2.23 |Emerie

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Acordei com a brisa fria que se estendia da janela meio aberta. Meu corpo exausto descansa sob seu corpo nu e quente. Sua mãos macias envolviam minha cintura contra o seu peito, com medo de que eu escapasse durante a madrugada, sua respiração estava tranquila, calma como as batidas do seu coração. Aquilo não parecia real, ele não parecia real. Tão despreocupado com tudo ao nosso redor, parecia ser bom demais para ser verdade. Eu esperava pelo fim, mesmo não querendo, sabia que uma hora aquilo ia acabar. Uma hora nossos caminhos iriam se separar e então seríamos apenas uma lembrança boa um do outro, um memória há muito tempo vivida. Dispersei esses pensamentos levantando com cuidado, relutante me separei dele sem tentar acordá-lo. O ponteiro do relógio apontava três horas da manhã quando segui para cozinha.

Em passos silenciosos entrei na cozinha vestindo apenas a camisa com o seu cheiro que encontrei jogada pelo chão do quarto, minhas roupas estavam espalhadas pela cozinha, uma confusão de peças íntimas no chão, sorri lembrando o motivo delas estarem lá. Olhei meu pulsos, leves marcas rochas os envolviam, nada absurdo, mas também nada discreto. Ignorei a pontada suave de dor que senti ao girar os punhos, e então comecei a caça por um alimento um tanto comestível, uma tarefa meio difícil já que Gael, ao que parece, não tinha um hábito muito saudável quando se tratava de comida. Meu joelho estalou quando me agachei na parte de baixo da geladeira onde, pelo menos, tinha algumas frutas. Peguei uma maçã num tom próximo ao vermelho.

- O que você está fazendo? - Dei um sobressalto com a sua voz. Levantei ligeiramente notando ele de braços cruzados me olhando desconfiado contra a parede da entrada.

- Procurando alguma coisa pra comer. - Fechei a geladeira dando uma mordida na maçã. Por um instante fiquei distraída observando o calção muito abaixo do seu quadril, mostrando as lindas linhas que marcavam o começo da sua virilha. Engoli em seco.- O que você está fazendo aqui?

Ele sorriu passando a mão no cabelo, só bagunçando mais os fios loiros. Meu Deus ele era absurdamente sexy. Gael andou lentamente na minha direção, gracioso e sensual. Me apoiei contra a borda da mesa, fingindo não parecer tão afetada com a sua presença. Dei outra mordida na maçã, contemplando os móveis e objetos muito bem organizados no cômodo. Ele parou na minha frente, franzido o cenho quando olhava a peça que cobria o meu corpo.

- Eu tive um sonho. - Sussurrou, colocando as mãos na minha cintura. Resmunguei uma pergunta. - Sonhei que tinha uma mulher seminua andando na minha casa e mexendo nas minhas coisas, mas eu não me importei porque essa mulher estava muito gostosa usando a minha camiseta. - Sua cabeça se aproximou devagar, seu olhar fixo nos meus lábios que se moviam mastigando. - Aí me dei conta de que não estava sonhando.

- Você sempre diz isso quando trás uma mulher pro seu apartamento? - Sussurrei de volta. Ele abafou um riso, fechando suas mãos na minha cintura me erguendo para ficar sentada em cima da mesa.

- Na verdade você é a única mulher que trouxe além da Rachel. - Gael ficou entre as minhas pernas, massageando elas. - E honestamente, a única e última vez que ela me fez uma visita, acabou numa discussão, aí ela foi embora puta comigo.

- Por quê? - Outra mordida.

- Rachel é uma mulher que não gosta muito de ser contrariada, e quando eu propus terminar o nosso noivado, digamos que ela não aceitou muito bem.

- E depois? - Ele pareceu confuso. - Conhecendo você durante esse tempo, tenho certeza de que você não terminaria uma relação longa com alguém que você se importa de forma tão brusca. Digo, você é bonzinho demais pra deixar isso terminar assim. - Gael fez um careta com o termo.

- Embora esse termo seja ridículo, você está certa supondo isso. Alguns dias depois fui no hotel que ela estava hospedada e me desculpei. No fim deu tudo certo.

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