Angel In My Life

1.38 |Emerie

Olá leitores, nunca "apareci" aqui, porém deste capítulo em diante minha nota se fez necessária porque tenho um pedido a vocês. Independente do que acontecer neste capítulo até o quarenta POR FAVOR confiem em mim, sei o que estou fazendo e podem ter convicção que não cheguei até aqui para decepciona-los. Então, apenas confiem em mim. ♡♡

• ────── ✾ ────── •

Emerie

Não. Não. Ele estava errado. Não era verdade. O que dissera fora a mais pura e insana loucura. Não fazia sentido. Não tinha nexo, era fora do contexto. Gael estava errado, estava sendo presunçoso com medo, temendo o pior. Foram essas emoções que o afetaram que fizeram dizer aquelas palavras.

- Olhe para mim Emerie, por favor. - A amargura em sua voz me despedaçou. - Olhe para mim Emerie, diga alguma coisa.

Meu corpo não estava me obedecendo. Minha mente estava tão longe, vagando nas lembranças, procurando os vestígios que entregariam sua mentira. Eu estava de costas para ele, em parte porque não queria olhar aquele rosto, aqueles traços masculinos tão familiares. - Os olhos azuis cheios de amor, as sardas salpicando sua face formosa. Aqueles lábios que tanto me beijaram, os quais eu tanto amava quando me tocavam porém agora, trêmulas, imploravam para eu olhar mais uma vez para ele. Para o meu anjo. O meu amor.

- Isso não pode ser verdade Gael. Simplesmente não pode. - Declarei com a voz rouca.

*** HORAS ANTES ANTES ***

Os enjoos continuaram, atormentando os meus dias. Meu anjinho cada vez mais estranho, afastado ao mesmo tempo em sua intensa preocupação não passava despercebida por mim. Gael não me enganava com o sorriso torto, ou com os olhares suaves que me lançava. Muito menos quando estávamos juntos, grudados um no outro incapazes de dizer, de formar uma frase decente enquanto dávamos suspiros fundos, direto dos pulmões - que inspiravam o ar com dificuldade - e dos nossos corações batendo um pelo outro.

Algo estava errado. Ele estava preocupado. As vezes eu o pegava olhando para mim, mas além de paixão em seus olhos também havia dor. E eu não fazia ideia do motivo angustiante que o assolava e deixava a inquietação tomando conta dos seus pensamentos, os quais eu daria tudo para saber o que eram.

De início, cogitei a possibilidade de uma gravidez. Uma criança no meu ventre. A tontura e o enjoo frequente iriam explicar. Fiz o teste. Nervosa. Ociosa. Meu anjo esteve comigo o tempo todo e me segurou em seus braços, agarrou-me contra ele quando o resultado negativo surgiu. Guardou minha cabeça em seu ombro, massageando minhas costas em aconchego. Declarando palavras doces e confortantes nos meus ouvidos enquanto gotinhas salgadas escorriam dos meus olhos e desciam pelas minhas bochechas.

Alguns dias depois fiquei aliviada. Eu era apenas uma garota de dezessete anos que odiava o mundo, pelo menos era isso que eu sempre achei antes dele aparecer. Uma garota imatura e inconsequente, sem cabeça para cuidar, criar um ser humano, mesmo que o anjo estivesse comigo, eu não daria conta. Além de que, uma hora ou outra as consequências dos nossos atos, da nossa traição contra o céu iriam chegar e meu anjo seria obrigado a me deixar e eu não estava preparada para quando este momento chegasse. Não quando meu coração iria ser tirado de mim como foi aos meus nove anos, quando minha mãe me deixou.

E depois de muito tempo, anos e anos reencontrei o órgão que fazia-me sentir viva. No sentido figurado, dava um motivo para pulsar todos os dias. Cada batida, lenta ou frenética eram por causa dele. Do homem, do anjo que chegara de maneira repentina, porém devagar foi pegando pedacinho por pedacinho do meu coração e quando dei por mim já não me restava mais nada, ele já o tinha por inteiro tal como eu tinha o seu.