Capítulo 55

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Meu coração encheu-se de esperanças, estou radiante, quem sabe agora consigo pelo menos viver em paz com Léo.

Passei o restante da semana descansando, aprendendo a culinária mexicana, em especial os pratos favoritos do meu amor, Tortillas, Mole Poblano, Pozole, Cochinita Pibil. ... entre outros, porém, um dos mais famosos simplesmente me dá um enjoo horrível, o simples menção de falar guacamole, faz todo meu estômago revirar.

- Vai passar, os três primeiros meses são terríveis. - Maria me consolava. Essa gestação está tão diferente da Rebeca. Sinto-me mais cansada, mais sonolenta, menos disposta. Pode ser o sedentarismo, desde que descobri a gestação não tenho me exercitado com medo, pois a última foi muito traumática.

- Maria. - Enquanto enrolávamos as tortillas, eu procurava uma forma de abordar esse assunto mais uma vez.

- Diga patroa. - Embora eu tenha pedido mais de mil vezes, ela continuava com esse bendito tratamento, então comecei a não contradizê-la, afinal ela era uma senhora de idade e muito sonhadora.

- Eu continuo tendo a sensação de está sendo observada enquanto durmo. Eu tento acordar mas não consigo, eu tenho quase certeza que é o chá que está me deixando meio dopada.

- Não tem nada de errado com o chá, sua sogra tomou durante toda a gestação e olha o homem forte, lindo e saudável que ela gerou. Isso é uma tradição da família de sua sogra e você deve fazer a mesma coisa.

- De onde você tirou essa ideia Maria? Enlouqueceu de vez?

- Não, mas eu respeito as tradições de um povo e a senhora Martínez sempre falava de suas tradições, e você como mulher do filho dela, esperando o primeiro herdeiro de Léo, terá que fazer tudo isso sim.

Tem que internar, simplesmente ela surtou.

- Primeiramente eu não sou mulher do filho dela, no máximo sou amante, concubina sei lá o que. Segundo, essa criança não é a primeira, o primeiro eu perdi. - Isso ainda doía profundamente, nunca esqueceria nosso primeiro filho. - E por último... - Dei um longo suspiro. - Nem sei se ainda teremos um relacionamento quando ele voltar, já se passou quase uma semana e ele não me deu um telefonema sequer, só tenho notícias dele quando aquele embuste do Roberto me diz. Não vejo a hora de executar nosso plano.

- Calma menina tenha paciência, não meta os pés pelas mãos. Caso contrário ele perceberá, ele é muito esperto. E outra, Léo já te trata como mulher dele, se não lembra ele te pediu em noivado numa festa gigantesca e toda a imprensa noticiou, então deixa de bobagem. Oficialmente você é noiva dele, futura esposa e mãe dos filhos dele. - Passou a mão no meu ventre.

- Esse papo de gêmeos novamente Maria? - Reviro os olhos.

- Tenho certeza absoluta, mas eu sei que você é uma mulher de pouca fé e só vai acreditar quando passarem aquele aparelho na sua barriga. Mas eu já sei até o sexo dos bebês.

- Diga-me então.

- Não, ela falou se afastando.

- Por favor, eu te imploro!

- Nananinanão.

Levantei-me e travamos uma "guerra", eu correndo atrás dela para pega-la e a mesma tentando se desvencilhar. Ficamos rindo como duas retardadas na cozinha quando Roberto entrou na cozinha.

- Ora, ora, quanta felicidade. Posso saber o motivo de tanta felicidade? - O arrogante falava como se fôssemos muito amigos.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora