Angel In My Life

1.5 |Emerie

Emerie

Dica do dia, não tente correr de um homem mais rápido e mais forte que você e muito menos se ele for anjo. Isso mesmo, um anjo.

Eu não estava convencida de que Gael não oferecia nenhuma ameaça, por isso nem coloquei o vestido e assim que ele saiu do quarto eu saí correndo pela porta em direção a saída do apartamento.

Obviamente ele era mais rápido e antes que eu sequer chegasse a porta de entrada, Gael me derrubou no chão numa rasteira perfeita, interrompendo minha fuga. Caí igual bosta contra o chão. Não satisfeito, ele sentou em cima de mim tapando minha boca com uma de suas mãos.

E aqui estamos nós, eu deitada e ele em cima de mim. Seria cômico e sexy se eu não estivesse me debantendo sob ele, que usa uma das mãos para segurar um dos meus pulsos enquanto a outra permanece sobre a minha boca.

- Você enlouqueceu? - Sua expressão não se parece nem um pouco com o do garoto de alguns minutos atrás. - Meu Deus Emerie.

Seu peito sobe num suspiro que talvez seja de cansaço.

- Você realmente não afrouxa as rédeas. - Não respondo, já que estou impossibilatada de fazer isso. - Se você quer ser teimosa, então tá bom, mas com os meus termos.

Arco uma das sobramcelhas curiosa.

- Eu vou destampar sua boca se você prometer não gritar ou berrar ou melhor, não fazer nenhum tipo de som. Entendeu?

Sim ou não?
Vejamos, tem um cara desconhecido - que por mais que não pareça oferecer ameaça, não conheço suas intenções - e ainda por cima está sentado em cima de mim.

- Entendeu? - Anuo confirmando. - Ótimo, não tente fazer nada Emerie. Nada.

Ele não me solta de uma vez, parece estar em dúvida quanto ao me soltar ou não.

Talvez eu realmente seja teimosa, por isso fiz menção de arranhar seus braços que na mesma hora puxaram os meus em cima da minha cabeça me mantendo imóvel.

- Você vai parar?

- Com o quê? - Pergunto em tom de inocência.

- Talvez de me ameaçar com algo cortante ou correr igual uma louca que nem vestida adequadamente está, - Seu olhar passa pelo meu corpo fazendo um estranho calafrio percorrer minha nuca. - E de tentar chamar alguém sendo que nem de ajuda você precisa.

- Como posso saber que você não vai tentar fazer algo comigo?

- Se pensasse assim deveria lembrar que no banheiro a situação era mais crítica para você e mais fácil para mim, não?

- E daí? Você não me garantiu segurança em nenhum momento. - Grito, em seguida ele ameaça tapar minha boca novamente fazendo com que eu diminuía o tom de voz.

- Boa garota. - Seus lábios se abrem num sorriso. Gael aproxima seu rosto do meu. - Se eu quisesse fazer alguma coisa com você Emerie teria feito há muito tempo. - Sussurra com nossos narizes à centimetros de se tocarem.

Se isso fosse um filme, seria aquela cena em que o casal principal provoca um ao outro causando uma tensão sexual.

Isso não é um filme.

A campainha toca no momento em que eu tinha certeza de que Gael queria me beijar, ou de repente tinha sido apenas uma ilusão da minha parte, ou desejo.

- A pizza! - Digo sorrindo quando ele me analisa confuso.

Ele murmura num suspiro entre cortado.

- Esqueci da maldita pizza. - Gael revira seus lindos olhinhos azuis.

- Vai atender ou quer que eu atenda? - Pergunto, num sorriso malicioso.

- Você fica aqui! - Responde de travessão. - Na verdade pode ir até o quarto vestir uma roupa decente.

Depois de muita insistência de sua parte visto o vestido que ele havia escolhido enquanto ele pega a pizza.

Ouço sua conversa com o entregador, Gael é muito estranho parece meio perdido no que fazer.

- Você está tentando me enganar? - Ele pergunta após o entregador dizer que não tinha troco já que a pizza já havia sido paga online.

Sorrio sozinha. De qual mundo esse cara é?

Volto correndo para sala ao perceber que ele estava ameaçando processar o entregador por falta de troco. Tipo: quê?

- Desculpa! - Digo, num sorriso forçado. - Ele não bate muito bem da cabeça. - Empurro Gael para dentro novamente enquanto ele me lança um olhar cortante.

O entregador parace se divertir da situação, mas tem o senso de não responder e sai assim que fecho a porta em sua cara.

- Por um acaso você nunca comprou uma pizza?

- Na verdade não. - Ele dá de ombros. - Mas já vi você fazendo isso milhares de vezes.

- Sabe, estou começando a achar que você é um psicopata. Você fala muito essas coisas.

Sua expressão demonstra dúvida quando ele me olha após colocar a pizza na pequena bancada.

- Que coisas?

- Tipo, "eu já vi você fazer isso" ou "não seria a primeira vez que faço isso" se referindo ao fato de já ter visto eu me trocar várias vezes. Não quero te ofender, mas isso é assustador.

- Imagino. - Responde, então parece se recordar de algo. - Por isso quero esclarecer as coisas Emerie, embora você não facilite em nada.

- E você me culpa por ter receio de um completo estranho que parece me vigiar?

- Não. Claro que não. Mas pelo menos ouça meu lado da história.

- Certo. Vou escutar o que você tem de tão importante para dizer que está insistindo a noite toda.

- Graças a Deus. - Seus ombros largos caiem em puro alívio.

- Mas antes me dê um pedaço dessa pizza porque estou faminta.

Gael sorri mostrando suas covinhas, não sei por quê mas sinto já conhecê-lo por anos. Talvez por isso esteja lhe dando a chance de se explicar.

- Para começo de conversa, a gente vai ter que dar uma voltada no tempo.

- Quanto tempo?

- Talvez no dia em que você nasceu.

- Por que?

- Por que fui quando eu nasci Emerie. - Diante do meu olhar confuso e curioso ele completa - Pois quando você deu seu primeiro suspiro de vida Emerie, eu nasci.

A confusão fica ainda mais explicita no meu rosto. Gael nota.

- Eu sou seu anjo Emerie.

Solto uma gargalhada do fundo da garganta, completamente sincera.

• ────── ✾ ────── •

Deixem seus comentários e votos!!
Obrigada ♡