Capítulo 74

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Sara estava apagada, tenho a impressão que a avó dela deu uma dosagem muito alta para Sara, com certeza ela não disse para Margarethe que está grávida. Ela simplesmente não estava nesse mundo, eu a abraço tanto, como aquele personagem dos desenhos, a Felícia faz com os bichinhos, eu a aperto e ela simplesmente não reage.

Acabo pegando no sono, eu queria muito que ela acordasse para que a agente pudesse conversar, a ansiedade me domina, mas sei que ela está cansada. Tadinha, passou por maus momentos, toda culpa minha.

Dormir com ela é a melhor coisa da vida, para ser melhor, só faltou a gente fazer amor bem gostoso até perder as forças e desmaiar um nos braços do outro, meu amigo se anima. Mas jamais teria coragem de me aproveitar dela enquanto ela dorme.

Acordei de madrugada com Sara gemendo, suada, se remexendo na cama.

- Não Roberto, não faz isso! - ela estava atordoada, eu a abracei com a esperança de acorda-la, mas foi em vão, ela chorava baixinho. Com muito sacrifício eu a acalmei.

Mas não demorou muito ela começou novamente, ela não acordava por nada! Eu já estava ficando atordoado com a dor dela.

- Não me abandone Léo, não faz isso isso comigo! Eu te amo...

- Eu também te amo meu amor...

Puta que pariu, eu destruí minha mulher. Ela está toda quebrada e eu sou o único culpado.

- Amor, acorda! Sou eu... eu nunca mais vou deixar você...

A respiração de Sara estava ofegante, fiquei de lado e a abracei, passei as mãos no cabelo dela, beijei seu rosto, que estava banhado de suor. Vê-la nesse estado, e sabendo que a culpa é minha eu me sinto ainda pior. Eu quero remenda-la, nem que para isso eu me quebre inteiro em um milhão de pedaços. Eu devo isso a ela, Sara é a mulher que eu amo, mãe do meu filho, ela é simplesmente tudo que eu tenho, ela é minha vida, meu tudo!

Por sorte Sara se provou uma mulher fiel, caso contrário, eu seria o maior corno do pedaço, pois não consigo viver longe dela. Que carência é essa? Eu sempre tive tantas mulheres, as mais lindas, as mais cobiçadas... por que me sinto tão dependente dela, do seu amor? Porra! Essa mulher só pode ter a periquita de mel!

Eu mesmo sorrio dos meus pensamentos, olho para o seu rosto, que mesmo dormindo permanece com o semblante preocupado. Já falei que isso me mata? Pois é, preciso repetir, para lembrar o quão idiota eu sou.

Beijo sua pele alva, passo os dedos suavemente na sua bochecha cheias de sardinhas... o amor é uma loucura, me sinto inebriado por esse louco sentimento.

- Eu te amo minha princesa, eu te amo tanto, que sou capaz de fazer tudo por você e pelo nosso bebê, te ver sofrendo é o pior dos castigos, nunca imaginei ver alguém sofrer e doer mais em mim, é assim que eu me sinto meu amor.

Paro um pouco, para abraçá-la ainda mais forte, beijo sua testa e seus cabelos, Oh Deus! Como sou louco por esses cabelos!

- Você precisa de um tempo meu amor, eu do seu lado agora só te tratei sofrimento, e eu só quero te ver feliz, porque eu te amo, e vou te amar por toda a minha vida, eu abdico de tudo que tenho e de tudo que sou por você meu amor.

As lágrimas vem forte, eu passei anos brigando com meu irmão, tentando ser melhor que ele, ser mais poderoso, mais rico, mais influente... hoje eu vejo que nada disso tem sentido, meu único objetivo é ser feliz, e a minha felicidade depende dela e da linda família que estamos formando.

Não consigo dormir o resto da noite, passo toda a madrugada velando seu sono. Sempre a agasalhando em meu peito, sua expressão vai suavizando, e o restante da noite ela dorme bem, sem ter pesadelos. Mas os pesadelos dela agora me assombram, tenho medo dela não superar todo esse sofrimento que eu causei a ela. Tenho medo dela nunca me perdoar. Sei que nesse momento ela guarda grande mágoa e dor de mim, não tiro em nenhum momento sua razão, eu mereço, sei que mereço todo seu desprezo.

Prisioneira do Tráfico (Livro 1) Onde histórias criam vida. Descubra agora