2.25 |Emerie

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Olhei pra ele envergonhada, ele olhou pra mim curioso. Como eu poderia explicar? Eu mesma ainda não entendia o que o sonho, ou sei lá o que aquilo tinha sido. Como explicar pro homem deitado comigo que eu estava sonhando com ele, sonhos reais e meio eróticos enquanto ele achava que eu estava morrendo, era loucura. Pensar nisso era insanidade, imagina admitir e revelar. Meu Deus, ele ia me achar uma psicótica deprimente. Olhei novamente para o Gael fitando-me a espera de uma resposta.

- Bem, eu meio que sonhei com você quando estava em coma. - Expliquei tímida, evitando seu olhar.

- Meio que sonhou? - Retrucou, imitando a minha voz.

- Sim. Não. Não sei, na verdade eu não sei. - Respirei fundo. - Acho que depois do acidente, assim que eu vi você e fiquei desacordada minha mente brincou com isso e te usou como um anjo, ou algo nesse tipo. Parecia muito real.

- Você está dizendo, - Ele se afastou sentando, puxando meu corpo junto. - Que durante aquele tempo que estava desacordada comigo te esperando, você estava sonhando comigo? - Perguntou, com um enorme sorriso.

- Acho que sim. - Respondi, envergonhada. Gael riu me segurando contra ele, deixando um beijo quente no meu pescoço.

- E o que a gente fazia nos seus sonhos, Emerie? - As lembranças invadiram a minha mente, todas as recordações do sonho vivido que parecia real. Engoli em seco, quando as cenas de sexo vagaram pela minha cabeça, o sorriso dele aumentou imaginando o que eu pensava.

- Não lembro. - Menti. - Acho que depois que acordei essas lembranças simplesmente expiraram da minha cabeça.

- Jura? - Gael sabia que eu estava mentindo. - Então, permita-me refrescar sua memória ou quem sabe, fazer novas lembranças com você. - Murmurou contra a pele do meu pescoço.

Ele deitou em cima de mim, dissipando seu peso nos braços ao redor da minha cabeça, suas mãos afundaram nos meus cabelos espalhados como uma cortina sobre o colchão. Gael encostou os nossos narizes, o ar quente da sua respiração tocando o meu rosto.

- Diga de novo. - Resmungou, seus olhos estavam fechados mas os meus bem abertos admirando sua face. - Me chame do que chamou na madrugada.

- Anjinho? - Perguntei, baixinho. Minha mão espalmou seu ombro, descendo por suas costas. Ele mexeu levemente a cabeça concordando. - Anjinho. - Repeti.

Ele riu, arrastando a ponta do nariz pelo meu rosto descendo até a linha da garganta, soltei um um riso fraco com a carícia suave. O sussurro de uma cócega.

- Você é louca, Emerie. - Murmurou, na minha orelha. - Nós dois somos loucos, e talvez isso seja a melhor coisa que já nos aconteceu.

Enrolei os fios loiros do cabelo dele com a ponta dos meus dedos, Gael fazia promessas com os seus lábios em forma de beijos doces na minha pele, por toda a curva do pescoço. Então a oferta de Matheo me ocorreu, Gael precisava saber, eu precisava saber o que ele acharia disso.

- Gael... - Arfei baixinho, erguendo sua cabeça do meu ombro. Ele resmungou em resposta. - Gael... E-eu preciso te contar uma coisa.

Segurei seu rosto entre as mãos, obrigando-o a me olhar. Suas sobrancelhas se juntaram na expressão de confusão que se formava na sua face formosa. Aqueles olhos azuis tornaram-se mais astutos e alertas, mordi o lábio o olhando seu semblante mudar.

- O que foi, Emerie? - Murmurou ele, desenhando as linhas de expressão na minha testa. - Há algo errado?

- Não. Não, está tudo bem. - Sussurrei de volta, alisando suas bochechas. Gael me estudava quieto, tentando ler meu olhos. - Sabe o Matheo? - Ele assentiu reprimindo uma careta. - Ele pediu que eu morasse com ele...

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