Capítulo 13

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Cheguei na cozinha, Lourdes estava colocando um bolo em cima da mesa. Parecia bem apetitoso, mas a pergunta ainda martelava na minha cabeça, Lourdes talvez não seria tão fiel à Léo como Maria. Ou ele ainda não tinha a orientado... bom, eu só ia saber perguntando.

- A senhora quer um fatia? - Ela perguntou educadamente.

- Sim, por favor!

Ela cortou uma fatia generosa do bolo de milho, e serviu uma xícara de café.

- Hum! Está cheiroso! - Fiz-me de educada, teria que tentar ganhar um pouco da simpatia dela, nem que seja mínimo possível.

- Espero que goste!

- Tenho certeza que sim!

Dei uma garfada generosa, realmente estava divino!

- Melhor bolo de milho que comi! Olha que já provei vários! - Tentei dar meu sorriso mais sedutor!

- Obrigada senhora!

- Pode me chamar de Sara!

- Vou tentar! - Ela estava sem graça.

- Sente-se, faça-me companhia!

Meio a contragosto, ela se sentou, serviu-se de uma fatia de bolo. Enquanto comíamos ela me olhou de forma carinhosa e disse:

- A senhora é muito linda! Uma beleza diferente! - Vi sinceridade no seu comentário.

- Obrigada, esses cabelos vermelhos, ajudam a ter essa beleza "diferente"!- Falei sorrindo.

- Pode ser, mas tudo na senhora é lindo... não sei explicar... dá para entender porque o patrão lhe quer no quarto dele.

- São tantas assim? - Meu coração deu uma leve pontada.

- Não! - Ela falou veemente. - As moças...

Calou-se quando percebeu que poderia falar demais.

- Relaxa Lourdes, eu sei que ele tem outras.

Ela suspirou aliviada, percebi que ela tinha muito medo dele, de falar algo que o desagradasse.

- Faz tempo que você trabalha aqui?

- Faz uns dez anos, ele ainda era um menino, recém envolvido...

- Com o tráfico! - Complementei o que ela não concluiu. - Você conheceu um homem chamado Diogo?

- Somos proibidos de falar sobre o senhor Diogo! - A mulher ficou pálida repentinamente.

- Por que? - Interesso-me ainda mais.

- Não posso falar nada! Só posso dizer que se odeiam de morte! - Ela fica inquieta na cadeira. - A senhora o conheceu?

- Digamos que sim!

Ela olha-me sem entender! Os olhos ficam em dúvida, então ela põe a mão sobre a boca e arregala os olhos, como se lembrasse de algo.

- O que foi Lourdes?

- Senhora, já pode vir! - O secretário do Léo entra na cozinha chamando-me.

Levanto-me, sem tirar os olhos da mulher, que está visivelmente perturbada.

- Depois continuamos a conversa!

Acompanho o homem pelos corredores de volta ao escritório e percebo o clima muito tenso ao entrar.

- Redigimos todo o contrato novamente Sra Martínez. - O advogado do australiano fala.

- Posso ler?

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora