca a abandone! - recomendei mais uma vez a minha mãe.

Entrei no carro, baixei o vidro, o homem sentou no banco da frente e seguimos viagem. Fiquei olhando-as até perder-se vista.

Tentei me fazer de forte, eu não queria demonstrar nenhum tipo de fraqueza na frente daquele monstro, sabia bem como esse tipo de gente agia com quem era fraco. Acomodei-me no banco e tentei ser mais fria o possível.

- Durona! Foi bem treinada por aquele merda do seu marido! - Deu uma gargalhada. - Quero ver se continuará assim por muito tempo.

Sempre debochado, sentia uma grande repulsa por ele. O carro seguiu caminho e parou em frente à uma clínica. Fiquei curiosa.

- O que nós iremos fazer aqui?

- Você vai fazer um checkup, aproveitar que está em jejum e... - Me olhou malicioso. - Meu patrão não gosta de camisinha, com ele é carne na carne. - Senti uma vontade horrível de vomitar. - Então, ele prefere que as putas dele estejam todas saudáveis e com anticoncepcional em dia! Para não querer dar uma de espertinha e engravidar do chefe! Mas vou logo avisando que ele manda logo abortar.

Revirei os olhos em sinal de ranço, meu corpo todo esfriava ao pensar que um homem desconhecido, bandido e mal-caráter me tocando.

- Eu uso diu. - Informei ao idiota.

- Ah é? Por quê? - Ele interessou-se

Íamos caminhando em direção a porta de entrada.

- Para seres imundos como você, não tentarem usar meu corpo e proliferarem!

- Só lembrando que o pai da sua filha era um ser bem imundo também!

- Por isso mesmo! Apesar de amar minha filha, nunca mais eu quero ter filho de um bandido! Só não operei porque nenhum médico concordou, achando-me muito jovem.

- Quando o chefe enjoar você, eu juro que junto todas minhas economias por uma noite apenas com você mulher! Aquele babaca com certeza não fazia você gozar!

Era humilhante demais permanecer numa "conversa" com aquele ser. Fingi não ouvir seu comentário.

- Sara Martínez. - Ele falou ao se aproximar do balcão da recepção.

A recepcionista olhou na tela do computador e nos encaminhou até a sala de exames.

Uma jovem bonita apareceu para coleta de sangue, o homem permaneceu ao meu lado calado e analisando todo o procedimento.

Terminei a coleta e ele me levou até uma lanchonete, pedi apenas um café com leite e uma tapioca a qual nem consegui comer toda.

- Como você consegue ter esse corpo tão gostoso, comendo tão pouco assim? - Ele falou sentado a minha frente.

- Geralmente costumo comer mais quando não sou observada por abutres.

Ele riu mais uma vez.

- Acho melhor você controlar sua língua na frente do patrão, ele não gosta desse tipo de comportamento, ele mete a mão nas vadias que não respeitam ele.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora