2.18 |Emerie

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Gael ficou parado nos olhando, tentando entender o que estava acotecendo. Não tinha nada para entender, era apenas o reencontro de dois amigos de infância, obviamente ele não sabia disso por isso não me olhou quando segui em sua direção.

— O que você está fazendo aqui, Gael? — Perguntei confusa, os olhos dele tornaram a me olhar mais suaves do que antes.

— Vim ver você. — Respondeu baixinho, percebi que ele estava envergonhado. Peguei sua mão o puxando para mim, ele não hesitou. — Posso vir outra hora se você quiser.

— Não, tudo bem. Obrigada por ter vindo. — Apertei a mão dele, ele retribuiu com a mesma força. Olhei para Matheo que nos analisava quieto. — Esse é o Matheo, um amigo de longa data.

Gael manteve sua mão na minha, enquanto a outra ele ofereceu em forma de cumprimento para Theo. Eles se encararam de maneira estranha, como dois alfas no mesmo território, quase ri por pensar isso.

— Matheo, esse é o Gael. — Gesticulei pra ele sorrindo. — Um amigo também, talvez um pouco mais do que isso ainda não descobrimos.

— Eu quero saber o que isso significa? — Perguntou Mat de forma irônica.

— É provável que não. — Gael respondeu sem sentir graça na piada por trás da pergunta. Ayla deu um tosse seca forçada, graças aos céus por isso.

— Emerie, você pode pegar um vinho enquanto tento informar Matheo dos acontecimentos mais importantes durante a última década? — Ela me lançou um sorriso forçado, dando passe livre para a minha escapatória.

Levei Gael comigo para a cozinha estreita, mas distante o suficiente para podermos conversar sem nenhum instinto masculino de pular no pescoço do outro por conta de uma fêmea.

— Amigo de longa data, é? — Ele murmurou me ajudando com as taças. Deixei a garrafa de vinho sobre babaca para fitar seu rosto enrubescido.

— Sim, nossas mães eram amigas muito antes da gente nascer. — Dei de ombros. — Nós nos separamos durante a pré-adolescência. Acredite, hoje foi a primeira vez que vejo ele durante anos.

— Hum. — Resmungou dando pouca importância. Era impressão minha ou ele estava enciumado?

— Você não está com ciúmes, né? — Indaguei, me divertindo daquela cena. Gael soltou as taças e me olhou sério.

— É claro que não. — Respondeu seco. Meu sorriso se abriu ainda mais, dei um passo curto em sua direção.

— Seria idiota ter, de qualquer modo. Você sabe, se alguém deveria ter ciúmes do outro esse alguém teria de ser eu. — Ele arqueou uma sobrancelha. — Quem tem uma ex-noiva obssecada por mim é você.

Gael pareceu não entender o que eu estava dizendo, claro que não. A cobra louca certamente não comentou da visita desagradável e desnecessária que me fez.

— Esses dias aconteceu algo interessante no hospital. Uma mulher foi me ver, ela parecia muito irritada comigo, e eu nem sei porquê. — Ele soltou um xingamento baixinho.

— O que ela disse? — Cheguei na frente dele, massageando seus ombros.

— Bem, primeiramente ela estava muito puta e falou um monte de merda, nada relevante pra nós dois. Foi só uma tentativa sem sucesso de me manter longe de você.

— Desculpa por isso, eu não sabia que Rachel chegaria a esse ponto. — Ele apoiou as mãos na minha cintura, encostando nossas testas.

— Agora está tudo bem, Phill esteve comigo depois da visita, conseguiu me acalmar.

— Você sabe que esse médico tem outras intenções, né? — Os braços dele me abraçaram mais firme. — Fico um pouco aliviado por você não ter mais que ficar sob supervisão dele.

— Não é nada disso, Phill é profissional o suficiente pra separar as coisas. Ele não daria em cima de mim sem correr riscos. — Ele suspirou fundo, encerrando aquele assunto que não levaria em nada.

— Estou orgulhoso de você, Emerie. — Sussurrou após alguns segundos em silêncio, ergui meu rosto encontrando seus olhos azuis amenos.

Por que eu deveria esperar mais? Não era mais que evidente que queríamos um ao outro, lutar contra isso era idiotice. Não dava pra contrariar o destino, e se ele nos queria junto então por que não ceder de uma vez por todas ao sentimento que só crescia dentro de nós? Não havia mais motivos para esperar, nós podíamos superar nosso passado e nossos demônios juntos. Se era tão simples assim então por quê não?

Todos pareciam querer isso, torciam por nós dois e pela vida que juntos poderíamos ter, então por quê não?
A desculpa de não o conhecer era um atraso idiota para o que eu queria, eu poderia conhecê-lo se quisesse, Gael estava disposto a largar tudo pra me ter, se o fato de eu o afastar estava atrapalhando as coisas, então a única coisa que eu deveria fazer era deixar que ele se aproximasse sem medo do que aquilo significava.

Percebi que ele fazia um pedido com os olhos, eu esperava tanto por aquilo que não sabia o que fazer. Estava com medo de ser precipitada, apressada e muitas outras cois-

Meu medo se calou no instante que os lábios dele encontraram os meus. Tão doces e gentis, um toque suave das nossas bocas, explorando aquele território novo que éramos um para o outro. Gael se afastou da mesma forma que me beijou.

— Você está bem? — Ele perguntou, acho que ele também temia ser ansioso demais.

Confirmei mordendo seu lábio e o pegando para mim. Enfiando a minha na língua na boca dele, sem nem um pedido para entrar, mas ele não recusou, pelo contrário, seus lábios raptaram os meus famintos, minhas mãos subiram para o seu pescoço, puxando os pequenos fios dourados da sua nuca. Gael me puxou mais forte contra ele, aquele necessidade insaciável de sentir o meu corpo, a vontade de me sentir por inteira me entregando por completo pra ele, apenas ele.

— Puta merda, Emerie. — Arfou grudando meu lábio inferior com seus dentes. — Você acaba comigo.

Puxei a gola da sua camisa, sem soltar a sua boca. Nos cabaleamos para trás, até meu corpo parar contra a bancada e ele me erguer em cima dela se colocando entre as minhas pernas abertas. Aquele foi um péssimo dia para escolher vestir uma calça jeans, uma saia ou um vestido iria facilitar consideravelmente meus planos.

Os lábios dele deixaram de beijar e morder a minha boca para explorar o meu pescoço, não contive o gemido baixo que escapou sentindo o fogo que se acumulava cada vez mais dentro de mim. Minha pele arrepiou sentindo sua mão subindo para o meu seio. Escupindo a minha pele sob a camisa, seus dedos passeando pelo tecido do sutiã. Acabei sorrindo totalmente grata por ter aquele homem.

— Bem, agora entendi porque vocês estavam demorando. — Ayla comentou boquiaberta, um sorriso maroto na boca.

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