Prisioneira do Tráfico (Livro 1)

Capítulo 36

Leonardo Martínez

Eu não posso deixá-la ir... que droga! Talvez o Diogo sempre teve razão, eu sou um tolo, um merda que se apaixona e fica completamente perdido!

Mas o que senti por Luna nem se compara o que sinto por Sara. Ela desperta em mim tantas emoções... não é só desejo ou sexo selvagem. Eu gosto da sua companhia, das nossas conversas bobas, do jeito provocativo, esquentado, amo dormir de conchinha, abracinhos, sentindo seu cheiro doce... e quando ela dança para mim... não tenho palavras para descrever o turbilhão de sentimentos que sinto.

Ela ia me dá um filho... não planejamos, mas ele foi concebido no auge do nosso amor.

Agora estou aqui no meu escritório, sozinho, sofrendo feito um filha da puta. Perdi meu filho e estou prestes a perder a mulher que eu amo, só posso ter feito algo muito horrível para merecer tanto castigo.

As palavras dela não saem da minha mente, criar uma criança nesse meio obscuro... ela tem razão. Meu coração sabe a resposta para tudo isso, mas a minha mente não, eu, aliás, nós sempre fomos assim... como vou mudar da noite para o dia?

Maria está revoltada com meu sofrimento, mas no fundo eu e ela já sabíamos que tudo isso poderia acontecer, a única coisa que não planejei foi o filho...

- Ela tem que te perdoar, ela não pode te abandonar! - Maria estava nervosa.

- Ela pode sim e você sabe que ela vai...

- Não deixe ela ir!

- Eu não posso prendê-la aqui! -

- Pode sim, até ela perceber que o lugar dela é ao seu lado.

- E se ela não voltar a me amar, Maria?

- Ela nunca deixou de te amar menino. Ela está apenas magoada, foi muita coisa para ela. Primeiro ela descobre que você é irmão do ex-marido psicopata dela, que está a usando como vingança, em seguida você a pede em casamento, no outro dia ela descobre que todo México já sabe do rolo de vocês, ela desmaia e acorda sabendo que estava grávida do homem que ela ama, mas que perdeu o bebê! Você não acha que é muita coisa para cabeça dela?

- Você tem razão Maria, por isso eu acho que é melhor deixá-la ir...

- Não! Se ela for, vai ser mais difícil ela voltar pra você.

- E o que eu faço? - Já estava ficando desesperado.

- Você vai mandá-la comigo para Acapulco. Lá o clima é maravilhoso, a casa é imensa, eu vou cuidar dela, tenho umas ervas, uns chás que vai deixar ela prontinha, é triscando e você faz outro bebezinho pra nós.

Sorri amargurado.

- Eu não quero mais filho Maria, a Sara tem razão, eu não posso criar um filho nesse meio, eu não quero que meu filho se torne um chefe do tráfico. E se for uma menina então? Não Maria! Definitivamente eu não quero mais filho! O único que eu ia ter morreu! E já basta! - Meus coração doía só de pensar em como ele poderia ser.

- Tudo bem, já que você não quer ter filho, mas eu vou deixá-la pronto para ter filhos com outro.

- Nunca! - Gritei. - Jamais permitirei que ela tenha outro homem que não seja eu.

Ela sorriu, Maria sabia que sou louco pela minha ruivinha.

- Vou tentar convencer a fera! - Ela disse saindo em direção a cozinha.