"On se demande parfois si la vie a un sens et puis on rencontre des êtres qui donnent un sens à la vie."
"Nos perguntamos às vezes se a vida tem um sentido, e então conhecemos pessoas que dão sentido à vida."
• ────── ✾ ────── •
Emerie
Fechei os olhos no instante em que ele entrou pela milésima vez no dia. Aquela inspeção patética que acontecia no curto espaço de tempo de uma em uma hora. Meus braços já não aguentavam mais a ardência das perfurações das agulhas. Uma hora para o sangue, na outra mais soro. Como se já não bastasse a quantidade considerável de soro que meu organismo recebeu naquelas semanas em que permaneci - em estado de observação - no hospital. O médico responsável afirmava que meu corpo precisava disso. Não discordei, afinal quem tinha diploma de medicina era ele não eu.
- Você é um colírio para os meus olhos Mary! - Comentei como um agradecimento, quando a pequena enfermeira de cabelos grisalhos entrou acompanhando meu médico. Ela tinha uma aura que me agradava, mudava todo o ambiente quando aquela doce enfermeira chegava.
- É bom ver você também Emerie. - Cumprimentou o doutor fingindo-se ofendido. Dei de ombros já expondo meu braço.
- Ah, não viemos aqui para aplicar nenhuma injeção, muito menos tirar seu sangue. - Ele disse. - Na verdade, estou espantando com o fato de você não estar pálida quanto uma folha de papel.- O quê? - Olhei para Mary, ela escondia um de seus muitos sorrisos apertando os lábios. Foi então que notei a pequena tigela redonda em suas mãos. - O que é isso?
- Você já passou muitos dias aqui Emerie. Seus exames são ótimos, seu corpo não tem demonstrado nenhum tipo de reação contra os medicamentos, isso é excelente considerando alguém no seu estado. - O médico sorriu ao terminar de falar.
- E o que isso significa? - Mary se aproximou de mim, leves ondas de vapor subiam da tigela. O aroma delicioso preencheu meu nariz atingindo meu estômago faminto.
- Significa meu bem, que você já pode ingerir alimentos. - Ela colocou a sopa em cima da mesa ao lado da cama que eu estava usando temporariamente. - É claro, começando devagar por enquanto nada de comida sólida e pesada.
- Ah. - Murmurei decepcionada. - Vocês não fazem ideia da vontade que estou de comer um hambúrguer com muito cheddar e bacon. Meu Deus, o queijo derretendo, a cebola grelhada e a salada com muito mol-
- Certo, acho que já tenho uma ideia Emerie. - Cortou o doutor rindo. A enfermeira fazia o mesmo. - Porém, lamento desapontar-te seu hambúrguer repleto de gordura pode esperar mais alguns meses.
- Meses? - Perguntei odiando a ideia. Como um hambúrguer era o mínimo que eu merecia por não morrer depois de um mês desacordada, vivendo por conta dos aparelhos que obrigavam meu coração a bater e os meus pulmões a respirar. - Não sei se aguento.
- Você é forte garota, sobreviveu quando ninguém dava nada para você. - Mary segurou minha mão. - E ainda por cima acordou sem nenhuma sequela grave no seu cérebro.
- Ela tem razão Emerie. Você aguenta só mais alguns meses e em alguns dias você já pode voltar para casa.
- Não sei se isso é um conforto. - Murmurei amarga. Voltar para casa não era bem o que eu esperava, obviamente meu pai não iria permitir minha liberdade tão cedo e eu seria obrigada a voltar para a casa dele. Não minha. Dele.
O médico deu uma tosse forçada, mudando rapidamente de assunto.
- Bom, era apenas isso que eu tinha para falar, sendo assim meu trabalho aqui, por ora, acabou. - Ele saiu após eu agradecer pela única notícia boa em dias. Mary permaneceu comigo.
- Posso te fazer uma pergunta Mary? - Ela estava vendo se os aparelhos estavam funcionando corretamente. Notei de soslaio sua boca se repuxar para o lado.
