Capítulo 72

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Sentada na poltrona confortável da primeira classe no voo que está indo para Amsterdã, começo a pensar em toda minha vida.

Recomeçar é preciso! Sei que não conseguirei me manter longe por muito tempo de Léo, embora a razão me diga isso, que eu tenho que está longe dele, mas tenho tantos motivos que me levam a ter certeza do nosso reencontro.

Primeiro: Estou esperando um filho dele, e com certeza ele já sabe, e se não souber, saberá em breve. Os bebês do "tráfico" pertencem ao pai, a mãe é uma espécie de parideira. Enxugo uma lágrima, como isso dói.

Segundo: Ele é o único que sabe onde minha mãe e a minha filha estão, e isso é o que mais preciso no momento, colo de mãe e um abraço apertado da minha filha, para poder amenizar a dor que eu estou sentindo.

Terceiro: As vezes penso que esse lance de carma, reencarnação, é verdadeiro. Desde que conheci Diogo que me vejo num carma, e quando conheci Léo, senti que ele é a minha alma gêmea, minha cara metade. Louco isso isso? Sim, muito. Eu me sinto uma grande merda por amar tanto um homem que só me fez mal, mas eu o amo!

Então tenho três motivos fortes para está unida à ele, eu sei que ele não permitirá que eu crie essa criança longe dele, pois trata-se de um filho de um homem importante. Eu sou alvo fácil na mira dos seus inimigos, hoje eu entendo porque Diogo me escondia o máximo que podia, e hoje eu o agradeço por isso. As palavras dele não saem da minha mente, todas as vezes que ele viajava e eu eu ficava, ou quando eu o acompanhava, mas ficava trancada no quarto, enquanto ele ia sozinho para me proteger de todo esse mundo sombrio. "Sara você é invisível para essa gente, não quero te tornar um alvo, eu sou muito odiado no meu meio. A minha família é muito importante, um dia você vai me agradecer princesa."

E esse dia chegou. Eu nunca fui sequestrada antes porque eu não era conhecida como esposa dele, eu pude ter uma gestação tranquila na medida do possível, criei minha filha, até aquele miserável do Roberto me encontrar.

Mais uma vez, eu me acho uma louca. Os momentos que vivi ao lado do Léo, todo o amor e a paixão que ele demonstrava ter por mim, as nossas aventuras sexuais, como ele me completa em tudo, os carinhos, o pós sexo, foram tantos momentos bons, que eu juro que viveria tudo novamente. Eu me acho uma louca completa por isso, eu me odeio por amá-lo tanto, tanto a ponto de ser uma dor física.

O pior de tudo, é que mesmo ele tendo sido um monstro cruel nos últimos dias, eu sinto dentro de mim, se ele chegasse agora, eu o perdoaria. Eu me sinto a pior das mulheres por isso, esse homem se tornou um vício, uma droga que eu preciso usar para me sentir saciada. E nada que tenha vício no meio pode ser uma coisa boa.

Tento procurar uma posição agradável, minha bunda está quase quadrada de tento está sentada. Quase vinte horas de voo, algumas conexões, estou exausta física e psicologicamente, dentro de algumas horas estarei em solo holandês.

Penso na última conversa que tive com Oliver, ele foi um anjo da guarda na minha vida, se não fosse sua gentileza, dedicação eu provavelmente estaria morta. Eu não suportaria a dor de ser estuprada, tenho medo das minhas atitudes. Tadinho, ele ficou arrasado, mas era preciso fazer isso. Antes que ele realmente se apaixonasse por mim, nunca daria certo. Eu amo outro homem e só trairia destruição na vida dele e de Olívia que só me fizeram bem. O certo a fazer é ir embora, se Léo me pega naquele apartamento, ele provavelmente mataria o Oliver, e eu não conseguiria conviver com essa culpa.

Viro a cabeça para a janela e olho a imensidão azul do céu, as nuvens branquinhas e comparo que é o contraste da minha alma, que está tão escura e conturbada. Recordo-me da conversa que tive com Oliver.

#FlashbackOn

- Mas eu só queria uma coisa. - Perguntei a Oliver.

- E o que seria?

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora