2.33 |Gael

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Gael

Senti Emerie se mexer inquieta, suas pálpebras se moveram rapidamente e sua respiração se tornou pesada e irregular. Meu copo ficou em alerta com a repentina mudança dela, era fácil saber que algo estava errado já que podia vê-la completamente adormecida sobre o meu braço com o rosto virado para o meu, aproximei seu corpo de forma que ela se aconchegasse sobre o meu peito. Duas semanas haviam se passado, meu sono leve permitia que visse seus pesadelos durante algumas noites e a acalmasse com a minha voz sem que ela ficasse totalmente acordada, as vezes Emerie resmungava coisas sem sentido mas sempre se calava quando eu dizia baixinho que estava tudo bem e que estava com ela, então Emerie voltava ao sono tranquilo e despreocupado, e só aí eu voltava a dormir ouvindo o som calmo da respiração dela.

Dessa vez, ela abriu devagar os olhos, ouvindo os meus sussurros.

— Você está bem? — Murmurei, quando ela me olhou sonolenta. Emerie anuou lentamente, soltando a respiração.

— Agora sim. — Respondeu baixinho. Passei os dedos sobre os cabelos loiros soltos e espalhados sobre seu rosto. — Acordei você?

— De certa forma sim, mas tudo bem. Não conseguia dormir de qualquer maneira.

— Por quê?

— Olhar você é melhor do que dormir. — Respondi, distraindo sua atenção. Não queria preocupá-la com a maldita insônia que atormentava as minhas noites.

— Gael. — Disse ela, como uma reprimenda. — Não minta.

Respirei fundo, passeando com a mão sobre a pele exposta do seu ombro. Emerie insistiu mais uma vez, afastando a cabeça para me ver melhor.

— Não consigo dormir. — Suspirei, cedendo de uma vez. — Meu corpo está exausto, totalmente cansado mas por algum motivo o sono não vem.

Emerie franziu a testa, apoiando uma mão na maçã do meu rosto. Eu sempre fiz o papel de preocupado, mas agora era ela fazia isso.

— Deve ser estresse, você deveria pedir um arrego nesse seu trabalho. — Ela já conhecia a minha carga horária, e sempre dizia que meu chefe se aproveitava da minha boa vontade. — Uma folga ou férias seria ótimo, nós teríamos mais tempo juntos e poderíamos fazer alguma coisa fora da nossa rotina.

— Vou pensar. — De repente pensar em férias trouxe a tona uma coisa que eu queria fazer com ela, não sabia se Emerie ia gostar da ideia. Mesmo assim, não custava tentar. — Acho férias a melhor opção, assim poderia levar você pra conhecer a minha mãe.

— Sua mãe? — Ela arregalou os olhos assustada, ou surpresa. Não sei dizer. — Você quer que eu conheça sua mãe?

— Sim. Por quê não?

— Não estamos juntos há muito tempo, Gael. Não seria estranho? — Ela apertou os lábios. — E, ainda é recente o fim do seu noivado.

— Emerie, minha mãe sabia o suficiente do meu noivado pra entender o motivo de eu ter terminado. Óbvio que ela se preocupou comigo e com a Rachel, mas não se meteu porque entendia que isso era uma coisa pessoal nossa. — Emerie desviou o olhar, focando em outra coisa que não fosse meu rosto. — Além do mais, tenho certeza que tanto ela quanto a minha irmã vão gostar de você, e eu gostaria que as três mulheres que eu amo se conhecessem.

— Você tem certeza? — Perguntou ela, tornando a me olhar. Peguei sua mão por instinto, levando até o meu peito.

— Tenho. — Respondi de súbito. Emerie apertou os meus dedos enquanto abria um sorriso discreto. — Mas você quer isso? Quer conhecer a minha mãe?

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