Capítulo 10

5.2K 441 51
                                    

Ainda ofegante, senti meu rosto ainda vermelho com a intensidade do meu orgasmo.

Fechei os olhos, não queria que ele visse o quanto ele mexe comigo. Não custa nada tentar fingir, nem que seja para mim mesma.

- Cansou boneca? - Ele sussurrou no meu ouvido.

Balancei a cabeça positivamente e continuei de olhos fechados.

- Pelo rebolado no funk, acho que deu para dar uma leve apagada nesse seu fogo!

Sorri ainda de olhos fechados, ele tem razão! O problema é que esse fogo estava adormecido por tanto tempo, e o Léo veio reacende-lo.

- Vai continuar sem querer me olhar? Minha imaginação é bem fértil! - Senti a boca dele bem próxima ao meu ouvido e estremeci.

- E o que sua imaginação fértil está pensando?

Virei-me de frente para ele, aqueles olhos escuros... aquela boca tão perfeita, fina, como ela era habilidosa, assim como a língua... meu corpo arrepiou-se só de pensar.

- Que você quer mais...

Ele afastou uma mecha do meu cabelo que insistia em cair no meu rosto.

- Pode ser, mas não aqui!

- Você é tão linda...

Ele passou o polegar pela minha bochecha, se eu não conhecesse aquele meio sujo, poderia acreditar que ele estava gostando de mim.

- Uma ruiva natural... nunca tinha possuído uma...

Virei-me de frente novamente, lembrei-me que não passo de um objeto em suas mãos.

- Meu pai era inglês, como já lhe disse, minha mãe brasileira, nessa mistura de raças eu nasci. Segundo meu pai, eu puxei os cabelos da minha bisavó. - Fiquei pensando por um tempo. - Esses cabelos já me meteram em mais confusão que possas imaginar. Na infância sofria bullying, "olha os cabelos de fogo"- Sorri. - era um dos apelidos "carinhosos".

- Na adolescência... - Sorri com as lembranças. - Passei a ser fetiche dos garotos. Mas, eram todos tão babacas... puta que pariu! Pareciam que tinham merda na cabeça!

Olhei para ele, que estava com um finco na testa, ele queria perguntar alguma coisa íntima, mas provavelmente lembrou-se da última vez, que eu fui muito arredia.

- O que tanto você quer saber? Dessa vez eu respondo, mas apenas uma pergunta!

- Por que vocês se separaram?

Voltei a olhar para cima novamente. Pensei um pouco.

- Acho que ainda não me sinto confortável para falar sobre isso! Foram tantas coisas... uma série de coisas... mas tudo começou quando ele mentiu sobre quem era, seus negócios ilícitos...- Fiquei pensando mais um pouco. - Mas piorou quando o pai dele faleceu, ele mudou da água para vinho! Na verdade éramos casados, mas eu não sabia nada da vida dele, absolutamente nada! E me sinto tão tola por ter casado com uma pessoa sem ter procurado saber quem era de fato. - Fiz pausa reordenando meus pensamentos. - Mas eu estava tão apaixonada. E durante um ano de namoro ele foi um verdadeiro príncipe espanhol!

Voltei a olhar para Léo, que agora estava bem sério. Impressão minha ou era ciúme?

- Por que tanto você quer saber da minha relação com ele?

- Você não sabe nada sobre ele? - Me fez outra pergunta e não me respondeu.

- Não, antes isso me incomodava muito, hoje agradeço por não saber. Ele sempre dizia que o meio que vivia e a sua família não prestavam. E que queria apenas me proteger.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora