Capítulo 32

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Passei a noite pensando em tudo o que tinha acontecido, algumas peças iam se encaixando, mais muitas ainda precisavam se esclarecidas.

Agora eu entendia porque quase nunca saíamos com outras pessoas, ele tinha medo de ser descoberto. Óbvio que alguém o chamaria pelo sobrenome, ou soltaria algo que eu perceberia.

Ele usava outro sobrenome quando fazia reservas em restaurantes, talvez fosse o sobrenome da mãe. Sinto-me tão tola por ter confiado nele, prefiro por a culpa na carência por ter me entregado tão facilmente à ele, verdade seja dita, eu não resisti nenhum pouco ao seu maldito charme.

Eu o desejei, eu o quis desde a primeira vez que o vi, ele despertou tantos sentimentos diferentes, me senti uma mulher desejada novamente.

Tomei um banho, vesti uma camisola confortável, tentei dormir, virava de um lado para o outro sem conseguir pregar os olhos. Por mais raiva que eu tivesse dele, não conseguia dormir, e sabia bem o motivo, era a falta do seu corpo másculo e gostoso ao meu lado.

Eu preciso ir embora daqui! Não posso mais viver com ele. As lágrimas desciam como cachoeira dos meus olhos, como eu odeio ser fraca, por que comigo? Por que o destino quis me colocar na vida desses dois homens bandidos! Irmãos ainda por cima!!!

Com meu corpo e a minha mente exaustos, finalmente adormeci. Minha razão brigando com a minha emoção, sonhei a noite toda tendo pesadelo com meu ex-marido, ele sorria de forma diabólica para mim, dizendo que jamais eu ficaria com seu irmão. Sei que nada disso é verdade! Tudo é fruto da minha imaginação, da culpa que eu sinto por amá-lo.

Despertei colada no corpo que ultimamente tinha me levadonas alturas. Senhor! Ele não me agarrou, eu literalmente estou grudada nele, como se eu tivesse medo de perdê-lo, o que não é uma mentira.

Estou com a metade do meu corpo em cima dele, meus braços em volta do seu corpo musculoso, seus braços na minha costa me confortavam. Merda! Eu amava está assim com ele, mas sabia o quanto isso era errado, ele me enganou! Ele só quer me usar...

Tentei me soltar do seu abraço devagar, mas ele me apertou em seus braços fortes. Minha perna deslizou no seu corpo e pude sentir sua ereção, imediatamente meu corpo se preparou para ele, como um vício, dependente dos seus toques e de suas carícias.

Era tarde demais fingir que estava dormindo, um gemido involuntário saiu da minha boca, fazendo-o acordar e me puxar para cima dele.

- Solte-me... - Sussurrei sem muita convicção.

- Não... não me rejeite meu amor... - Ele beijava meu pescoço, fazendo-me ficar ainda mais excitada.

Com muita força de vontade, consegui me soltar de seus braços e ficar em pé. Passei as mãos pelo meu cabelo, tentando ordenar meus pensamentos. Corri em direção ao banheiro, e tranquei a porta.

Olhei-me no espelho e eu estava péssima, olheiras, cara inchada, isso apenas o que os olhos podiam ver... se pudessem ver meu coração... veriam o quão destroçado ele está... um soluço abafado saiu do meu peito.

Tirei minha roupa, fui para o chuveiro, quantas manhãs nos amamos embaixo do mesmo... droga! Eu preciso esquecer esse homem urgente, ele está fodendo toda minha vida! Tomei um banho demorado, tentando acalmar minha mente agitada, e tentar agir friamente. Escovei os dentes, vesti um roupão, não queria sair só de toalha na frente dele.

Abri a porta e quase esbarro com ele, olhando-me com a aparência exausta.

- Precisamos conversar com calma.

- A única coisa que temos que conversar é sobre minha partida para casa.

Tentei passar por ele, mas fui impedida, ele agarrou minha cintura, fazendo-me olhar em seus olhos.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora