1.30 |Emerie

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Emerie

Uau. Bom, isso realmente é surreal. Num dia seu mundo está desmoronando, um verdadeiro e poético caos pronta para desistir de toda a merda da sua vida. No outro você joga literalmente tudo para o ar afetada por sentimentos abrasadores, em especial aquele que aquece seu coração e seus pensamentos o mesmo o qual causa o sorriso bobo em seus lábios, e consequentemente acaba temendo essa emoção e o que ela realmente representa na sua vida. Certamente esse não é o momento adequado para pensar em emoções e todo o cargo que ela traz consigo, não quando tem um homem excepcionalmente lindo com você num banho de banheira, a olhando como a mais bela e pura paisagem ao mesmo tempo em que o desejo avassalador torna-se cada vez mais evidente através do brilho faminto e voraz nos olhos azuis dele.

Toda vez que eu o fito pelo ombro, me perco mais um pouco. Tenho medo disso. Em geral as pessoas as quais me importo tendem a me deixar, queiram elas ou não. É estranho pensar que com ele não seria diferente, a cada minuto a mais fico com essa sensação, esse temor de que talvez seja o nosso último dia, nosso último instante juntos, fico nessa ansiedade pertubadora apenas esperando seu súbito "sumiço". E por mais que Gael prometa ficar comigo todos os dias da vida de anjo dele, prometa jamais me deixar sozinha e desamparada como um dia fora, essa sensação não vai embora.

O toque dele me desperta. Ainda estou sentada entre as pernas dele, encostada contra o seu peito enquanto ele acaricia com a ponta de seus dedos a minha coluna.

- O que há de errado Emerie? - Indaga suave.

- Nada anjinho. - Inclino meu rosto para o seu, uma posição um tanto quanto desconfortável nessa estreita e pequena banheira.

- Tem certeza? Estou sentido você. - Ele olha para o meu corpo nu e molhado igual ao seu e cora. - E-eu fiz algo errado?

- Não. Não Gael, você não fez nada errado. - Passo meus lábios nos seus. - Você é perfeito, digo literalmente perfeito anjinho. Não se preocupe.

Ele engole em seco, contra vontade encerra o assunto. O fato dele me conhecer tão bem ainda é meio estranho, tipo Gael sabe mais do que basicamente a minha vida inteira e tudo o que sinto. Meu anjo me conhece tão bem quanto um engenheiro conhece uma obra o qual construiu.

- Você vai me dizer em que lugar nós vamos ou quer fazer surpresa? - Suas mãos se apoiam ao redor da minha cintura, me puxando mais contra ele. Me sinto pegar fogo.

- Hum... você não acha surpresas, ou melhor um certo mistério sexy? Um friozinho na barriga absurdamente prazeroso.

- Na verdade não. Geralmente gosto de saber de tudo antecipadamente. - Murmura contra a pela onde meu pescoço e ombro se encontram.

- Típico anjinho, mas pela primeira vez você não sabe... Ah. - Suspiro com sua provocadora mordida. - Você está aprendendo.

- Sou dedicado. - Outra mordida, um pouco mais acima da anterior.

- Não tenho dúvida quanto a isso. - Gael continua com mordidas em meu pescoço. Não vejo a hora de sentir sua boca deliciosa entre as minhas pernas, eu diria que hoje essa vontade acaba.

Me afasto dele um curto e suficiente espaço para me virar ficando em sua frente, totalmente exposta para o seu olhar sedento. Monto em seu colo, numa esfregação depravada, não que eu fosse o símbolo de santidade, na verdade esse título cairia muito bem no homem em minha frente, talvez não agora que ele olha faminto para os meus seios.

- Acho que nunca vou me cansar disso. - Passo meus braços em volta de seu pescoço, o mesmo ele faz porém no meu quadril.

- Do quê?

- De olhar para você.

- Eu já disse que você é clichê? - Beijo sua mandíbula.

- S-sim.

- Que bom. Sabe o que mais anjinho? - Mordo sua boca.

- N-não. - Gael respira fundo. Ele fecha os olhos absorvendo o meu toque, a fusão dos nossos corpos.

- Além de um típico anjo sabe tudo e um plagiador de filme clichês. Você é a coisa mais absurda e maravilhosa que já me aconteceu. O mais surreal e caótico ser que apareceu na minha vida. - Deslizo minhas mãos pelo seu abdômen.

- Isso é bom ou ruim? - Me inclino para o lado pegando o pequeno embrulho.

- Ah, isso é bom. Muito bom. - Desço a mão por ser peito, traçando as unhas por seu abdômen até a evidência urgente do seu desejo e acabo guiando-o para dentro de mim. Ele solta um gemido rouco, apertando o meu quadril.

Seus olhos encontram os meus, a visão do meu anjo sob mim, com lábios entreabertos e seu lindo rosto avermelhado é como ver um oásis no meio do deserto. Seus gemidos saem em rouquidão quando começo a mexer, rebolar sobre ele. Mordo o meu próprio lábio inferior contendo os gemidos indecentes que saem da minha boca.

Para minha eterna satisfação, Gael beija um dos meus seios enquanto o outro é atiçado por sua mão que o acaricia da forma mais maliciosa possível. Como um devoto voraz ele chupa os meus peitos, arrepiando meus pelos e fazendo ondas de prazer atravessar o meu corpo conforme mexe sua língua pecaminosa. Fico incapaz de abafar meus gemidos, altos como os dele enquanto se enterra cada vez mais dentro de mim.

Acabo me apoiando na borda da banheira, a cabeça dele entre os meus braços. Sua boca já deixou os meus seios para se afundar no meu pescoço, suas mãos deslizaram para a minha bunda. Aceleramos nosso ritmo, o som dos nossos corpos se juntando e dos nossos gritos de prazer é ecoado no cômodo. Um som não tão agradável para quem estiver ouvindo de fora. Pouco me importo com os palavrões que digo ou dos gritos que reproduzo, nada é tão importante quanto meu anjo e a resposta do seu organismo para com o meu. Termino primeiro, numa fricção rápida e mais firme, tanto a água quanto a espuma são jogadas para fora em ondas. As luzes das velas dançam com a brisa que entra pela janela, sinto Gael estremecer num grito que parece estremecer as paredes.

Ele amolece, permaneço com meu corpo sobre o seu, recuperando meu fôlego numa respiração entrecortada. O peito dele sobe e desce frenético por ar, seus pulmões desesperados por oxigênio. Meu anjo beija a minha testa suada e me abraça. Estamos molhados e cansados mas não satisfeitos. Deito minha cabeça em seu peito.

- Isso é sempre tão arrebatador assim? - Quase não ouço sua voz sussurrada sobre a minha cabeça. Confirmo, devastada demais para falar. - Que bom.

Acabo rindo. Uma risada genuína que somente ele seria capaz de fazer. Gael belisca as minhas costas.

- Ei, do que você está rindo? - Continuo rindo, ergo meu rosto e encosto nossas testas, ele sorri mostrando as covinhas em suas bochechas tão novas ao mesmo tempo tão familiares. - Qual a graça Emerie?

- Você anjinho. - O anjo franze a testa confuso, embora ainda sorria. - Gael, você consegue ser tão fofo e safado ao mesmo tempo e literalmente logo após um sexo intenso numa banheira minúscula que mal cabe duas pessoas, mas de algum jeito nós fizemos caber e como se não bastasse, transamos nela.

Sua risada aquece o meu peito. Nós dois rimos um para o outro da cena deprimente que deve ser duas pessoas que só podem ser insanas para fazer sexo numa banheira pequena. Uma cena cômica de algum filme romântico e muito pouco valorizado.

- Realmente espero que a banheira não seja o único lugar deprimente o suficiente em que a gente vá transar, seria péssimo todas as nossas lembranças ser apenas na cama ou no sofá. - Ele comenta após alguns minutos de silêncio, nossa risada cessou e seu único vestígio é leve dor na maçãs do rosto de tanto rir.

- Quem é você e o que fez com o meu anjo? - Gael revira os olhos, no entanto não disfarça o sorriso divertido que seus lábios comprimem.

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