1.23 |Emerie

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Ayla me olhou de cima a baixo, me analisando como se soubesse o que eu estava fazendo, não que eu fosse ajudar a negar já que meu cabelo estava emaranhado, meu rosto corado e meus lábios inchados, sem contar as marcas vermelhas no meu pescoço as quais tentei cobrir com o cabelo.

- A não ser que você tenha acabado de sair de uma orgia, posso saber por que está nessa situação tão deprimente?

- Não vejo como isso pode ser da sua conta. - Respondi numa careta. - Aliás, posso saber por que você está aqui tão cedo?

- Cedo Emerie? - Ela apontou para o relógio num ponto específico da parede da sala. - São quase meio-dia e você tem a capacidade de me dizer está cedo.

- Dependendo do ponto de vista sim. - Dei de ombros. - Por exemplo, para uma reunião marcada às três horas da tarde é cedo ao contrário de uma reunião às dez horas da manhã.

Eu estava tentando ganhar tempo. Tempo para Gael se ajeitar, estabilizar seus nervos e seu corpo que certamente deveriam estar agitados pelo o que estávamos fazendo no sofá e o que estávamos prestes a fazer, se não fôssemos interrompidos por Ayla. Ela não sabia a sorte que tinha por ser minha melhor amiga naquele instante.

- Ok nerd. Já entendi. Agora, você provavelmente já sabe o motivo de eu estar aqui. Por conta da minha festa que vai ser na sua casa. - Concluiu após eu a olhar pedindo mais clareza.

- Que horas vai ser a festa?

- Então, eu avisei para os meninos que começaria lá pelas oito, e antes que você surte eu vim aqui para organizar as coisas, porque obviamente vamos precisar de balões, bebida muita bebida, luzes de led e um Dj.

- O quê? Um Dj Ayla? Acho que isso não estava no nosso trato. - Cruzei os braços, estufando o peito.

- Acho que Dj está implícito no conceito de festa Emerie, era óbvio que haveria um, principalmente na minha festa e você sabe muito bem que eu dou as melhores festas, não é atoa que carrego essa reputação.

Revirei os olhos, dizendo inúmeros palavrões num sussurro.

- Me lembre do porquê ainda somos amigas. - Comentei indo em direção ao quarto, onde meu anjinho me esperava.

- Porquê você me ama é claro. - Revirei os olhos, fechando a porta antes de ouvir o resto do que dizia, respirei fundo antes de me virar. Em parte por vergonha.

Gael estava esparramado sobre os lençóis sedosos, com um sorriso preguiçoso nos lábios. Tranquei a porta.

- Posso saber porque você não tomou um banho e se arrumou para ficar apresentável para minha amiga. - Me juntei a ele, descansando a cabeça em seu peito.

- Primeiro que, eu não pretendo ficar apresentável para alguém que atrapalhou um dos meus maiores sonhos sendo realizado, segundo que, estava contado que você juntasse comigo no banho. - Sua voz saiu abafada sobre os meus cabelos, senti seu sorriso.

- Desde quando você fala essas coisas? Pensei que o papel de pervertida fosse meu não de um anjo que se envergonha de tudo o que eu falo e faço.

Ele riu, somente o som da sua risada passou uma energia elétrica pelo meu corpo, aquecendo o meu peito.

- Anjos também podem ser indecentes quando querem, só basta encontrar a humana certa capaz de despertar isso neles.

- Fico feliz por ser sua humana. - Ergui a cabeça encontrado seus olhos focados em meus lábios.

- Se não fosse por sua amiga na sala, eu lhe mostraria como anjos podem ser indecentes. - Sussurrou como se Ayla pudesse ouvir através das paredes.

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