Angel In My Life

2.37 |Emerie

Gente estou com covid e essa semana passei mal, por isso demorei pra atualizar, mas agora estou melhor. Desculpem a demora ❤

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Um toque firme no meu ombro me despertou de súbito. Minhas pálpebras se abriram devagar apenas para ter a visão turva de um Gael com cara de sono me fitando cauteloso, ele tocou mais uma vez meu ombro ao mesmo tempo em que chamou meu nome.

— O que foi? — Perguntei rouca, artoada demais pra me concentrar nele.

— A gente vai sair, você tem que levantar. — Gael pegou as minhas mãos me ajudando a sentar, bocejei espreguiçando os braços e as pernas, ele sentou na minha frente na beirada da cama.

— Que horas são? — Olhei ao redor piscando algumas vezes notando a ausência de claridade, apenas a luz fraca do quarto acesa mas nenhuma luz natural.

— Quatro e meia da manhã. — Gael levantou, puxando a coberta de cima de mim. Meu corpo arrepiou com a falta de calor, a camisola de ceda azul não agia como um isolante térmico e, por tanto, não era nada além da única peça de roupa que escondia a minha nudez.

— E por que você está me acordando quatro e meia da manhã? — Indaguei, irritada. Ele não podia me culpar, eu estava num sono maravilhoso e pesado, posso contar nos dedos quantas vezes consegui dormir assim.

— Porque nós vamos sair. — Ele sorriu pegando as minhas mãos, me obrigando a levantar. — Eu disse que ia levar você a um lugar e vou, agora ande logo senão vamos perder o- — Ele se interrompeu.

— Perder o quê? — Perguntei, desconfiada.

— Ah Emerie, pare de fazer perguntas, levante logo e vamos. — Exasperou impaciente, me mantendo em pé num único puxão.

— Eu deveria saber se estou prestes a morrer, não acha? — Gael fechou a cara soltando um longo suspiro. — Tudo bem senhor sem paciência, espere eu trocar de roupa.

— Você tem cinco minutos. — O dedo dele tocou a ponta do meu nariz. — Se você demorar mais do que isso eu te carrego nua até o carro, o que sinceramente eu não vou me importar de fazer.

Imitei o mesmo semblante dele com uma careta, como uma criança que imita sua mãe enquanto leva uma repreensão. Gael bufou desacreditando e saiu do quarto em silêncio carregando dois cobertores. Seja lá o que ele queria me mostrar se fosse decepcionante eu iria fazer com que ele pagasse por me tirar da cama e me fazer passar frio, contudo, eu sabia que não era o estilo dele me decepcionar por isso eu estava confiante e vesti contra gosto uma legging e o moletom — o qual ele fez uma crítica minuciosa sobre levar. Dez minutos depois, eu desci tentando reproduzir o mínimo de barulho ou ruído possível, encontrei Gael encostado no carro.

— Eu disse cinco minutos. — Ele cruzou os braços, arqueei as sobrancelhas fazendo um gesto vulgar antes de me juntar a ele próxima ao veículo. — Pronta? — Perguntou, abrindo a porta do passageiro para mim.

— Acho que sim. — Respondi baixinho, confirmando com a cabeça. Gael sorriu antes de dar uma volta ao redor do carro e entrar dando partida no veículo, então ele se calou mais uma vez.

As ruas estavam sob um breu, apenas as luzes amareladas e falhas dos postes impediam que nossa visão fosse totalmente cegada pela escuridão da madrugada, ainda bem que eu vestia aquele moletom porque senão estaria sofrendo com ar gélido que nos cercava, Gael parecia não se incomodar tanto com o frio, ele vestia apenas uma camisa de manga longa mas de tecido fino e uma calça jeans que com certeza estava gelada, a única semelhança em nós dois eram os tênis esportivos que mantinham nossos pés meramente aquecidos, no meu caso nem tanto já que os meus pés tem a mania insuportável de permanecer gelados mesmo que eu esteja vestindo a roupa de um esquimó, geralmente meu Gael os esquentava em baixo das cobertas quando estávamos dormindo, um fato que não o agradava muito.