Prisioneira do Tráfico (Livro 1)

Capítulo 51

Leonardo Martínez

Sair para viajar e não poder me despedir adequadamente da minha mulher, foi uma tarefa difícil. Olhar seu corpo nu enroscado ao meu, seu rosto com traços perfeitos, parecia uma pintura, uma obra de arte, mas a finco no meio da testa mostrava o quão ela estava preocupada com a nossa relação.

Durante toda a minha relação com Sara, eu sempre fui a parte que mais cedi, apaixonei-me por ela quase que imediatamente, embora eu negasse para mim veementemente, o remorso de ter obrigado ela vir ao meu encontro Sem a sua vontade sempre me corroía, por causa disso eu sempre cedia, sem contar o medo desenfreado que eu tenho de perdê-la.

Provavelmente ela percebeu o quanto ela me tem nas mãos e quer fazer de mim seu fantoche. Como ela pode pedir para eu largar tudo? O tráfico, o cartel? Não posso! Impossível! O que pensariam de mim? Que eu sou um fraco, dominado pela mulher, pela mulher que aliás é ex-mulher do meu irmão! Puta que pariu que circo!

Sempre soube que Sara era descontente com essa minha vida, mas pensei que ao longo da nossa relação ela ia acabar aceitando, porque nosso amor seria maior que tudo e todos!

Ledo engano! Ela é cabeça dura, ou apenas uma mulher decidida. Sentei na poltrona da aeronave, apertei o cinto e tentei ordenar minhas ideias e tentar tirar Sara ao menos um pouco dos meus pensamentos.

Amadeo, um dos meus melhores caras, estava me auxiliando nessa missão. Roberto é o meu braço direito, mas ultimamente sinto que sempre que sempre que estou ao seu lado acontece um atentado e ele surge para me salvar, sinto-me em dívida por tantas vezes que ele arriscou sua vida pela minha.

Percebo que Sara não gosta dele, talvez seja por ele está na linha de frente quando foi buscá-la no Brasil, foi ordem minha que ele fosse intimidador, para que ela não resistisse em vir. Acabou que ela adquiriu um horror à ele.

Mas tenho que admitir que ele é um ótimo segurança, não tenho dúvidas que ele daria sua vida para salvar Sara.

- O que você descobriu desses filhos da puta que estão dificultando meus negócios? - descontarei toda minha frustração nesse ataque.

- Ainda estamos investigando, mas uma linha de investigação nos leva para a Colômbia. Um tempo atrás um cartel foi destruído por nossa equipe, quase todos os integrantes foram mortos...

- Essa ponta que eu não quero que fique solta, quando eu der uma ordem para dizimar, eu não quero meio serviço. Os vagabundos que ficam vivos, sempre armam um jeito de se vingarem! - Puto! Estou muito puto com tudo isso! Louco para fazer umas maldades quando encontrar esses miseráveis.

- Calma chefe! Nós temos um plano. Mas isso deve ser sigilo total. Somente nós dois termos acesso, e nossos homens saberão apenas no momento de agir, até descobrirmos quem é o traidor que está entre nós.

- Entendo, qual seu plano?

Ouvi atentamente todo o plano de Amadeo, realmente era audacioso. Mas teríamos que ser inteligentes, ou perderíamos milhares de dólares novamente.
O que mais quero é terminar essa missão e tentar me reconciliar com ela, não é possível que ela ainda terá em mente essa ideia estapafúrdia de me deixar.

Sara Martínez

Sentei na mesa da cozinha para comer, já era tarde, não tomei café e optei por almoçar, embora eu não esteja com fome, meu corpo está fraco devido a intensidade da noite passada.

Brincava com o garfo de um lado para o outro, sem fome alguma, embora a aparência estivesse ótima, o cheiro me dava náuseas.

- Alguém acordou com fossa hoje? - Maria se aproximou me dando um beijo no alto da minha cabeça.