1.21 |Gael

12K 1.2K 450
                                    

Gael

Ela me evitou logo pela manhã. Pude perceber a vermelhidão de suas bochechas durante as poucos vezes em que me olhou e todas elas de maneira intensa deixando claro seu desejo e receio. Me limitei a tocar no assunto do pesadelo, mesmo eu sabendo muito bem que não passava de um sonho erótico, uma forma de seu corpo representar o desejo que a queimava todos os dias, oculto pela hesitação e o modo que aquilo representava. O mesmo sentimento que ainda me mantinha longe o suficiente de não sentir o calor de seu corpo e não ansear por ele.

Ela agiu rápido no desjejum, até parecia atrasada para um evento ou reunião importante, na verdade tudo parecia ser importante naquele dia desde que ela pudesse evitar falar comigo, senti a ausência da sua voz, a doçura do tom o qual era todas as vezes em que dizia algo para mim, seja um segredo ou uma provocação maliciosa. Emerie podia negar quantas vezes quisesse, mas era incapaz de mentir para mim e para ela mesma o fogo que começara a existir entre nós, a luxúria que passara de simples flertes quentes e provocadores para um real sentimento, daqueles de realmente instigar e estimular a libido. De verdadeiramente excitar.

Tentei ser o mais paciente possível com ela, dando um tempo embora curto mas suficiente para não fugir de mim toda vez que eu me aproximasse ou ignorar quando eu tentasse dizer algo. Ela estava com vergonha, eu sentia isso mas não era só vergonha que manchava seu rosto, até porque vergonha com certeza não seria capaz de acender seu núcleo. Era prazeroso saber que Emerie me desejava tanto quanto eu a desejava, talvez até mais.

O instante em que ela entrou no banheiro, matando a primeira aula decidi que seu tempo tinha acabado, nós deveríamos conversar, obviamente não tão repentinamente sobre sexo, este assunto ainda era constrangedor para mim, mas talvez se eu desse voltas no assunto em questão ela falaria alguma coisa relacionada de repente até me provocaria, pela primeira vez desde que ela me conheceu desejei suas provocações, agora com um sentimento por trás disso não apenas a simples adrenalina de fazer algo proibido, como transar em todas as posições possíveis com um anjo. Minha pele arrepiou só de pensar nisso, em posições.

Minha garota deu um sobressalto ao notar minha presença, ao ouvir a minha voz. Ela respondeu rouca, mentindo sobre não estar me evitando, me analisando de cima a baixo, nosso olhar cruzou e logo ela desviou. Seu corpo estava inclinado na pia, não pude deixar de observar discretamente sua bunda que naquela posição eu diria estava bem ressaltada, perfeitamente redonda e num tamanho considerável. Voltei o foco para o seu rosto através do espelho, não podia esquecer que independente de tudo ainda era um anjo, era o cúmulo como tal agir como um devasso.

Ela se virou, pareceu que todo o oxigênio do banheiro sumiu no momento em que ela ficou de frente para mim corada ainda evitando a todo custo me fitar.

Fiz outra pergunta, respondida da mesma maneira. Parecia um jogo de quem iria se mexer primeiro. Fui eu, num passo lento e perspicaz.

- Tem certeza? - Perguntei, mais presunçoso.

- T-tenho. - Sua voz falhou, foi a deixa perfeita para deixar seus sentimentos mais explícitos. - Você não pode aparecer aqui Gael, é perigoso.

Sorri. Não posso aparecer aqui por ser perigoso ou por que você não é capaz de dividir um ambiente comigo sem me imaginar pelado? Aliás, nós dois.

- Me diga o por quê e eu sumo num instante Emerie. - A olhei como um predador fitando sua presa assustada, seus lábios estavam entre abertos pedindo, implorando para serem beijados. Pelos céus como eu queria.

- Eu já respondi Gael. - O mundo parou ao meu redor, tudo pareceu insignificante. Cada molécula e átomo parecia ter expirado do local. Somente Emerie e sua boca linda que apenas despeja coisas sujas e impuras pareciam ter se tornado o essencial naqueles míseros segundos.

Angel In My Life Onde histórias criam vida. Descubra agora