Prisioneira do Tráfico (Livro 1)

Capítulo 60

Leonardo Martínez

Morto!

Era assim que eu me sentia! O ar me faltava, minha mente trabalhava freneticamente, agitada, confusa, perturbada... eu estou morto... morto... meu corpo ainda respira, mas meu espírito e a minha alma estão mortos desde que flagrei Sara na cama com Roberto!

Demônio! Inferno! Desgraça!!!! Nunca senti uma dor tão profunda como estou sentindo agora, nada, nada doeu tanto como ver a traição de Sara, nem a a traição de Luna e Diogo, a morte dos meus pais... nada se comparava a isso. Já me controlei inúmeras vezes para não desabar na frente dela, para não pedir para ela esquecer tudo e viver com ela como se nada tivesse acontecido...

Mas como eu poderia esquecer? Impossível! Eu fecho os olhos e a vejo nua nos braços daquele infeliz! E as imagens que confirmaram sua traição nas câmeras de segurança, foi um estopim que faltava...

Eu mataria Roberto, e não seria uma morte rápida, será lenta e dolorosa. Ele pagaria por ter me traído da pior forma possível, e para falar verdade, seria um prazer matá-lo.

Mandei uma mensagem para Amadeo, pedi uma pessoa de confiança para prestar o socorro básico que Roberto, pois ele não poderia morrer rápido, não... ele ia sofrer, e o seu sofrimento ia ser um alento para minha dor.

O helicóptero pousou na cobertura, estava saindo, minha cabeça a mil. Eu tinha que descontar todo meu ódio e a minha frustração.

Em pouco tempo estava no galpão, todo vestido de preto, com o ódio me consumindo cada vez mais. Desci e fui direto para dentro do galpão fétido, onde costumávamos a torturar nossos inimigos.

Roberto estava numa cadeira alemã, o algoz, torturador, impetuoso de estava no lugar das suas vítimas. Deitado virado para cima com os calcanhares e braços amarrados para baixo.

Completamente nu, com o órgão genital em evidência, esse maldito que estava dentro da minha mulher. Senti uma fisgada dolorosa no meu peito,

Ele virou a cabeça lentamente para me encontrar, deu um sorriso sarcástico. O rosto estava muito machucado devido à quantidade de socos que eu tinha desferido mais cedo.

Parei de frente a ele, nunca senti tanto ódio por uma pessoa, por mim eu passaria anos torturando-o é mesmo assim o ódio nunca saíra de mim, pois ele tinha me tirado meu bem mais precioso: a minha Sara.

Dei um longo suspiro, tentei controlar meus sentimentos, agora o Leonardo Martínez tinha que entrar em ação, o maior e o mais temido Traficante do México, dono de um dos cartéis mais poderoso do mundo tinha que entrar em ação.

- Espero que você não tenha machucado a minha doce e amada Sara... - O verme começou dizendo, ele queria me desestabilizar, tentei me controlar o máximo possível.

- Ainda não, mas ela será a próxima. - Falei frio, embora meu corpo estivesse um vulcão por dentro.

- Ainda bem. - Fingiu alívio, conhecia bem Roberto, ele não sabia mascarar muito os sentimentos, ele não gostava de Sara, ele queria usá-la para me atingir, mas por quê? O que eu fiz a ele? E antes que eu pudesse pensar, as palavras saíram da minha boca.

- Por que Roberto?

Ele deu um sorriso monstruoso, vi toda maldade nua e crua que ele exalava, e senti nojo de mim por ter passado tantos anos acreditando piamente em suas palavras, entregando muitas vezes minha vida em suas mãos.

- Eu a amei desde que vi a primeira foto dela com o maldito do seu irmão. Eu pensei que era bobagem minha, mas não era. Quando eu a encontrei naquele minúsculo apartamento eu tive certeza que era amor à primeira vista. - Ele parou e suspirou. - Meu único arrependimento foi não tê-la raptado para mim. Você não é homem para ela.