Prisioneira do Tráfico (Livro 1)

Capítulo 48

Seguimos para a boate que Gab havia falado, Léo conversava amistosamente com meu amigo enquanto eu puxava conversa com Carlos, o rapaz se soltava aos poucos enquanto conversávamos.

- Sua família sabe sobre sua opção sexual? - Depois de conversar bastante, resolvi fazer essa pergunta íntima. Ele tornou a se fechar.

- Oh, desculpe! Eu não queria ser tão indelicada...

- Não, eu... bem... é difícil para mim, mas se você fez tão bem a Gabriel, eu também quero ser seu amigo. - As palavras de Carlos tocara-me profundamente. Ele deu um longo suspiro. - Meu pai sempre desconfiou, minha mãe sabia mas guardava em segredo. Somente quando ele faleceu eu comecei aos poucos assumir minha sexualidade. Sei lá, eu não me sentia a vontade em revelar para meu pai minha opção sexual. Ele era um excelente pai, mas era um homem com princípios antigos, eu não queria decepciona-lo, entende? - O rapaz estava com lágrimas nos olhos, se sentia culpado como a maioria dos homossexuais.

- Ei, não precisa se sentir culpado. Eu entendo sua posição, infelizmente vivemos sim em uma sociedade ainda muito preconceituosa, mas aos poucos isso será mudado. Não tenha vergonha das suas escolhas e de quem você é, tudo bem?

- Obrigado Sara, agora eu sei porque Gabriel gosta tanto de você. - Ele limpou uma lágrima que caia no rosto. - Você é um anjo.

- Ah! Não seja exagerado, eu posso ser bem malvada na maioria das vezes. - Fiz uma cara malvada para tentar alegra-lo e sorrimos como bobos. - Vamos dançar, afinal foi para isso que viemos: Nos divertir!

Saí puxando Carlos pelo salão, ele era assim como Gabriel, um excelente dançarino. Sorriamos e nos divertíamos muito, de longe olhávamos Gabriel e Leonardo conversando no bar como se fossem amigos íntimos, eles sorriram de volta para nós, hoje com certeza foi um dia maravilhoso.

Leonardo Martínez

Ouvir tudo o que o amigo dela disse foi um golpe difícil, por um momento eu pensei que ela tivesse mudado um pouco meu irmão, mas pelo que pude perceber a maldade e Diogo andavam lado a lado, nunca tive dúvidas que ele a amava, mas o amor não foi capaz de mudar a maldade que tinha dentro dele. Que desgraçado! Cada lágrima de Sara era como se um punhal fosse cravado no meu peito. Eu poderia matar tranquilamente, mas não seria uma morte rápida, e sim uma dolorosa, torturante, que fizesse ele pagar por todo o mal que ele fez a minha doce Sara.

- Obrigado por ter contado um pouco da história deles, eu sempre soube que algo não se encaixava na história deles, só não pensei que fosse tão grave. Por um momento eu pensei que ele tinha melhorado. - Balancei a cabeça tentando não imaginar as cenas que o seu amigo tinha me falado.

- Sara sofreu muito, o que ela passou nas mãos daquele lunático teria surtado qualquer mulher, mas ela é diferente de qualquer outra que eu conheci. Ela tenta não pensar em todas as atrocidades, ela bloqueia toda e qualquer lembrança que a faz sofrer, e olha que isso é algo muito difícil. - Gabriel deu um gole na bebida e continuou. - Nunca entendi seu irmão, era nítido que ele era louco por ela, mas ele não conseguia ser fiel, a exibia como um troféu, os homens babavam por ela, a beleza clássica, os cabelos ruivos eram um atrativo a mais. Muitas vezes, depois que ele soube da minha homossexualidade, Diogo a deixava no salão comigo, como ela sempre teve paixão por dança, acabava entregando-se a dança enquanto ele fodia as putas oferecidas em algum banheiro da festa ou até mesmo no carro deles. - balançou a cabeça. - um escroto, ele era um escroto! Em seguida ele aparecia como se nada tivesse acontecido. Tenho ódio dele! Se ele precisar do meu perdão para se salvar, com certeza ele vai queimar no fogo do inferno.

- Ele era uma pessoa ruim, e pensar que ele era meu ídolo quando eu era criança... - Balancei a cabeça com ódio de mim mesmo.

- Não se martirize por isso, o importante é que aquele traste morreu, e vocês estão livres para se amar.