1.11 |Emerie

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Eu ainda estava extasiada, atordoada, confusa e todos os adjetivos possíveis que pudessem ser usados para representar o embaralho que meus pensamentos estavam.

Nós haviamos nos beijado. Foi inesperado, arrebetador e totalmente acidental. Não havia planejado aquele beijo nem as outras coisas que ocorreram depois.

As lembranças de suas mãos pelo meu corpo, do seu toque quente ainda estavam em mim - como se eu pudesse o sentir naquele exato momento.

Nós tínhamos acabado de estudar e tirar suas dúvidas. Conversávamos, no instante em que ofereci uma bebida para relaxar e distrair a cabeça de física quântica. Maldita seja a hora em que tomamos, ou melhor que eu tomei aquela cerveja. Joguei literalmente pelos ares minha determinação quando fiz o que estava decidida a não fazer.

Quando dei por mim - de tanto olhar para sua boca e a desejar enquanto ele falava - nossos lábios estavam grudados e suas mãos agarravam minha cintura um pouco hesitantes, até me segurarem com firmeza. Meus dedos mergulhavam por seu cabelo negro o puxando, o atraindo para mais perto. Seu gosto era inebriante, minha boca não conseguia se manter longe da sua.

Pensei em parar. Juro que pensei em interromper o que eu sabia ser um erro, um enorme erro, mas não consegui.

Fazia meses, incontáveis dias que eu não beijava e não era tocada por ninguém, meu corpo sentia a ausência do calor e da sensação lisonjeira que aquilo representava.

O que deu em mim? Eram apenas aulas PARA ESTUDAR EMERIE, PORRA.

Por pouco não fizemos sexo, por muito pouco mesmo. - Já que as preliminares havíamos feito.

Em determinado momento o fogo misturado com o álcool me deixaram ousada.

Montei em seu colo e me esfreguei como uma depravada, carente e oferecida. Suas mãos fortes foram rápidas ao encontrar a barra da minha calça a jogando no chão bruscamente, e então voltaram sendo impedidas apenas pela fina renda da calcinha, o que vamos ser sinceros não era obstáculo algum.

Merda Emerie. Merda!

"Pelo menos" não houve penetração, era o que me conformava da minha atitude incorrigível.

A excitação se tornou o ápice quando seu dedo trabalhava tortuosamente no meu clitóris. A medida que ele me masturbava eu gemia contra o seus lábios me esfregando cada vez mais, frenética por orgasmo.

Sentia seu membro desejoso ressaltando sob sua calça. Pensei em retribuir o favor e quando finalmente gozei; abri seu zíper. Logan sorriu satisfeito, dizendo que havia ficado feliz por ter me escolhido como professora.

Joguei toda a minha dignidade fora quando o chupei como uma criança chupando um picolé num dia extremo de calor.

Já havia feito isso milhares de vezes. Ainda lembro do gosto que Hunter tinha e do modo como puxava meus cabelos quando eu o chupava, seus gemidos inconfundíveis e seu impulso por mais, por gozar na minha boca.

Como um beijo acidental pôde se tornar uma masturbação e um boquete?

Talvez o beijo não tenha sido de fato acidental. Eu disse talvez.

Quando paramos - com nossos corpos suados e semi nus com respirações entre cortadas - decidi que aquilo jamais deveria se repetir novamente.

É difícil ter determinação em não fazer uma coisa incrivelmente gostosa e prazerosa. Aquela era nossa primeira e últimas vez.

A questão é que a parte de mim que havia ficado satisfeita em gozar após meses, me impediu de avisá-lo que aquilo não se repetiria.

Seus dedos não estariam entre as minhas pernas novamente e muito menos minha boca em seu pau. Por mais que aquilo parecesse bom. O que fizemos era uma terrível tentação.

E tentação é quando a cabeça proíbe, mas o corpo desobedece.

- Da próxima vez irei me derramar dentro de você e não na sua boca. - Ele disse, deitando de lado apoiado em um dos cotovelos.

O encarei, perdida demais para responder, negar.

Sabia o que aquilo significava, era óbvio que para ele eu era apenas mais um brinquedo sexual, o qual não negou sua diversão e seu libido.

Passei a noite inteira acordada. Não estava arrependida, foi apenas um uso mútuo. Apenas prazer para ambos os lados. Mesmo assim, isto não impediu que eu me sentisse uma completa idiota semelhante a meninas que eu tanto julgava, ao menos não havia sentimento algum relacionado.

O nome de Gael passou pela minha mente, havia me esquecido dele durante o ato, óbvio que pensamento algum passaria pela minha cabeça naquele momento, mesmo ele.

Pensei em como encará-lo, acho que não poderia fazê-lo sem sentir vergonha. Óbvio que ele já havia visto eu transar com outras pessoas já que ao que parece ele esteve comigo em todos os momentos.

O ponto é que é totalmente diferente quando você faz coisas em completa ignorância de que tem alguém te vigiando.

Não sabia o que falar, para ser sincera nenhuma palavra faria jus. Não tinha o que dizer. Não era correto eu me desculpar por agir normal, afinal sexo é normal.

Esperei por ele durante a noite, o dia seguinte e o restante da semana. Gael não apareceu.

Sabia que ele me olhava, ele sempre me olhava era fato, porém não fez nenhuma aparição repentina e nem demonstrou que estava ali.

Ser um anjo deve ter regras e limitações e por ele parecer ser tão certinho com certeza não queria quebrá-las.

Eu tinha sido injusta. Uma noite antes havia dormido com ele, em seus braços e na outra nem recordei de seu nome quando gozava.

Logan me encontrou no dia seguinte como prometido. Foi me buscar na porta de casa com sua moto.

- O que você está fazendo aqui? - Perguntei, quando o notei estacionado em frente a portaria.

- Eu disse que viria te buscar. Aqui estou eu! - Seu sorriso se abriu mais enquanto me ajudava a colocar o capacete.

Maldito calafrio que percorreu toda a extensão da minha coluna, quando seus dedos tocaram o meu rosto. Nem pareciam os mesmos, estavam sendo delicados e gentis ao contrário dos anteriores que empurravam minha cabeça cada vez mais, quase o engolindo por inteiro.

- Você está bem? - Perguntou, então acordei do desvaneio para noite passada.

- S-sim. - Respondi meio rouca. - Só um pouco distraída.

Logan me olhou e percebi o pingo de malícia quando seus olhos brilharam.

- Entendo.


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