Angel In My Life

2.26 |Gael

Gael

Os primeiros raios de sol invadiam o quarto, dourando a pele clara dela e os fios loiros espalhados sobre o meu peito. A respiração de Emerie era calma e lenta, ritmada como as batidas cardíacas que eu sentia pulsar sobre mim, ela estava deitada nua com metade do corpo sobre o meu, totalmente adormecida e ignorante ao esforço que eu estava fazendo para não acordá-la com beijos por todo o corpo. Um resmungo fraco foi o único som que ela reproduziu quando a tirei de cima de mim com cuidado suficiente para não despertá-la de vez, Emerie nem se mexeu. Aproveitei isso, e segui para o closet, pegar minha roupa, e em seguida para o banheiro. Entrei no chuveiro, a água gelada despertando as minhas células, uma por uma forçando meu cérebro a funcionar inteiramente. Meu olhos estavam fechados para evitar que a espuma do shampoo entrasse neles.

Não precisei vê-la para saber que estava ali, o som da porta do box avisou sua chegada. Emerie me abraçou por trás, dando um beijo no meu ombro.

- A água está fria. - Alertei, lavando o cabelo, que ela dizia estar na hora de cortar.

- Você está quente. - Respondeu, contra as minhas costas. Virei rapidamente, a pegando nos braços. Emerie se ergueu na ponta dos pés para encostar nossos lábios. - Bom dia.

- O que você está fazendo acordada? Ainda são seis e meia da manhã. - Ela me olhou sonolenta, sorrindo.

- Você me acordou.

- Desculpe. - Emerie passou os braços ao redor do meu pescoço, aceitando minha desculpa.

- Quanto tempo temos antes de você ir? - Perguntou, após o décimo beijo. Calculei os minutos que ainda faltavam, não eram muitos.

- Uns quinze minutos. - Ela resmungou negando, sua mão descendo pelo meu abdômen. - Talvez vinte? - Emerie mordeu meu lábio, descendo lentamente sua mão, a segurei antes de ir até o fim. - Não podemos agora, Eme.

- Por quê? - Indagou, com aqueles olhos enormes incitando os meus.

- Porque não temos tempo suficiente, não sou do tipo apressado e ansioso, você já deveria saber disso. - Cor manchou o rosto dela, mas ela manteve o queixo erguido. - Eu gosto de tocar você em cada parte, beijar seu corpo inteiro antes e quando estou entrando em você, Emerie.

- Não posso me opor a isso, de qualquer modo meu orgulho não deixaria.

- Eu sei. - Apertei seu queixo. - Podemos fazer isso mais tarde quando eu tiver tempo de sobra pra me demorar com você, tudo bem? - Ela assentiu, suas pupilas aumentaram enquanto me olhava. - Por ora, vamos apenas tomar banho e apreciar a companhia um do outro.

Emerie deixou que lavasse os seus cabelos, ela estava virada de costas pra mim o que era uma péssima ideia considerando que seu traseiro ficava bem a frente do meu quadril, movendo-se de forma calculada para provocar. Eu dava graças pela água estar fria assim mantinha as coisas em seu devido lugar. Ela não se importou em esfregar o corpo no meu de forma atrevida enquanto se lavava, seu rosto não mudou de tom quando virou-se para mim a fim de desligar o chuveiro e seus seios encostaram no meu peito.

Respirei fundo. Autocontrole Gael. Autocontrole porra, não é tão difícil. Autocontro... ela estava saindo rebolando o quadril enquanto andava para fora do box e teve a capacidade de olhar para trás fingindo ser a inocência em pessoa. AUTOCONTROLE GAEL.

- Você não tem que se trocar, anjinho? - Aquele maldito tom de voz sensual como o ronronar de um gato. - Não pode se atrasar, lembra?

Meu coração parecia dar pulos extravagantes no meu peito, e meu sangue fervendo como num caldeirão. Emerie sorriu e saiu, levando aquele corpo de curvas e dobras certas e perfeitas. Meu deus, ela ia me matar. Eu já podia ver o título no jornal anunciando a minha morte: