Angel In My Life

2.49 |Gael

Foi numa tarde de primavera na cidade onde cresci, à beira mar ocorreu nosso casamento cinco meses depois ao nascimento da Ella. Simples e íntimo, apenas para a minha família e nossos amigos, embora em um milésimo de segundo eu vi o semblante de tristeza no rosto dela pela ausência de alguém ali especificamente por ela, mas nossa bebê preencheu esse espaço com um sorriso mostrando dois dentinhos nascendo, vestida como nossa daminha sendo carregada pelo canguru preso a Ellen com Amora e Hawke logo atrás trotando com roupas personalizadas. Jamie, Darla e minha irmã foram os nossos padrinhos. Minha mãe levou minha Emerie até mim o altar improvisado onde um representante da Lei oficializou nossa união.

Nossa lua de mel foi um sonho, fantasia e luxúria misturadas, Emerie tem uma imaginação muito fértil e eu sou mais do que disposto a realizar tudo que sua mente imaginar, e para terminar nossa última noite em recesso fomos até um bar onde fingimos ser desconhecidos em caso de uma noite só. Nossa Ella ficou com minha mãe nesse tempo, já que sua alimentação contava com fórmula na mamadeira e porções de papinha, enquanto nós estávamos num chalé afastado de tudo para manter  a privacidade... e os gritos da Emerie.

— Oh meu Deus, o que é isso Ella? — Fiz uma careta engolindo a vontade de vomitar, Ella agitou seus pequenos braços e pernas fazendo com que o cocô se espalhasse ainda mais por seu corpo de bebê gordinho. — Não adianta piscar esses olhinhos azuis pra mim bonita, estou tendo um ataque só de olhar para sua obra.

Toda. Sua. Roupa. Estava suja. Suas. Costas. Inteira. Manchada de merda de bebê que só toma leite e come papinha de tudo. Porque ela gosta de comer absolutamente tudo.

— Não ria pra mim Ella Aurora, esse sorriso banguela não vai amolecer meu coração nesse momento, você teve o dia inteiro com sua mãe para se cagar mas você preferiu fazer isso comigo quando sua mãe nem está presente para me ajudar. — Ella gargalhou, mexendo seus braços em alegria. — Huuum, que cheiro é esse? Parece que tem um bicho morto nessa fralda menina.

Emerie foi ao mercado e me deixou por questão de minutos com nossa filha, parece que nossa bebê esperou até que Emerie saísse para aprontar comigo.

Vamos, atende. Atende.

— Gael? — A voz do anjo sussurro no meu ouvido. LITERALMENTE. — O que foi filho?

— Mãe. Mãe socorro, Ella se cagou toda e eu não sei o que fazer, tem bosta pra todo lado e ela só ri de mim. Emerie saiu por alguns minutos e não quero que ela volte e presencie o quão ruim estou fazendo o papel de pai. — Suspirei, gargalhada dela ressoou no celular. — Não sei o que fazer, claro já troquei ela antes mas ela nunca tinha feito tanto cocô assim.

— Pelo amor de deus Gael, leva minha neta para o banho. — Corri para o banheiro adjacente ao quarto com uma Ella nada cheirosa nos meus braços, com cuidado para não piorar a situação. — Enche a banheira e lave ela, porque pelo o que você está dizendo só uma ducha vai salvar vocês dois agora.

Liguei a água quente e em seguida tirei as roupinhas da bebê, Ella pegou um brinquedinho e o mordiscou ao mesmo tempo em que eu lutava com sua fralda. Em questão de minutos a água morna estava preenchendo a banheira e coloquei Ella sentada com alguns brinquedos de borracha ao seu redor. Suas roupinhas logo foram para a lavanderia tal como a fralda destruída foi para a lixeira.

Um suspiro de alívio me escapou quando limpei a limpei, e o cheirinho de sabonete de bebê logo se misturou com o vapor da água.

— Vocês estão bem? — Perguntou minha mãe, me dando um susto lembrando-me do celular com a chamada viva-voz ligada em cima da tampa do vaso.

— Sim, estamos melhor. — Água espirrou na minha cara, Ella bateu as mãos com patinhos de borracha na água rindo sozinha com a cena. — Tenho certeza que quase tive um infarto mas agora estamos bem.

— Qualquer coisa me ligue de volta. — A ligação encerrou e eu terminei de limpar minha Emerie em miniatura. Agora Ella tinha um cheirinho bom e estava limpinha de fralda trocada e roupas limpas.

Nós sentamos no sofá com ela deitada no meu peito e a cabeça encostada no meu ombro assistindo Mister Maker mesmo sem entender nada do que ele falava mas entretida pelas cores o toque de fundo engraçado enquanto mamava na mamadeira. Cobri nós dois com uma manta e naquele espaço de tempo em que ela estava limpa e alimentada seus olhinhos foram se fechando e sua respiração mais lenta contra o meu corpo, tirei a mamadeira da sua mãozinha e coloquei sua chupeta verde favorita na sua boca, meus braços a rodearam deixando-a mais quentinha e  confortável. Ella dormiu. Inalei o aroma único dos fiozinhos loiros da sua cabeça escutando o barulhinho da chupeta cada vez que ela respirava fundo.

Em determinado momento ouvi o som da porta se abrindo e Emerie nos encontrou deitados, ela sorriu levando as sacolas de compras até a cozinha e voltando rapidamente para sentar ao meu lado com cuidado para não acordar a bebê nos meus braços.

— Foi tudo bem? — Sussurrou, pondo a cabeça no meu ombro contrário ao que Ella estava.

A cena do meu desespero e Ella rindo toda suja passou na minha mente. A ligação para minha mãe e o banho apressado. As roupas sujas e a fralda destruída. Sorri com a memória fresca.

— Sem nenhum problema, Ella se comportou muito bem. — Respondi baixinho, entrelaçando nossos dedos. — Já tomou banho e mamou, deu tudo certo.

— Que bom, estava preocupada que você tivesse algum problema, você sabe caso ela chorasse sem parar ou fizesse uma bagunça. — Emerie acariciou o rosto da filha. — Ou de repente se cagasse toda e você não soubesse o que fazer.

— Pfff, eu nasci pra ser pai. Minha garota me deu zero problema, nadinha.

— Não cospe pra cima anjinho, Ella só tem cinco meses e meio, quero ver quando sua menina tiver quinze anos e rapazes da sua idade começaram a vir atrás dela.

— Nem sonhando, se Deus quiser ela vai ser freira.

— Hum, ouvi dizer que Darla tem quatro meninos e pensa em ter mais alguns, você sabe o time de futebol tão sonhado de Jamie. Quem sabe o que o futuro espera, anjinho. — Emerie cantarolou sorrindo.

— Nós vamos cortar qualquer tipo de laço com eles. — Seu sorriso se abriu ainda mais, ela sabia que eu estava brincando embora Deus me ajudasse quando minha filha for uma adolescente como minha Emerie e encontrasse o seu anjinho.

Por conhecer Emerie e eu próprio, sabia como minha filha provavelmente seria. Meu sangue chegava a gelar com a lembrança de Ella ser uma mistura de Gael e Emerie. Deus salve todos os pretendentes da Ella de quinze anos.

***

Primeira coisa que quero dizer é: SOMOS MAIS DE 300K 🥳🥳 quem um dia não deu nada para essa obra (autocrítica) hoje chora em posição fetal.

Gael e Emerie, sou rendidaaa.

Pensando na nossa Ella, como será que a nossa bebê vai ser? Será que seu anjinho vai ser um dos filhos da Darla? Deus queira que sim...

Enfim to emocionada, cena fofa do Gael e da Ella (e esse foi o motivo do meu colapso) 🤧

Beijo e até a próxima!! ♡