- É claro que sim. Mas se a pergunta tiver a ver com um homem loiro que passa todas as noites aqui, saiba que ele se foi pela manhã. - A enfermeira se voltou para mim. - A pergunta que fica garota é, quando você vai me dizer quem ele é?
Senti a vermelhidão subir para o meu rosto. Desviei o olhar para o sofá que ficava do outro lado do meu quarto onde ele sempre dormia ou simplesmente descansava quando pensava que eu não percebia sua presença. Eu sempre percebi e só conseguia dormir sabendo que ele estava lá. Esperando. Me esperando.
- Eu sou uma idiota por responder que não sei?
- Como não? Ele chegou aqui com você na noite do acidente, ficou o dia inteiro aqui. Vinha toda semana para saber seu estado, e além de passar todas as noites, exceto fins de semana naquele sofá, foi o primeiro a chegar aqui ao saber que você acordou.
- Sério? - Ela assentiu.
Por que alguém faria isso por mim? Ficaria aqui mesmo sem nenhum motivo em especial. Eu sabia que ele não era nenhum ex namorado nem um amigo íntimo, Ayla me contara no dia em que as minhas visitas foram liberadas. Porém por algum motivo ele nunca, nunca passou da porta que dá para dentro do quarto. Sempre ficava do outro lado, como se apenas para ter certeza de que eu estava viva e bem. Por que ele faria isso se não tínhamos nada?
Eu lembrava dele. Na minha mente ele era meu. Meu anjinho. Meu Gael. Eu disse seu nome quando o vi no dia que despertei, ele percebeu e foi embora assustado, afetado pelo sentimento que abrangia seu corpo. Quando nossos olhos se encontraram uma sensação gostosa e familiar tomou meu coração, tudo o que eu queria era correr para os seus braços, me aconchegar no seu calor.
No entanto isso não era uma ilusão, não era um sonho que minha mente criara. Dessa vez eu vivia a verdade, a realidade e por mais cruel e difícil que fosse admitir aquele homem não era meu. Ele não era o meu Gael. E muito menos eu sua Emerie. De repente éramos apenas estranhos um para o outro que se encontraram com os fios que destino traçou. Duas almas que cruzaram o mesmo caminho e acabaram juntas sem nem mesmo perceber.
- Não se preocupe garota. - A voz da Mary me trouxe de volta do meu transe. - Ele vem hoje a noite. Ele sempre vem.
- Como você pode ter certeza? - Meu olhar estava focado ainda naquele sofá num tom de azul acinzentado, desgastado, desbotado.
- Ele me disse. - A mulher me entregou a sopa sorrindo, evidentemente escondendo alguma coisa. Ela se despediu antes de responder as minhas inúmeras perguntas. - Tenha uma boa noite Emerie.
Novamente estava só naquele lugar. Apenas eu e a minha imaginação fértil. Engoli a sopa quente, queimando de maneira agradável minha garganta. O relógio apontou as dez horas. Ele não chegou. Dez e meia, nada dele. Onze horas sem nenhum sinal. Onze e meia, ouvi os passos apressados pelo corredor, a persiana da janela estava fechada mas não impediu que eu visse o vulto masculino passando por ela, nem os sons dele se acomodando, provavelmente de forma desconfortável, no velho sofá. Sorri e finalmente fechei os olhos. Grata e feliz por alguém se preocupar comigo, principalmente por esse alguém ser ele.
Quando eu tinha a sorte dos pesadelos não virem atormentar meu sono, eu sonhava com ele e nos meus sonhos ele sempre era meu.
• ────── ✾ ────── •
Deixem seus comentários e votos!!
Obrigada ♡Leiam "A CLAVE DE TI" disponível no perfil de uma amiga Akniight

VOCÊ ESTÁ LENDO
Angel In My Life
Storie d'amore(Concluído/Completo) A maior tensão sexual entre um anjo da guarda e uma humana que você irá encontrar... Emerie e Gael, uma humana e um anjo. Dois mundos completamente diferentes... o que eles têm em comum? A resposta é: os mesmos desejos devassos...