Capítulo 34

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Dor, muita dor no meu corpo, no meu ventre. O que tinha acontecido comigo? Abri os olhos lentamente, a claridade fez com que minha cabeça latejasse mais. Fechei novamente e os abri me acostumar com a claridade.

Onde estou? Provavelmente um hospital, um lugar todo branco, olhei para meu corpo, tinha um acesso com soro no meu braço.

Por que meu ventre está tão dolorido? Como uma cólica aguda? Virei a cabeça para o lado e encontrei Leonardo sentado no sofá, olhos fechados, um finco na testa, parecia bastante preocupado.

Quero odiá-lo, mas o meu coração só quer amá-lo. Meu moreno tão lindo, sexy, tão gostoso... coração filho da puta esse!

Tentei me sentar e soltou um gemido fraco, imediatamente ele acordou e se pôs de pé ao meu lado.

- Meu amor, graças à Deus você acordou! - Não tive forças para revidar e aceitei sua ajuda.

- O que aconteceu Léo? O que estou fazendo aqui? - Minha cabeça parecia uma banda no desfile de sete de setembro. - Ai droga!

- Você está com dor? - Ele estava tão fofo, cuidando de mim.

- Sim...

- Vou te ajeitar e chamarei a médica.

Puxei o lençol e ao apalpar meu corpo senti que estava com um pós-parto. O que diabos está acontecendo?? Essa dor no meu ventre?

- Léo, o que aconteceu? - Perguntei mais uma vez.

Só então percebi suas olheiras, estava abatido, triste, arrasado. Por que ele estava assim?

- Léo! - Alguma coisa está errada.

Ele me abraçou, eu deixei que ele me abraçasse, parecia que ele dependia do meu abraço para se confortar. E eu correspondi mesmo sem saber porquê, algo me dizia que tinha algo muito errado, mas eu estava tão segura nesse abraço. Ele depositou um beijo na minha cabeça, me olhou com ternura e seus olhos estavam marejados.

- Eu amo você... - Uma lágrima caiu do seu olho esquerdo.
Merda! Eu nunca tinha o visto chorar, ele parecia destruído! Algo tinha acontecido, não era coisa pequena para deixá-lo assim tão... frágil. Vê-lo assim deixava meu coração apertado, eu queria consola-lo, mesmo sem saber o motivo.

- Você está me deixando cada vez mais preocupada. Eu vou morrer? Eu estou com alguma doença séria?

- Não Sara! Por favor não diga isso nem de brincadeira! - Ele tornou a me abraçar. - Se eu te perder, eu juro que não aguento, não suporto a ideia de te perder.

Ele continuou me abraçando, que loucura! Se eu não vou morrer, por que ele parece tão desesperado?

A porta do quarto abriu, é uma senhora muito bonita, bem maquiada, entrou no quarto.

- Bom dia. - Ela olhou no prontuário. - Senhora Martínez, como se sente? - Eu odeio quando me chamam assim.

- Eu estou com dor doutora ...

- Garcia, Rose Garcia! - Ela sorriu simpática se aproximando da minha cama, olhou Léo com pena. Deixando-me ainda mais confusa.

- Eu estou com dor no meu ventre, uma cólica forte, e eu estou com pós-parto. Minha cabeça também dói muito. O quê aconteceu.

- Seu marido não lhe contou nada? - Ela não estava à vontade.

- Não, pela cara dele pensei que eu estava com uma doença muito séria, perto de morrer, mas ele disse que não! Mas a cara de velório dele me deixa confusa! A senhora pode me dizer o que está acontecendo? - Era praticamente uma súplica.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora